sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A Múmia - Tumba do Imperador Dragão

Quem conhece a cidade de Belo Horizonte sabe que é consideravelmente grande a distância entre o bairro da Lagoinha (onde está localizada a faculdade onde estudo) e a Savassi, sul da capital mineira. Bem, essa foi trajetória feita por mim na tarde de ontem (7).

Acreditava a minha longa caminhada seria compensada, assim que me assentasse em uma daquelas poltronas aconchegantes do cinema do Pátio Savassi e assistisse A Múmia - Tumba do Imperador Dragão (EUA / Canadá / Alemanha, 2008), mas não foi nada disso que aconteceu.

Dessa vez, a aventura se passa na lendária China Antiga. Gira em torno do ambicioso e opressor Imperador Dragão (Jet Li) que na busca incessante pelo poder visa a imortalidade. Amaldiçoados pela feiticeira Zi Juan (Michelle Yeoh) o Imperador e seus 10 mil soldados são petrificados e esquecidos na cidade de Quin, ao longo de 2 mil anos, coberta pelas areias do deserto.

Através de um antigo artefato chinês (a chave para a ressurreição do imperador) que o governo inglês pretende devolver à nação chinesa, o casal O’ Connell se entremeia na história, abandona a vida sossegada de aposentados na Inglaterra e parte para a China onde encontra o filho Alex (Luke Ford) que havia abandonado os estudos para se dedicar à procura das riquezas imperiais escondidas sob a aridez do deserto chinês. O resultado é previsível: encontram o imperador que por sua vez é ressuscitado.

Minhas expectativas foram frustradas logo nos primeiros 15 minutos de projeção. Os anteriores A Múmia (EUA, 1999) e O Retorno da Múmia (EUA, 2001) se afastam de maneira discrepante da nova saga encabeçada por Brendan Fraser e Maria Bello.

Não é somente a previsibilidade do roteiro que decepciona. Ele não possui a mesma fórmula de sucesso dos filmes anteriores que conjugam comédia, suspense e aventura numa proporção muito bem dosada. O filme é desconexo, as interpretações são medíocres e a direção de arte deixa a desejar em muitos momentos da película.

Bem que um amigo, o blogmaster do Sandim Cinema Blog, havia me alertado que a aceitação do filme havia sido muito ruim nos EUA e que Rachel Weisz, que interpretou a personagem Evelyn nos dois primeiros filmes, havia descartado o papel depois de ler o roteiro da obra que é um verdadeiro um desastre. Para compensar o scrip destoante, o diretor, Rob Cohen, abusa dos efeitos especiais, o que não remedia o irremediável.

Com um orçamento de 175 milhões de dólares, A Múmia - Tumba do Imperador Dragão é, na verdade “nua e crua”, uma grande jogada de marketing do cinema em tempos de Jogos Olímpicos na China. Seria mero acaso a estréia ter se dado há uma semana da Abertura dos Jogos?!? Acho que não.

Mesmo sendo fraquíssimo, o filme arrecadou nesta semana, mais que o eletrizante Batman - O Cavaleiro das Trevas (EUA, 2008) que, ao que tudo indica, roubará de O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (EUA, 2003), a 2ª colocação na lista dos filmes que mais faturaram em toda a história do cinema, ficando atrás apenas de Titanic (EUA, 1997).

Espero que a Múmia não escape de receber algumas boas indicações ao Framboesa de Ouro, que ao contrário do Oscar, “premia” os desagradáveis destaques da sétima arte.

3 comentários:

Anônimo disse...

FRAMBOESA TOTAL!

e pq diabos o nome "múmia"???
O.o
cade o Ihmotep?
T.T

hollywood sempre foi uma industria marketeira do inferno, mas a cada filme eles se superam rsrsrs

abraços.

Wander Veroni Maia disse...

Oi, André!

Cara não vou muito ao cinema comercial. Abri uma exceção para o Batmam e me supreendi com o filme da cabeça aos pés. Pois bem, vi o trailer desse filme da Múmia no cinema e me despertou curiosidade de assistir.

Não no cinema, mas na locação de um DVD, por exemplo. Ao ler a sua crítica vi que meu faro não estava errado. O filme se mostrou fraco só pelo título que poderia ter sido recriado ou ter chamado atenção para uma coisa.

A idéia q ele nos passa é de tentar vender um produto pq a imagem da China está em ascenção no momento.

Mto boa a sua crítica!

Abcs,

=]
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All3X disse...

Estava com muita ansiedade para ver este filme, mas também foi decepcionante vê-lo. Se os anteriores, como bem disse, foram muito bons, esse foi o extremo oposto.
E dâ-lhe Framboesa de Ouro...

All3X

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