Via blog do Duke
A poluição que estas campanhas trazem, seja visual, sonora, ou o lixo acumulado nas esquinas é um problema em todas as cidades. Estas campanhas chegam trazendo os cartazes pregados sem nenhuma respeito à lei eleitoral em muros, grades, postes; os nojentos santinhos que entopem nossa caixa de correio e a boca-de-lobo; os muros pintados, muitos sem autorização naquelas letras garrafais e multicoloridas, o carro de som infernizando naquela gritaria e a nova modalidade, comum nos Estados Unidos: ligações. Hã?
Experiência própria meus caros: estava eu em casa, quando me ligam dizendo ser da campanha de um vereador. Estranhei, mas deixei que ela continuasse. Ela levantou os problemas do bairro de um fôlego só e disse: "Então, o Fulano de Tal pode contar com seu apoio?" Levei uma bofetada. Um tapa de luva, lembram-se? Como, de maneira tão agressiva uma pessoa me coloca contra a parede pedindo que eu declarasse meu apoio ao candidato? Senti meus direitos serem invadidos. Sentimento horrível. Mas não deixei barato e disse: "Como vou votar nele se não o conheço como político, tenho certeza que ele não conhece o bairro e muito menos os problemas". Rapidamente, a capacha disse: "Ok, vamos estar enviando (ahhhh!) alguns santinhos para o senhor conhecer melhor as propostas do Fulano." E ficamos nisso.
Depois pensei: ela sabe meu endereço? A resposta veio hoje. Ao abrir a caixa de correio, uma penca, na verdade duas dúzias exatas de santinhos. A conclusão: o candidato comprou aqueles banco de dados que empresas de telefonia fixa detêm. Complicado. Mas na verdade, não me preocupei com o que aconteceu comigo: meu maior receio, foi essa mulher que ainda vai ligar para pessoas simples, sem instrução e que no impulso, depois de serem colocados contra a parede vão dizer: "Éééé... apoio sim. Tá".
Meu maior receio, é que isso, aconteceu aqui em Belo Horizonte. Não quero nem imaginar o que acontece pelo Brasil afora.
7 comentários:
Nossa, post muito bom! De ótimo senso crítico.
Olha, esta questão da persuasão na hora de votar é prática comum. É de assustar que isso tenha acontecido em Beagá e via telefone. Cm vc disse, imagina o que se vê nesse país afora.
a poluição das campanas políticas é geral...
mais eu acho que a unica solução pra mudarmos os rumos de nosso pais é o envolvimento da juventude na política.
infelsmente a maioria do jovens prefere lavar as mãos com este assunto.
Fala meu caro.
Quando vc me disse que isso, fiquei meio assustado. Mostra como as campanhas hoje estão agressivas e no desespero total pelo voto.
Acho que se nos EUA é assim, com os cabos eleitorais ligando freneticamente para as cadas dos eleitores, não devíamos seguir esse modelo.
E outra coisa: por que não falou o nome do candidato? Ha, ha! Eu falaria!
Abraços!
Crítica perfeita!!
Todo santo dia as avenidas q cortam a universidade onde estudo fazem um escarcéu de lixo de canditatos! o ó!¬¬"
Ótimo texto! Bom, se isso acontece em BH, imagine só em outras regiões. Um verdadeiro absurdo o que você descreve no blog. Desconhecia a nova tática. Pelo menos esse é um que você não votará! Antes, gostaria de comentar algo que você aplaudiu: a consolidação de um Estado democrático de direito. Enquanto nações inteiras sobrevivem com a censura, temos a magnífica sensação de estar em situação oposta. Ainda que seja uma sensação, é algo indescritível e desejado por muitos.
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Estou com o usuário Carlos B. pela campanha: diga o nome do candidato.
Como também sou de BH, adoraria saber, he he he!
E como você disse, eleições municipais pelo Brasil deve ser um oásis de corrupção. Já imaginaram aqueles municípios no interior do estado? Pelo Brasil afora?
Oi, Catta Prêta!
Concordo com o q escreveu, meu caro. Já trabalhei em campanha política e acontece disso aí para baixo, se é q vc me entende.
Não se surpreenda com o q vou te contar: curral eleitoral ainda existe, principalmente em BH. Pseudo-lideranças de bairro q se reunem para votar em fulano ou cicrano por determinada quantia em dinheiro.
Isso é sujo, nojento...e por isso decidi não trabalhar mais com político. Mas não deixei a política de lado. E agora, q estamos num ano de eleições para o nosso legislativo municipal eu divulgo para todo mundo: pesquisem seus candidatos. Cobrem, fiscalizem e reinvidiquem. O poder da revolução está no voto.
Grande abraço,
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