sábado, 30 de agosto de 2008

Falta de "Aliança" com o jornalismo


Ok, não precisa ser uma aliança, mas respeito é fundamental. Estou falando da "Aliança por BH" encabeçada por Márcio Lacerda e orquestrada pelo governador do estado e o prefeito de Belo Horizonte. Explico: nesta época de eleições, nada mais comum que um candidato à prefeitura receba dezenas, senão centenas de convites para entrevistas à imprensa. Tirando a imprensa, sabemos que há também os debates em sindicatos, palestras, o corpo-a-corpo e por aí vai...

Nada mais comum também do que a imprensa fazer estes convites, ainda mais quando se trata de um candidato tão singular como Márcio Lacerda, que ideologias e gostos à parte, é a atração desta eleição. Sendo assim, e humildimente me colocando na posição de um estagiário de jornalismo, resolvi fazer este convite. Com Márcio Lacerda não deu. Ok, também entendo, com ressalvas, que ele pode ter uma agenda realmente atribulada. Quando disse que entendo com ressalvas, explico: a vida de um aspirante à prefeitura não é fácil, sei, mas a de ninguém é. Consegui entrevistas com todos os candidatos. Entrevistas presencias, à exceção de um.

A assessoria de Márcio Lacerda disse "estar impossível" conseguir um horário que ele se desloque até a rádio. Insisti: "Eu vou até aí". Resposta: "A questão é o tempo". Insisti: "Podemos fazer por telefone". Resposta: "O problema é o tempo". Mesmo assim pensei: "Não é possível alguém ser tão sem tempo a ponto de não poder ficar ao telefone por 15 minutos". O pior, foi a alternativa que me deram: "Anote meu email -anotei- e peça o que você quer que ele (Márcio), fale. Porque agora nós vamos fazer assim: a partir destes pedidos, o Márcio vai gravar os assuntos". Por exemplo: caso a rádio na qual faço estágio e outra queiram perguntar sobre "saúde", o candidato vai gravar suas posições sobre o assunto e distribuir para aqueles que solicitaram.


Complicado isso: parecem que estão querendo cercear a imprensa. Ao invés do candidato passar por possíveis complicações em uma entrevista ao vivo, ser questionado, preferem que ele grave tudo, com um texto bem falado, na ponta da língua. Desta forma, fica livre de passar por situações embaraçosas. Bom, nada errado nele preferir assim, mas o livre debate de idéias fica recluso. Nada justo isso. Posso estar errado, até porque não me aprofundei na vida de Márcio Lacerda, mas isso pode ser uma estratégia para esconder o quão ruim orador ele é. Os belorizontinos que o vêem na TV, podem notar que ele fala com certo receio, para dentro.

Isso não é justo com o povo também, que quer ver um prefeito que aja com desenvoltura em situações bem mais complicadas que uma simples entrevista. Porém, nada como um belo trabalho que venda uma imagem perfeita do candidato. E olha, a propaganda de Márcio é realmente grandiosa! O povo porém, fica sem saber destes pequenos detalhes. Pequenos, mas que podemos vislumbrar como será sua gestão se for eleito.

Já tenho certeza de algumas coisas: sua relação com a propaganda e com a imprensa. Uma, mostra o mundo da fantasia. A outra, a realidade. Uma aliança, palavra tão em alta nesta chapa será feita com uma. Com a outra, uma conturbada relação. Espero mesmo que não seja assim. Mas conhecendo os gurus de sua campanha...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Estou achando que McCain vai ganhar

Olá sem-fronteira! Meus caros, estou com uma péssima sensação: acho que McCain, o candidato Republicano ao cobiçado endereço da Avenida Pensilvânia pode ganhar esta eleição.

Afinal de contas, uma coisa é a Obamamania que o mundo está passando. Podemos ter certeza: se a eleição para presidente o norte-americano fosse extendida à todos os países do globo, Obama seria o grande vencedor. Com uma larga vantagem, diga-se de passagem. Porém, outra coisa é a real situação desta eleição nos Estados Unidos. Lá, a situação de Barack é mais complicada: praticamente todas as pesquisas o colocam empatados com McCain ou em uma vantagem que a margem de erro o deixa tecnicamente empatado. Complicado.

Nesta semana, Barack divulgou seu running mate como ele dizem: Joe Biden. Também nesta semana, com muita pompa e euforia, foi realizada a convenção do partido Democrata que oficializou Obama como candidato. Depois desta convenção, nova pesquisa: Obama apareceu com 5% de vantagem sobre McCain, mas o resultado já era esperado. Tradicionalmente, após as convenções partidárias, os candidatos sobem ligeiramente na preferência do eleitorado. Ou seja, isso foi algo volátil. Passageiro.
Volatilidades à parte, coisas bem sólidas dificultam a candidatura de Obama em seu país:
  • Barack é negro - isto, em um país onde a segregação racial é explícita e ainda profundamente presente na vida e mente do americano, este é um tabu que somente Obama precisa quebrar. Boa parte do eleitorado médio norte-americano, o operariado branco vê com ressalvas um negro ser presidente.
  • Barack é de família muçulmana - como mostou a maravilhosa série do Jornal da Record, com reportagem de Heloísa Vilella, a família de Obama é de descendência muçulmana, sim, embora Barack seja cristão. E no atual momento pelo qual os EUA passam, com uma acentuada islamofobia, fruto de uma desastrosa política de Bush, os cristãos mais radicais usam suas bíblias como um escudo contra alguém com tais laços.
  • Barack é inexperiente - ter oratória é uma coisa. Experiência, é outra. A carreira política de Obama se resume à uma cadeira no senado por Ilinóis. E só. A pergunta é: isto é suficiente para guiar a nação mais poderosa do mundo?

O senador John McCain, percebendo que a inexperiência de Obama deixa muitos com um pé atrás, está usando isto como motivo para atacar seu rival. Pelo jeito, está produzindo resultados. Usando de todas as incertezas possíveis sobre Obama, McCain divulgou hoje sua running mate: Sarah Palin. Hã? Quem?

Era isso que McCain queria ouvir. Confesso, jogada genial do Republicano. Ao lançar uma mulher para ser sua vice, McCain vai tentar conquistar os órfãos de Hillary, principalmente aqueles que renegam Obama. Assim quem sabe, conseguirá alguns milhares de votos a mais, sem dúvida. Outro ponto à favor de Sarah é sua pouca expressivididade política: ela é governadora do Alaska, o maior estado em extensão territorial, mas afastado geográficamente e politicamente da América insular. Desta forma, McCain quer dizer: "Mulher, competente e não-contaminada pelo jogo político de Washington". E mais: Sarah é conservadora em muitos aspectos como o aborto (é contra), agradando assim outras tantas milhões de famílias. E para coroar: é nova. 44 anos. Pode acalmar assim, aqueles que consideram McCain velho demais. Ele completou 72 anos nesta sexta.

Com tudo isso, McCain espera engrenar sua campanha e ofuscar a bem-sucedida convenção Democrata que deu a leve vantagem à Obama. E meus amigos, torçamos para que os norte-americanos votem bem: Obama pode não ser o melhor se formos falar de relações com o Brasil, mas, mais quatro anos de um Republicano não vai ser fácil.

Que eles não repitam 2004, quando deram mais um mandato à Bush.

Imagem dos Povos

Você consegue estabelecer pontos de conexão entre as culturas de Minas Gerais e Nova Zelândia, Rio Grande do Sul e Índia, Pernambuco e China?

Não é uma das mais fáceis a tarefa de encontrar pontos que unam culturas diametralmente opostas tais como a da nossa exuberante Amazônia e da terra do sol nascente, o Japão. É, talvez, a originalidade de estabelecer, mesmo que de maneira bem superficial, a confluência entre culturas diferentes, que proceda o sucesso da mostra audiovisual Imagem dos Povos que já está em sua 4ª edição.

Ouro Preto, Belo Horizonte, Ipatinga e São João Del Rey foram as cidades escolhidas para a projeção de inúmeros vídeos que trabalham com aspectos culturais arraigados na cultura japonesa e amazônica. Muitos exploram o passado histórico de tais regiões, oferecendo-nos subsídios para a melhor compreensão de costumes e valores presentes nessas sociedades.

Os vídeos consistem em documentários, curtíssimas - vídeos de um a quatro ligeiros minutos -, médias e longas metragens que unem imagens e sons: elementos construtores de um gigantesco universo de significados.

A cada edição da mostra são escolhidos como temas um país e uma região brasileira. O Japão foi contemplado em vista do centenário da imigração japonesa para o Brasil. Já a Amazônia, devido à sua importância como maior floresta equatorial do mundo e à necessidade de preservação ambiental e cultural.

Premiadas produções japonesas serão exibidas na mostra. Os animes marcam presença trazendo a magia dos contos e lendas japonesas. É o caso do fabuloso “A viagem de Chihiro” ganhador do Oscar de melhor animação em 2003 e do Urso de Ouro no Festival de Berlim. Os documentários “Oração amazônica” e “Viver na terra brasileira” são um dos vídeos que fazem com que a mostra não pareça ser feita de assuntos paralelos e desconexos.

As figuras do nosso folclore tais como a bela sereia Iara; o intrépido defensor de nossas matas, o Curupira e o misterioso boto cor-de-rosa, têm suas estórias contadas em pequenos vídeos de animação. A mostra apresenta também os desafios presentes numa região tão inóspita e isolada (a alfabetização de crianças e adultos, a comunicação, a questão indígena), além das estratégias do governo federal em dinamizar a economia local em meados da década de 70, o que desencadeou em erros irreparáveis.

Veja aqui a programação da mostra em Belo Horizonte e aproveite o domingo para conferir as atrações do último dia de exibições na capital mineira.

Para maiores informações acesse o site da mostra ou ligue para o telefone: (31) 3547-2356

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A chama não se apagou

Das voláteis e cristalinas águas do monumental Cubo D’Água brotaram algumas medalhas olímpicas - condignas recompensas aos que durante anos pautaram suas vidas em duas únicas palavras: dedicação e renúncia.

Naquelas mesmas águas estavam concentradas as esperanças estadunidenses em “solo” chinês. Especialidade dos norte-americanos, a natação era o principal triunfo dos atletas da terra do Tio Sam e esporte através do qual os Estados Unidos esperavam ganhar muitas “douradinhas” e, assim quem sabe, ultrapassar a pretensiosa dona da casa, a China, que lhes havia preparado surpresas indigestas.

Michael Phelps, badalado nadador norte-americano, chegou a assustar os chineses que de olhos quase fechados de tão puxados avistavam de longe aquele que poderia ameaçar e frustrar os planos de toda uma nação.

Perplexo. Foi assim que o mundo ficou diante do “fenômeno” Michael Phelps que detinha o controle de todas as sete provas que disputou e venceu. Mas se engana quem pensa que Phelps tenha roubado toda a cena.

Os chineses estão prestes a conhecer e reverenciar o verdadeiro senhor de todas as raias. Brasileiro, deficiente visual, humilde, de sobrenome simples e que atende pelo nome de Clodoaldo. Em 2005 o nadador brasileiro, Clodoaldo Silva, foi eleito o maior atleta para-olímpico do mundo após a irretocável apresentação em Atenas onde conseguiu seis ouros e uma prata além de ter batido recordes mundiais que até hoje estão sob seu domínio.

Em Pequim, Clodoaldo pode voltar a surpreender e fazer história, já que disputará, no mínimo, nove finais para-olímpicas nas piscinas do Cubo.

Os exemplos citados respaldam a idéia de que talento indifere das condições físicas de cada indivíduo.

A Paraolimpíada deveria ser um evento tão valorizado quanto os Jogos Olímpicos, mas não é bem o que acontece. Nos jornais televisivos e Internet o que temos a respeito da competição não passa de algumas poucas notas que estão condicionadas às conquistas. São remotíssimas as possibilidades de que um mero participante que tenha ficado longe do pódio, tenha seu nome mencionado pela mídia.

Sem hipocrisia! Nosso sonho é de que o especial China sem Fronteiras não acabe por aqui. E não acabará! O espírito olímpico ainda paira sobre Pequim, por isso, continuaremos a levar até você, leitor do Sem Fronteiras, o desempenho de nossos atletas em Pequim. Certamente eles nos proporcionarão momentos únicos diante das glórias e da superação acima de tudo.

A Paraolimpíada de Pequim terá início no dia 6 de setembro e suas competições se estenderão até o dia 17. Fu Niu Lele é a simpática vaquinha mascote dessa edição dos Jogos que contarão com mais de 4 mil atletas de todos as nações que se dividirão na disputa de 18 modalidades esportivas.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Falta de debate

Olá caro sem-fronteira! Na última terça-feira, fui à um debate entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte. O debate, foi realizado no UNI-BH, Centro Universitário de Belo Horizonte e promovido pelo DCE da mesma instituição.

Fui claro, com as melhores expectativas e com a certeza de que faria uma cobertura excelente. Afinal de contas, era uma grande oportunidade de poder conversar, nem que rapidamente, com os candidatos. Quem sabe tirar algumas fotos, gravar algumas sonoras e postar tudo aqui! Aparato para isso eu tinha: um gravador, daqueles mais antigos e um digital, uma câmera fotográfica digital e o bom e velho papel e caneta.

Mas, o debate, ou aquilo que seria projeto de um começou e logo minha animação foi evaporando. O primeiro motivo foi o "mediador" do debate: o presidente do DCE, que visivelmente não sabia nem o nome dos candidatos sem ler um papel e que estava perdido ao fazer as perguntas. Péssimo. Horroroso. Perderam uma excelente chance de transformar a oportunidade em algo produtivo e de qualidade. Mais uma vez, mostraram que não conseguem fazer nada.

Em segundo lugar: aquele que mais queria que participasse, Márcio Lacerda, o candidato de Aécio e Pimentel não compareceu. Claro, liderando as pesquisas de intenção de voto agora... E em terceiro lugar: os candidatos que foram não conseguiram tocar os presentes. Senti isso na maioria dos que sentaram naquelas cadeiras.

Tudo isso, juntando com uma dor de cabeça, me deixou extremamente desconfortável a fazer a 'mega' cobertura do evento. Ah, já ia me esquecendo: Leonardo Quintão também não compareceu assim como o tal de candidato chamado André. Às vezes até dúvido que ele seja de fato um candidato: não vai à lugar nenhum, não participa de nada. E pior: sempre alcança seu 1% nas intenções de voto. Como? Não sei.

Os candidatos que foram não trouxeram nada de novo: muita retórica, muitas promessas, troca de acusações veladas. Todos prometeram o passe livre ou meio passe para estudantes de escolas públicas. BH é vergonhosamente uma das únicas, senão a única capital que não dá desconto na tarifa do estudante. Vanessa Portugal, do PSTU foi mais além: passe livre aos desempregados também. Concordo. Só haveria de se pensar em como distribuir este benefício aos desempregados.

A candidata Jô Moraes, que sempre começa bem suas campanhas se mostrou como alguém próxima de Lula, tentando passar a idéia que terá uma administração tranqüila e com respaldo do presidente. Mais ou menos, candidata: Lula deu suas bênçãos ao candidato Aliança, então...

A eleição neste ano em BH está complicada meus caros... Juro que o que de melhor tivemos foi isso. Mas calma, calma: estamos em via de disponibilizar aqui no SF podcasts com entrevistas dos candidatos à prefeitura. Incluindo Márcio Lacerda!

Neste meio tempo cidadão belorizontino, quem sabe este jogo do provedor Uai não vai lhe dando uma prévia sobre em quem votar? Juro, é melhor que o debate! Com certeza!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Robalos, roubados e o pré-sal nacional


Campos tupiniquins, dança da chuva e o faz-de-conta que o petróleo será nosso

Generosa e imprevisível. Fora assim a “Dança da chuva” na Petrobrás, empresa brasileira criada na Era Vargas e que hoje é a quinta maior do mundo em capital. Ao som de tambores, evocações governistas e aos olhares atentos de especialistas, crentes no milagre petrolífero nacional, desenvolveu-se a técnica de exploração em águas profundas. Resultado de inúmeras pesquisas, o novo método de exploração permitiria que o petróleo fosse retirado a mais de 6000 metros de profundidade, em um território denominado pelos geólogos como pré-sal, a menina dos olhos de ouro de investidores nacionais e internacionais.

Se o amigo internauta se espantou com o nível tecnológico criado por especialistas brasileiros, saiba que nesse país, além de corruptos, “políticos que não sabem de nada e se quer vêem alguma coisa” e candidatos excêntricos, há também pessoas sérias, que porventura, não deixaram o país em busca do paraíso dos dólares, euros e do reconhecimento. Ainda! Vale ressaltar. Bem, entre campos e suas variáveis indígenas e interplanetárias, como é o caso de Tupi e Júpiter, prefiro as denominações aquáticas, tais como Roncador e Namorado, que poderiam dar vez aos Roubados. Perdão! Robalos da vida.

Peixes à parte, foram inúmeras reservas de pré-sal descobertas pela Petrobrás, somente esse ano, o que gerou cobiça e polêmica. Por isso, preste atenção daqui em diante (se é que já não estava), afinal o tema é de interesse nacional. Em uma atitude típica dos tempos de líder sindical e esquerdista convicto, Lula revelou o desejo de criar uma estatal para gerenciar o óleo e o gás advindos do pré-sal. E segundo conversa do presidente com o jornalista Kennedy Alencar, os recursos seriam destinados ao combate da miséria, aplicados na educação e em benefício da população. Lembraram do povo? Muita calma nessa hora!

Essa é a vontade do presidente e dos legisladores. Ao que tudo indica, estes não criarão impasse algum para que a nova companhia petrolífera, voltada ao pré-sal, seja aprovada. Estima que somente o Campo de Tupi tenha a capacidade de produzir mais de 8 bilhões de barris, mais de 50% da produção atual da Petrobrás. O faturamento gerado com a exploração do pré-sal é ainda mais espantoso: R$ 4 trilhões, uma quantia inimaginável pelo amigo leitor, não?

Anos atrás, lotes de ações da Petrobrás foram colocados à venda na Ibovespa por valores abaixo dos atuais. Esses investidores ajudam a empresa a ser tornar a principal instituição nacional, com 17% do montante de ações que circulam pela Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa que eles são acionistas investiu e descobriu campos e a técnica necessária ao pré-sal. E agora os lucros vindos desse petróleo não serão deles? Fica a dúvida.

Quanto à população, uma pergunta ficará no ar. Se a Petrobrás é nacional, não seria justo e correto que todos fossem beneficiados com os recursos da menina dos olhos de ouro, melhor dos “óleos” de ouro? Parece que as ambições de Lula e do povo brasileiro podem terminar em pizza! Mais uma dúvida paira no ar e na cabeça do trabalhador, que reza, mas não se livra da urucubaca e das assombrações que aparecem, seja em Júpiter ou Brasil. Agora me diga: quem será roubado nessa história?


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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

China se despede cheia de si e de medalhas

A República Popular da China despediu-se do mundo sem os atributos únicos e a magia da cerimônia de abertura. Nem era preciso. Afinal, o brilho das 51 medalhas de ouro conquistadas pelo país-sede da Olimpíada foi o bastante para alimentar o orgulho chinês, estampado nos rostos serenos e no olhar curioso, que durante esses 16 dias de competição, viu cenas memoráveis, chorou com medalhas quase inatingíveis e irradiou alegria a cada vez que a bandeira vermelha, símbolo da Revolução Campesina Chinesa subia os céus, ocupando lugar de destaque entre as demais.

Os maiores Jogos da história trazem consigo marcas expressivas, inesperadas por muitos. Em pouco mais de duas semanas, 34 novos recordes mundiais destronam resultados consolidados, em alguns casos, há mais de vinte anos. Mais de 50 recordes olímpicos foram estabelecidos e pela primeira vez, o Brasil liderou o quadro de medalhas dentre os países latino-americanos, superando a ex-potência esportiva, Cuba, que conseguiu apenas uma medalha de ouro, além de 11 de prata e 11 de bronze.

Quanto à festa de encerramento, quaisquer comentários seriam superficiais, tal grandiosidade do evento, que apenas não se compara a magnânima abertura olímpica de Beijing. A cerimônia homenageou os voluntários, imprescindíveis na organização do evento, além de grandes vencedores e atletas que aparentemente saíram derrotados, mas com a alma lavada e o dever cumprido, após superarem seus limites. A história da China, logicamente, foi abordada, através da tecnologia, mais um ponto favorável à China.

O ápice estava por vir. Plácido Domingo e Song Zuying emocionaram a platéia, que fora inebriada pelas 396 chamas humanas, que simbolizaram o fogo que arderia na memória daqueles que vivenciaram essa linda história. Os atletas dos 204 países só não aguardavam um anúncio estonteante e tecnicamente espetacular dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, em que David Beckham saudou os chineses e o mundo, em cima de um ônibus de dois andares inglês. E por fim, três atletas seguros a uma escada presa ao avião, abanaram lenços dando adeus ao Beijing.

E assim se despediu a China. Cheia de si e de medalhas, ostentadas por uma geração de atletas formidáveis, que mesmo ante a repressão, calada e maquiada pelos veículos de comunicação controlados pelo PC Chinês, não deixaram com que as divergências políticas se tornassem motivo para uma guerra declarada em tatames, quadras, raias, campos e afins.

Que venha Londres! E que o Brasil até lá compreenda o quão importante é se investir no esporte. Pois como disse Michael Phelps, simplesmente o maior atleta de todos os tempos e o nome desses Jogos, "Com tantas pessoas dizendo que não poderia ser feito, tudo o que se precisa é imaginação".

domingo, 24 de agosto de 2008

O quarto poder

De Jessica Soares - estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais

Todos nós temos que firmar diversos compromissos ao longo da vida, sejam eles com outra pessoa, com algum objetivo ou causa. Como futura jornalista, não pude deixar de pensar na grande responsabilidade que assumi ao escolher essa profissão: o compromisso com a verdade. Muitos escolhem ignorar esse dever em prol do sucesso, alguns vivem a constante busca pelo seu encontro, e outros atuam na sua defesa. E, como não poderia deixar de ser, o cinema ilustrou de forma belíssima todos esses casos.

Charles Tatum encontrava-se em um momento difícil de sua carreira: fora despedido de 11 jornais devido a 11 razões diferentes (todas ligadas, provavelmente, a sua difícil personalidade). Sem dinheiro, passa a trabalhar num jornal de uma pequena e pacata cidade. Após um frustrante ano, ele ruma a um local onde cobriria uma desinteressante corrida de cascavéis. Tatum, porém, descobre um homem preso em uma mina e vê nesse evento sua grande chance. Em busca do sucesso, toma controle da situação e transforma o resgate do homem em um show nacional, atraindo milhares de curiosos. Procurando extrair o máximo da situação, atrasa deliberadamente o resgate, mantendo o homem preso por seis dias e não apenas por algumas horas – e os resultados disso não são os melhores.

Com essa premissa A Montanha dos Sete Abutres levanta uma questão que se torna ainda mais importante se considerarmos que o longa foi produzido no início da década de 50. Se em algum momento o chamado “Quarto Poder” possuiu o caráter nobre de “fiscalizador”, sua credibilidade vem sido perdida e cada vez mais é visto como desprezível manipulador. Mesmo que a imparcialidade seja algo inatingível não significa que o jornalismo seja sempre falho e alvo de desconfiança. Prova disso foi a investigação conduzida pelos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, do “Washington Post”, sobre o escândalo do Watergate, que levou à renúncia de Richard Nixon à Presidência dos Estados Unidos.

Ambientado no clima político explosivo vivido naquela época, Todos os Homens do presidente, de 1976, constrói um retrato do bom jornalista: Woodward, com seu hábito de perguntar o que lhe vem a cabeça, obtém assim importantes informações; Bernstein consegue novas fontes cativando seu entrevistado, que mesmo relutante no início, é levado a falar. Por fim, Bradlee, editor-chefe do jornal surge como um verdadeiro herói, não hesitando em impedir a publicação de informações incertas e, quando, ao contrário, tem confiança no que lê, sente prazer em guiar seus repórteres rumo à perfeição. A verdade parece ser a única coisa que interessa de fato ao jornal, que prefere enfrentar algumas dores de cabeça invés de simplesmente esquecer o assunto.

Este filme ainda nos lembra outro personagem imortalizado pelo cinema: Edward R. Murrow. Lendário âncora da CBS, suas críticas e reportagens mostraram-se essenciais para a queda do senador McCarthy, que comandou uma verdadeira caça as bruxas aos supostos simpatizantes do comunismo em território americano. Os eventos do filme Boa noite e boa sorte, de 2006 acontecem em um curto período da década de 50 e acompanham de forma impecável Murrow e seu produtor Fred Friendly nas pesquisas que resultaram em um programa em que as palavras de McCarthy foram usadas contra ele próprio. Foi revelada assim a verdadeira face do senador, inspirando ações críticas de outros jornalistas e políticos.

Mais tocante do que as ações e o papel desempenhado por Murrow é, sem dúvida, o discurso que inicia e encerra o longa, feito diante da Associação de Diretores de Notícias de Rádio e TV dos EUA em 1958:

“(...) Este instrumento pode ensinar, ele pode iluminar, sim, e pode até mesmo inspirar. Mas somente o poderá fazer à medida que estivermos determinados a usá-lo para estes fins. Caso contrário, ele nada mais é do que um emaranhado de fios e luzes em uma caixa. Há uma grande e talvez decisiva batalha a ser travada contra a ignorância, a intolerância e a indiferença. E nessa batalha, a televisão pode ser uma arma útil”.

Já se passaram 50 anos. Não só a TV se tornou esse simples “emaranhado de fios e luzes em uma caixa”, como tantos outros meios de comunicação vêm sido usados, na maioria das vezes, como entretenimento vazio e descartável. Há mais de 50 anos se questiona a falta de compromisso com a veracidade dos fatos e manipulação deliberada em prol dos interesses da minoria poderosa.

Se os meios de comunicação têm, de fato, tanto poder como esses personagens atestam, já é hora de começar a fazer valer o imponente título de Quarto Poder. Quem dará o primeiro passo?

sábado, 23 de agosto de 2008

Os recordes de Pequim estão chegando ao fim...


... mas os nossos continuam. Será que ainda chegará o dia no qual poderemos falar bem de nossos políticos? Será que o dia que pararem de tratar esta nobre arte com tanto desdém, como um angariador de fundos a situação vai melhorar? Bom, pelos atuais políticos, a resposta é não. Pelos futuros pretendentes, através do horário eleitoral, a resposta também é não.

Complicado.

Mulheres de ouro

Antes do salto, um grito. Um jeito particular de chamar a sorte para junto de si?!? Talvez.

No olhar, a determinação de quem - involuntariamente - caiu, pensou em desistir dos sonhos, mas ergueu a cabeça para avistar lá longe um futuro brilhante, um futuro dourado.

Ontem (22), Maurren Higa Maggi entrou para a história do esporte brasileiro. Ao saltar 7,04m a brasileira sagrou-se campeã olímpica na prova de salto em distância e tornou-se a primeira brasileira a conquistar o ouro numa modalidade individual.

Seis anos antes, em 2003, Maurren era suspensa dos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo acusada de dopagem. Durante três anos se afastou do esporte, voltando a se dedicar aos treinamentos somente em 2006. Voltou com força total, ganhando a medalha de ouro no Pan do Rio de Janeiro.

Confesso que não vi conquista mais emocionante que a de Maurren. Após a confirmação do ouro, a brasileira se entregou às lágrimas e em demonstração do reconhecimento ao trabalho do treinador, o agradeceu visivelmente emocionada. Depois, envolta pela bandeira brasileira, corria e saltava - de alegria - ainda não acreditando no feito inédito, digno de aplausos e honras de todos os presentes no gigante Ninho do Pássaro.

Quase 24 horas depois do acontecimento histórico para o atletismo brasileiro, as meninas do vôlei entraram em quadra para buscar o ouro inédito, que por algumas vezes escapou das mãos de atletas de grande valor e apurada técnica. O selecionado comandado pelo metódico José Roberto Guimarães, recebeu ao longo dos anos a escrita de amarelão, por chegar às inúmeras finais e perder.

Aos críticos, um tapa de luva, como diria o editor Lucas Catta Prêta. As meninas do vôlei, atuais campeãs mundiais, chegaram à decisão sem perder set algum. Minutos depois do início do embate antológico, o primeiro set perdido. Mas fora o primeiro e último. Pois, agora, digamos àqueles que teceram duras críticas a esse time: o amarelo da derrota ficou para trás, transformando-se em ouro olímpico, mais vivo e dourado do que nunca!

Às mulheres do Brasil, mais que meras heroínas em Pequim, guerreiras, nossos parabéns e obrigado!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

And the vice president candidate is...

E o mundo, claro, começa a tirar os holofotes de Pequim, transferindo-os para os Estados Unidos. Na verdade, isto já estava programado para acontecer: a convenção do partido Democrata, de Obama, começa nesta segunda-feira e ele já tem que estar com o nome à postos para anunciar. Barack, poderia há algum tempo ter anunciado o "VP" ou carinhosamente, veep que é como a imprensa se refere ao mister vice president deles, mas só não o fez, porque tal anúncio sem sombra de dúvidas tiraria nem que um pouco, a atenção da imprensa no evento olímpico. Afinal, não é todo dia que um anúncio como estes acontece principalmente em uma eleição tão aguardada como esta.

A expectativa agora é saber quem será o escolhido para ir às urnas contra John McCain. Ao jornal USA Today de ontem, Obama disse que já escolheu seu veep, embora o nome ainda seja mantido em sigilo. Uma coisa, já é certa: Hillary Clinton que não é. Sendo assim, já podemos eliminar qualquer mulher neste páreo. Ora, se Obama não escolheu Hillary, seria no mínimo desaforo escolher uma outra mulher. Na verdade, seria um tiro no pé: Hillary tem forte apoio do eleitorado feminino, que sem dúvidas se consumiria de ódio caso Obama desse o cobiçado cargo à alguém, que não Hillary. A rede CNN disse que Barack ligou para os vice-presidenciáveis não escolhidos para dizer seu "Thank you very much!". Sendo assim, o que está sendo feito agora é apenas uma coisa: especular. E muito! A expectativa é grande e algumas redes norte-americanas, como a CNN dizem que a escolha será feita neste sábado.

Além da singularidade desta eleição, o vice americano não é a vaquinha de presépio de seu equivalente brasileiro, não. Quem acompanhou o poder e a influência de Dick Cheney, na presidência de Bush, sabe do lobby que o cargo consegue exercer. Desta vez, o escolhido provavelmente terá uma forte influência na indústria e no comércio, setores que estão em desaceleramento nos Estados Unidos.

Mas só de saber que Bush e Cheney vão deixar Washinhton dá um alívio tremendo. Dupla mais dinâmica que esta, a capital americana não encontra mais! Ainda bem!

É vapt, vupt!

Quando menos se espera: booom elas surgem! Arrebatam multidões, causam frisson, arrancam gritos e lágrimas e em questão de dias estão na boca do povo. Já dizia o pintor estadunidense Andy Warhol, “um dia, todos terão seus 15 minutos de fama”. A televisão e a Internet são os trampolins para o transcendental e “líquido” mundo do sucesso.

O tempo - senhor da razão - se encarrega de derrubar um verdadeiro balde de água fria nessas celebridades instantâneas. De repente desaparecem da memória popular. São como frágeis castelos de areia que desabam diante das intempéries do tempo. Ou relâmpagos que repentinamente alumiam a escuridão da noite, mas logo se dissipam na atmosfera.

Tal fato revela o caráter descartável que tais indivíduos adquirem ao conceito popular. Parece que é quase necessário estar criando outras figuras, peças de reposição dos que já foram esquecidos.

Mulheres: Melancia, Melão, Moranguinho, Jaca e provenientes de demais “pomares”, certamente seguirão os passos de Suzana Alves - a Tiazinha - e Joana Prado - a Feiticeira -, que durante muito tempo foram “objetos” de desejo para o universo masculino. Véus e máscaras - que escondiam o fetiche - retirados e o tempo fizeram com que ambas dessem rumos diferentes à suas vidas.

É, no mínimo interessante a postura do público. Ele tem o poder de criar ícones e desconstruí-los com a mesma facilidade. Daí, para acreditar que qualquer filho de Deus é propenso à fama, é um saltito.

Começa a saga pelo sucesso que é intensa, quase doentia. A seleção das candidatas ao “Popstars” programa exibido pelo SBT, reuniu no Anhembi mais de 30 mil candidatas às novas estrelas da música brasileira. As garotas eram obrigadas a ultrapassar seus limites: cantavam e dançavam freneticamente ao sol durante horas e horas “ameaçadas” com a seguinte frase: “Atenção Popstars, vocês estão sendo avaliadas o tempo todo! Pode ter sempre algum jurado olhando.”

É assim que BBB’s e popstars tentam seus lugares ao sol. “Mas quão efêmero e instável é o mundo da fama!”. Não interessa! Numa sociedade “líquida” o homem contemporâneo se baseia no renascentista: é hedonista. Quer viver o agora, quer o prazer imediato. E o futuro? “Ahh, o futuro a Deus pertence!”. O importante é viver intensamente os 15 minutinhos no quase mitológico mundo de fantasia e glamour: o mundo da fama.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

É quando os sonhos terminam, que a esperança renasce

Quando o sonho acaba e a dor vem pela prata

A campanha do futebol feminino brasileiro foi indiscutivelmente incrível. Os placares dos jogos disputados pelas brasileiras respaldam essa afirmativa, assim como as apresentações delas, verdadeiros espetáculos que deixaram o mundo boquiaberto diante de tanta técnica e do “futebol arte” apresentado.

Nossas jogadoras foram aguerridas e estiveram centradas durante toda a competição, mas não foi dessa vez. Assim como aconteceu em Atenas, o Brasil foi derrotado nos acréscimos do jogo e, novamente, pelas estadunidenses. O placar foi magrinho, magrinho, mas foi suficiente para fazer as brasileiras trazerem a memória o ano de 2004 e se entregassem às lágrimas antes mesmo do apito final da árbitra tcheca.

O Brasil dominou o jogo de “cabo a rabo”, mas a técnica das brasileiras não suplantou o preparo físico e maior altura das jogadoras dos Estados Unidos que aproveitaram os últimos trinta minutos para fazer do sonho brasileiro, um terrível pesadelo.

Ao fim do jogo, a frustração das brasileiras era visível e de “dar dó”. O conjunto queria a medalha de ouro mais que qualquer coisa, trabalhou para conquistá-la, idealizou o momento, venceu os jogos um a um, mas acabou ficando com a prata. Seria pela postura tática mais segura? Pelo gramado pesado? Ou por desperdiçar inúmeras chances?

Deixando as incertezas de lado, o jogo de hoje se baseou na premissa básica de que nem sempre o melhor vence. A cor das medalhas da decisão de hoje, são meros pormenores da história. A verdade é que as brasileiras mereceram mais, foram superiores, mas como bem sabemos, muitos jogos são decididos mediante “ínfimos” detalhes. Foi o que aconteceu.

“Medalha da superação”

A vela brasileira comemorou na madrugada brasileira de hoje, mais uma medalha olímpica. A prata de Robert Scheidt e Bruno Prada colocou o esporte à frente do judô novamente. A modalidade olímpica que mais nos rendeu pódios volta a ser a vela.

Os brasileiros entraram nas águas de Qingdao, com a missão de defender o bronze, já que suecos e britânicos já haviam praticamente se consolidado nas primeiras colocações. O ouro ou prata só viria a adornar o peito dos brasileiros mediante uma improvável combinação de resultados.

Mas na vela, a instabilidade e incerteza das condições do mar e tempo não permitem que projeções, por mais convincentes e corretas que aparentem, sejam encaradas como verdades. Scheidt e Prada largaram na frente, mas ao longo da última regata caíram para o terceiro lugar. Com o fracasso da dupla sueca, então líder da competição, que terminou a última regata (da medalha) no último lugar, os brasileiros puderam subir no pódio e ostentar a prata, o adorno da superação.

Com essa medalha, Scheidt conquista sua quarta consecutiva, sendo duas de ouro e um de prata na classe Laser e agora, uma prateada na classe Star, fazendo com que a vela seja recordista de medalhas olímpicas pelo Brasil.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Programa de humor

Meu caro e minha cara sem-fronteira, imagino que desde ontem você esteja desfrutando de dois programas diários de humor na sua televisão e no seu rádio. É um programa muito peculiar, que fica nas ondas da TV ou do rádio por 45 dias, e que tem duração de 60 minutos divididos igualmente pela manhã e tarde, no rádio, e pela tarde e à noite, na TV. Obviamente que estou falando do horário eleitoral 'gratuito'.

Confesso à vocês que adoro os programas políticos! Sem hipocrisia nenhuma. Infelizmente estou podendo ver na TV apenas o programa da tarde, porque se tivesse tempo, assistiria o da noite também. Não gosto muito de escutar nossos humoristas temporários, porque sinto muita falta de ver a cara deles e soltar boas gargalhadas.

E ontem, já no primeiro programa, me diverti bastante! Afinal de contas, era o programa destinado aos vereadores, o qual já está anotado na minha agenda: toda terça, quinta e sábado minha dose de bom humor está garantida. Meus caros, as figuras que apareceram ontem aqui em Belo Horizonte... Apenas alguns que me lembro: Kbeça - não, não é que me 'lembro de cabeça' não, mas há um candidato com a alcunha de Kbeça. Igual quando escrevemos SMS. Também temos um ex-BBB: Alberto Cowboy, que disse: "Já pedi seu voto antes, mas agora peço para uma coisa séria". Bom, agora sim, os dois mais bizarros que me lembrei de 'kbeça' foram estes mesmo.
Excluindo-se os candidatos bizonhos e bizarros, algo é comum entre eles: a campanha superficial.

Muitos partidos, simplesmente colocam a foto de 87961 candidatos espremidos entre o nome, o número e o infeliz, com um sorriso forçado. Os partidos, não fazem nenhuma apuração para que se verifique a vida pregressa do candidato. Simplesmente nos enfiam de pessoas sem experiência, quem dirá de vida pública e assim, nos oferecem atores de comédia para que sejam votados. E isso, em todos os partidos. Ficamos sem nenhuma opção.

Tenho a absoluta certeza que o que está acontecendo em Belo Horizonte, se estende ao resto do Brasil, já que a política, no quesito 'qualidade', é zero em todo o país. Algo que também se estende à todas as cidades deste país é a necessidade urgente da reforma do sistema político! Ok, piadas e situações cômicas à parte, a situação verdadeira mesmo é de fazer chorar. O eleitor, em sua maioria, concordo, não sabe votar, mas a pergunta é: como votar certo no atual modelo? Como escolher o meu representante do legislativo municipal em 5 segundos ou menos que cada candidato tem? Como vou saber as propostas deles? O que pensa? Talvez, até mesmo o infeliz do Kbeça tenha boas idéias, mas do jeito que é apresentado, impossível saber.

No final, acontece o que sabemos: "Fulana, em quem você vai votar? Porque se você não tiver candidato, vota no meu vizinho, tá? Ele é ótimo! Muito boa gente." Este, é um dos exemplos do que acontece. E é desta forma, que os atuais quadros de políticos continuam os mesmos, sem renovação, com a mesmice e a retórica de sempre. Sabemos muito bem que o índice de renovação do Legislativo brasileiro é baixissímo. E assim, com os mesmos de sempre, com o mesmo esquema de votação, com a mesma lei eleitoral vamos levando, caminhando sem expectativa nenhuma de mudança.

Pois é... por que será então que a lei não muda, hein? Neste caso, não é nem preciso quebrar a kbeça, não é verdade?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Sem choro, nem vela

A insurreição da falecida, digo da CPMF, não foi necessária para que o governo federal atingisse uma marca histórica ao longo dos sete primeiros meses de 2008. Os impostos e contribuições arrecadados flertaram a casa dos R$ 400 bilhões. Desde que namoro dos comandados de Lula com o imposto sob o cheque terminou, em dezembro de 2007, quando a oposição vetou a Medida Provisória que prorrogaria a referida contribuição até 2010, a cúpula petista que se encontra no poder nacional estuda qual seria a melhor substituta. A solução foi adotar a “poligamia tributária”.

A você, amigo(a) internauta, responsável direto pelo sucesso dessa editoria, que superou a marca de 100 comentários, mesmo com postagens semanais, devo-lhe uma explicação quanto à festa governista relatada acima. A perda da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) deixou nos cofres públicos um desfalque da ordem de R$ 40 bilhões/ ano. Para minimizar a situação, vieram direto do Palácio do Planalto, ordens explícitas para que as então, contribuições em segundo plano, se tornassem esposas de papel passado. Resultado: elevação da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Contudo, a CSLL, cobrada das empresas, e o IOF foram apenas a cereja no farto e recheado bolo tributário, que contou, sobretudo, com o crescimento da economia, puxada por setores como a mineração, os combustíveis, a metalurgia, os veículos automotivos e a construção predial. Essa conclusão é da Receita Federal, mas poderia ser de qualquer um trabalhador. Afinal quem paga o grosso dos impostos são as classes mais baixas. Veja por exemplo o IR (Imposto de Renda), que arrecadou mais de R$ 115 bilhões, no acumulado de janeiro a julho deste ano.

Ainda sobre o IR, percebe-se que as garras do leão avançaram de maneira mais intensa sobre o trabalhador. Calma amigo! Não chores! O dia é de luto pela queda dos selecionados de Dunga, mas também de alegria, afinal os comandados de Lula passaram uma borracha sobre a falecida. Que Deus a tenha. Bem longe de nós, é claro! Voltando ao Imposto de Renda, vê-se que R$ 60,63 bilhões estouraram sobre a pessoa física, contra R$ 54,5 bilhões sobre a pessoa jurídica. Ganhamos de barbada!

Antes que me despeça do caro amigo(a) internauta, gostaria de propor-lhe um exercício de memória (logo eu, que admito ter uma péssima!). Nada de informar os preços da lista de compras ou fazer um esforço hercúleo para lembrar em que candidato você votou nas eleições passadas. Não, trata-se de uma irmã da CPMF, aprovada em junho desde ano. Esqueceu, então clique AQUI. Agora que lembras, fecharei meu post como há 63 dias, para ser mais exato, no dia 17 de junho de 2007. Pois que avisa, amigo é!

“Será necessária a criação de mais um tributo? Bem, se pensas que sim e queres imposto, ai que desgosto! Nada melhor do algo ‘Contra Seu Salário’! E assim segue a economia, mia, mia! Queres um lenço para melhor chorar?”. E não adianta nem choro, nem vela.


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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um dia mais feliz

O dia de hoje (18) foi um dos mais positivos para os atletas brasileiros em Pequim. Nos primeiros minutos da madrugada de hoje a seleção do vôlei de quadra masculino derrotou a Alemanha por 3 sets a 0 (25/22, 25/21, 25/23). Às 2h, horário de Brasília, Fernanda Oliveira e Isabel Swang surpreenderam ao vencer a última regata da vela Classe 470 conquistando assim a medalha de bronze para o Brasil. Um feito inédito já que as conquistas na vela brasileira em olimpíadas sempre foi exclusividade deles. Nunca um bronze foi parar em tão belas e cuidadosas mãos.

Ricardo Winick (Classe RS:X) chegou à 5ª colocação após vencer as 8ª e 9ª regatas disputadas hoje. Robert Scheidt (Classe Star) continua alternando boas e más apresentações nas águas de Qingdao. Ao fim da 7ª regata, disputada hoje, Sheidt foi o 8º colocado, mas o brasileiro ainda tem boas chances de medalha já que faltam quatro regatas para o fim da prova.

A dupla brasileira do nado sincronizado fez sua primeira apresentação em Pequim hoje. Na primeira fase da competição, chamada rotina técnica, as brasileiras conseguiram a 12ª colocação com uma apresentação correta, sem erros visíveis aos olhos dos mais leigos (como eu). A nota foi mediana pelo fato da coreografia não apresentar elementos de grande dificuldade como a das russas. Nayara Figueira e Lara Teixeira voltam a se apresentar amanhã no Cubo D’Água a partir das 4h, horário de Brasília.

A maior surpresa do dia ficou a cargo das meninas do futebol feminino. Em partida pelas semi-finais da competição o Brasil atropelou a forte seleção alemã, atuais campeãs mundiais. O placar de 4 a 1 surpreendeu até os mais confiantes. Agora o Brasil encara as estadunidenses. “Vingativas” as brasileiras já “tiraram a limpo” a derrota para a Alemanha na última edição da Copa do Mundo. É hora e vez de fazer o mesmo com as atuais campeãs olímpicas.

Os cavaleiros Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves se classificaram para a final da competição de saltos no hipismo. Rodrigo teve penalização de sete pontos e se classificou em 7º lugar para a disputa da final que acontece amanhã (19) quando ele tentará defender a medalha de ouro conquistada em Atenas.

No salto com vara, Fabiana Murer foi vencida não somente pela bela russa Yelena Isinbayeva. O golpe foi bem mais baixo! Murer teve uma de suas varas, misteriosamente, subtraída por alguém, possivelmente, nada bem intencionado. A brasileira que era promessa de medalha para o Brasil chorou inconsolada ao tentar por três vezes transpor o sarrafo à altura de 4,65m e não conseguir, terminando numa indesejada 10ª colocação.

Os rapazes do vôlei de praia brasileiro estão nas semi-finais da competição. O Brasil garantiu ao menos uma medalha de prata, já que as duplas duelarão por uma vaga na final. Ricardo e Emanuel venceram os estadunidenses, Gibb e Rosenthal, por 2 sets a 0 (21/18, 21/16). Já Márcio e Fábio Luiz derrotaram a dupla austríaca composta por Gosch e Horst por 2 sets a 0 (22/20, 21/17). As duplas se enfrentam amanhã às 23h, horário de Brasília. Ao vencedor, batatas!

De surpresas e decepções se faz Beijing

Partidas memoráveis, instalações de primeiro mundo, condução pontual, esforço por parte da população, segurança impecável ns arredores da capital chinesa. Tudo caminhando rumo à perfeição, palavra doce e fugaz como o espírito olímpico. De tão fugaz, eis que surgem as primeiras falhas. Erros que custaram caro a atletas, como Fabiana Murer, brasileira, atleta do salto com vara. Atual detentora da terceira melhor marca da atualidade - 4,80 metros - a paulista abalou-se com uma falha que pode ter lhe custado uma tão sonhada medalha.

Hoje (18), a saltadora deparou com uma situação, no mínimo, inusitada. Uma de suas dez varas sumiu, desnorteando a recordista sul-americana da prova. Ao perceber o desaparecimento do material de trabalho, Murer questionou os cinco árbitros e pediu a paralisação da prova, algo aceitável e possível. Contudo, a atleta resolveu junto ao seu técnico, Marcelo, continuar na disputa, mesmo sem o material apropriado, colocado em um carrinho e perdido no trajeto.

Segundo Fabiana, sua revolta era com a organização. “Foi muita desorganização. É um absurdo que percam material de um atleta em uma competição desse porte. Eles acabaram com a minha competição. Eu nunca mais volto para a China, nunca mais”.



A China pisa na bola

A cerimônia de abertura também foi motivo de polêmica. Fora descoberto dias atrás que a menina Lin Miaoke não cantou na abertura dos Jogos e sim, dublou Yang Peiyi, considerada pelo Comitê Olímpico Chinês, menos fotogênica que Lin. Falando ainda de abertura dos Jogos, o que dizer sobre os fogos produzidos através de gravações e do auxílio do computador.

Ara Abrahamian, lutador greco-romano sueco, abandonou a prova por julgar a avaliação injusta. Aliás, a imparcialidade ou parcialidade dos árbitros ditos “caseiros” irritou João Derly, judoca brasileiro, bi-campeão mundial na categoria meio-leve. Decepcionado, Derly apontou supostos erros de julgamento que o levaram a perder para Pedro Dias, judoca português.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sem brilho? Não

A queda e, instantaneamente, a frustração. Palavras, para quê se os olhos do nosso único ginasta em Pequim, Diego Hypólito, já nos dizia tudo o que se passava dentro de sua cabeça?

A manhã de hoje reservava grandes e amargas surpresas a Diego. O favorito à conquista da medalha dourada seria o terceiro a se apresentar na final do solo. A, aparente, frieza de nosso atleta nos dava grandes indícios de que o Brasil somaria mais um ouro em Pequim. Infelizmente não foi o que aconteceu.

Uma queda no fim da apresentação apagou qualquer chance de pódio para o brasileiro. Bom para o chinês Zou Kai que com a nota 16.050 conquistou o ouro. Provavelmente os chineses conquistarão todas as medalhas de provas individuais da ginástica artística masculina.

A China já tem 35 medalhas de ouro, quantidade que os EUA possuíam ao fim dos Jogos de Atenas. E olha que falta uma semana para o término da 29ª edição dos Jogos Olímpicos! Acho que eles nunca pensaram que seria tão fácil ultrapassar os estadunidenses em número de ouros.

Retornemos à ginástica. Jade Barbosa falhou na apresentação de seus dois saltos na decisão do individual feminino do salto sobre a mesa. A lesão no punho direito impediu que a ginasta ousasse e apresentasse saltos de maior dificuldade como fez a norte-coreana Hong Su-Jong, que acabou ficando com o ouro. Jade foi a 7ª colocada e, como prova de que está amadurecendo, conteve as lágrimas e aceitou o resultado.

O fantasma de Atenas voltou a assombrar à Daiane dos Santos. A ginasta não caiu como aconteceu no final do solo na última edição dos Jogos, porém saiu do tablado duas vezes. Mesmo executando os dois mais difíceis saltos da prova de solo feminino, o duplo twist carpado (Dos Santos) e o duplo twist esticado, Daiane não conseguiu uma nota que a fizesse ultrapassar a 6ª colocação. Ganhou quem errou menos, no caso a romena Sandra Izbasa.

Apesar dos pesares, devemos descartar a idéia de que a apresentação de nossos ginastas em Pequim “foi vergonhosa”. Para os de memória mais relapsa, refresco a mente: em Pequim conseguimos a, inédita, classificação para a disputa por equipes; Jade e Ana Cláudia disputaram o individual geral; e tivemos três ginastas competindo em finais por aparelhos. Não tenho dúvidas de que, mesmo que timidamente, o Brasil vai conquistando respeito das grandes equipes e o esporte se consolidando como forte candidato à nos dar muitas alegrias no futuro próximo.

Para quem fica: sorte

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pelo amanhã

A eliminação era inevitável. Vencer as dificuldades ligadas ao entrosamento da dupla e, principalmente, reduzir a pó o favoritismo de Walsh e May - atuais campeãs olímpicas - eram os maiores desafios de Ana Paula e Larissa. O sonho da conquista da medalha de ouro, por parte das brasileiras, teve fim nos derradeiros minutos de ontem (16) na Arena de Vôlei de Praia de Chaoyang.

As americanas traçaram o plano perfeito. Obrigaram Ana Paula - visivelmente deslocada - a cuidar dos ataques brasileiros. Larissa, por sua vez, tentava contornar a ineficiência do ataque da parceira defendendo bolas incríveis, porém o esforço da nossa pequena guerreira não foi o suficiente para evitar a derrota por 2 sets a 0 (21/18, 21/15).

Renata e Talita seguem surpreendendo. A, "segunda", dupla brasileira duelou na manhã de hoje (17) com as australianas Barnett e Cook, esta campeã olímpica em Sydney. Para a surpresa de todos, as brasileiras venceram com autoridade, importante ressaltar, uma das duplas tidas como favoritas ao título. Dois sets a 0, parciais de 24/22 e 21/15.

Amanhã, a dupla brasileira enfrenta as algozes Walsh e May às 22h, horário de Brasília. Se passarem pelas estadunidenses, as brasileiras estarão a um passo da medalha de ouro, já que deixariam para trás as favoritas à conquista dela e chegariam com o moral elevado à estratosfera na final da competição.

Que venham as japonesas!!!

As meninas do vôlei de quadra brasileiro fizeram sua 5ª vítima em jogo pela quinta e última rodada da fase de grupos da Olimpíada de Pequim. Foi a vez da Itália atestar a força e determinação da equipe de José Roberto que trilha o caminho, que beira a perfeição em quadra.

A apresentação foi impecável e não podia ser melhor. Paula Pequeno, Mari e Sheila arrebentaram no ataque; Fabi fez uma partida memorável com belas defesas e um correto posicionamento em quadra; e a nossa mineirinha, Fabiana, irritou as adversárias ao criar, com seus longos braços, uma muralha instransponível, o que fazia com que os ataques italianos revertessem em ponto para o Brasil. Resultado: 3 sets a 0 (25/16, 25/22, 25/17).

Cinco confrontos, cinco vitórias: é com essa campanha, primorosa, que o Brasil termina a fase de grupos, líder da chave B. Na próxima terça-feira as brasileiras jogam as quartas-de-final contra o Japão, adversário que, modéstia à parte, não oferece riscos às brasileiras.

sábado, 16 de agosto de 2008

Braçadas rumo ao sonho olímpico

“Em 21 segundos e 30 centésimos tudo pode mudar”?

Ao amigo internauta sem-fronteira, termo sabiamente usado pelo editor de Política e Internacional, Lucas Catta Prêta, convido a uma retrospectiva acerca do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Beijing (ou Pequim, para os mais práticos). Até às 23 horas e 39 minutos, o Brasil ocupava o pouco invejado 48º lugar, com quatro medalhas de bronze, sendo três conquistados no judô e uma na natação, com César Cielo Filho.

Eis que às 23 horas e 42 minutos, com um tempo de prova de 21 segundos e 30 centésimos, o novo recorde olímpico para os 50 metros - nado livre, o menino de Santa Bárbara d’Oeste, que aos 12 anos praticava judô, vence a mais rápida prova da natação e coloca o país em 28º lugar, vinte posições acima daquela marcada pelo quadro três míseros minutos atrás.

O nadador paulista era por muitos, mero desconhecido em meio à imensidão de atletas, que durante o dia 06 de agosto até o dia 24 do mesmo mês, mantêm vivo o sonho olímpico. Lembrado por alguns ex-campeões, como Gustavo Borges e por comentaristas do especializado, César fora ofuscado pelo brilho do fenômeno pan-americano Thiago Pereira, para muitos brasileiros, o melhor nadador do mundo, atrás de Michael Phelps.

Então, Cielo sacou seu cartão de visitas ao Brasil, carente de ídolos na natação, e ao mundo, mostrando o resultado de três anos de dedicação, trabalho e concentração nos Estados Unidos. Duas quebras de recordes olímpicos nos 50 metros livre, prova em que levou o ouro, e uma medalha de bronze nos 100 metros livre, prova que não é a sua especialidade.

Agora, quando o amigo internauta for assistir aos embates nas piscinas, saiba que os gritos de “Vai, Thiago!” ecoarão fortes. Mas, lá do lugar mais alto, almejado pelos atletas de ponta e conquistado por homens e mulheres a se aproximar dos limites, um uníssono poderá se ouvir – Valeu Cesão!

Auto-explicativo, mas...

... vale um comentário: é sempre assim. Somos parados por um bando de indivíduos com um baita sorriso no rosto, belas palavras e um discurso na ponta da língua. O pior de tudo, é quando tomam posse e nunca mais os vemos. Neste ano, com os vereadores, posso dizer categoricamente: não tenho notícia de nenhum que tenha se envolvido com o 'povo' antes do período eleitoral. Eles ficam lá, em seus confortáveis gabinetes e quando começa a época de campanha, com muito esforço, saem de dentro de seus carros blindados, suas coberturas confortabilissímas e vão para as ruas apertar nossas mãos e tirar foto com crianças.

E no caso de deputados e senadores, adoro quando dizem: "O fim de semana é para contato com as bases eleitorais." Claro que sim! Afinal de contas, tenho certeza que todos nós já topamos com um deputado ou senador no fim de semana, no Mercado Central, tomando uma cerveja e comendo um fígado acebolado.

Situação pra lá de corriqueira, não é mesmo?

E com pessoas tão boas assim no Legislativo, a tão necessária reforma política não vai sair é nunca, claro. E assim, vamos levando a vida...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ego olímpico?

Olá caro sem-fronteira. Bom, nesta história toda dos Jogos Olímpicos, até a editoria de internacional foi afetada. Explico: (quase) todos sabem que no ranking de medalhas das Olimpíadas, o critério é, ou seria bastante simples: a ordem é estabelecida pelo número de medalhas de ouro; medalhas de prata e por último as medalhas de bronze.

Mas há um país que não usa estes critérios, estabelecendo assim, um próprio. E este país, qual seria? Os Estados Unidos é claro. O critério utilizado por eles é o seguinte: a soma de todas as medalhas, o número total.

O Jornal Nacional desta noite mostrou uma reportagem justamente sobre isto, mas de uma forma não muito correta: o que eles quiseram vender em sua matéria foi que a imprensa norte-americana faria a contagem dessa forma, para assim, não ficarem atrás da China, que lidera com folga em número de medalhas de ouro nestes Jogos. Mas isso, não é verdade: na Olimpíada de Atenas, em 2004, os Estados Unidos tiveram 35 medalhas de ouro, contra 32 da China, porém, no quadro de medalhas à lá États-Unis, os russos ficaram na frente dos chineses já que tiveram 92 medalhas no total, contra 63 dos chineses, embora tiveram 27 medalhas douradas. Naquela ocasião portanto, os norte-americanos seriam os primeiros usando qualquer critério, mas mesmo assim, a imprensa usou a colocação com a soma total de medalhas.

De fato, os principais canais de televisão norte-americanos usam o critério da contagem total de medalhas: a NBC, CNN e FOX. A imprensa escrita também: até mesmo o The New York Times usa este critério. A mídia eletrônica, idem: o Yahoo! USA faz uso do mesmo critério, enquanto o Yahoo! Brasil não.

Se formos pensar bem, será que este critério não seria mais justo? Um país, por exemplo, com 15 medalhas de bronze não mereceria estar à frente de outro com apenas uma medalha de prata? Particularmente, acredito que sim.

Os compatriotas de Bush têm sistemas de peso, medidas,temperaturas e contagem de medalhas próprios. Finalmente, algum, este último, beneficiou alguns países incluindo o Brasil. Afinal de contas, estamos empatados com alguns países na 18ª posição. No resto do mundo, uma vexatória 45ª. Quase 30 posições, fazem a diferença.

N.A: Classificação até às 23:37, hora de Brasília. Sujeito a alterações.

Museu da Pessoa

São histórias diversas: algumas fortes e complexas que sensibilizam, impressionam; outras, retalhos desconexos no tempo, que insiste em fragilizar a memória humana. Porém, mesmo as mais pequenas não perdem sua significância, afinal, cada história é particularmente singular e merece ser contada e recontada.

A proposta do Museu da Pessoa é simples: preservar histórias de vida - coletando depoimentos - e reunir essas múltiplas vozes e relatos visando a conservação da nossa memória social, o que é indiscutivelmente interessante e necessária. O que é um povo sem memória?

Através da reunião desses pequenos fragmentos de universos particulares, o Museu da Pessoa nos apresenta uma cultura extremamente heterogênea e rica que condiz com a grandiosidade de nosso território. De norte a sul do país, o projeto já proporcionou a muitos brasileiros a possibilidade de contarem suas histórias e contribuírem para com a missão da entidade que é tornar a história de cada pessoa valorizada pela sociedade.

É importante ressaltar que através desses depoimentos, torna-se possível o desvendar da história do Brasil (existem muitos depoimentos de relevância histórica) a partir da visão do povo - próprio construtor dela.

Mesmo que de maneira involuntária, o Museu da Pessoa, através das inúmeras caravanas que percorrem esse Brasil continental a procura de histórias, consegue mapear o país e o perfil de sua população. Mediante os vídeos disponibilizados no site do projeto, podemos perceber nitidamente as disparidades do nosso país. Por esse motivo, parte do material coletado pode ser encarado como verdadeiras denúncias sociais.

O Museu, que tem cede em São Paulo, e o site da entidade são excelentes aparatos para que nossos governantes tenham idéia do que precisa ser trabalhado para guinar o crescimento e desenvolvimento do país.

Visite o site do Museu da Pessoa (clique aqui) e se maravilhe com a confluência de histórias e culturas nele presente. Você tem a possibilidade de explorá-lo de diferentes formas: existem depoimentos escritos, vídeos e áudios. Como diz o slogan da instituição, “Uma história pode mudar o seu jeito de ver o mundo”. Não duvide disso!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Nas piscinas, no tatame, no ring e na praia: é Brasil pra todo gosto

Natação

A primeira medalha da natação brasileira em Pequim foi conquistada na noite de ontem pelo promissor César Cielo. O bronze - conquistado na prova dos 100m livre - veio acompanhado do recorde sul-americano (47s67) e arrancou lágrimas do jovem nadador brasileiro. Agora, Cielo tem pela frente a semifinal dos 50m livre, prova em que é favorito. Nas eliminatórias César conseguiu o 2º melhor tempo (21s47) um centésimo de segundo acima do recorde olímpico. A semifinal acontece hoje (14) a partir das 23h e a final na próxima sexta (15) às 23h39.

Thiago Pereira busca sua primeira medalha olímpica na noite de hoje (14) a partir das 23h40. Ele nada os 200m medley e terá como concorrente direto o papa-medalhas Michael Phelps que segue com o seu “modesto” plano de abocanhar, nada mais nada menos, que oito medalhas douradas. Na semifinal Thiago conseguiu o 3º tempo com a marca de 1m58s06. Dona Rose, mãe do nadador, que prepare o grito e a coreografia - conhecida por todos nós. O minastenista tem reais condições de surpreender!

Já Kaio Márcio nadou ou 200m borboleta e com o tempo de 52s28 se credenciou para a semifinal da prova que acontece na sexta (15) a partir das 0h e a final a partir das 23h do mesmo dia. Sorte à rapaziada das piscinas!!!

Judô

O judô brasileiro não teve um dia feliz. A judoca Edinanci Silva e o campeão mundial meio-pesado, Luciano Corrêa, foram derrotados logo em suas primeiras lutas. Edinanci ainda teve a oportunidade de brigar pelo bronze, porém caiu diante da sul-coreana Jeong Gyeong-Mi. Ao fim da luta Edinanci tinha a feição visivelmente abatida. Luciano Corrêa desabou em lágrimas: era o favorito ao ouro.

Boxe

As competições do boxe estão bem no início, mas o Brasil vem obtendo ótimos resultados. Os pugilistas Robenilson Vieira, Paulo Carvalho venceram suas lutas preliminares e agora brigarão por um lugar nas oitavas-de-final de suas respectivas categorias. Já o meio-pesado Washington Silva conseguiu avançar às quartas-de-final. Se passar por elas, garante, ao menos, um bronze.

Vôlei

O vôlei de quadra masculino passa por momentos de crise. A partida de hoje (14) contra a Rússia, mostrou que a conquista da medalha de ouro pode ser desejo utópico demais para a triste realidade do grupo: ele parece não ser mais o mesmo. Apatia e falhas - inúmeras falhas de ataque - marcaram a partida da madrugada de hoje.

Esquecer a derrota, de virada, por 3 sets a 1(22/25, 26/24, 31/29, 25/19) é impossível. Reter o que ela tem a ensinar, não. Espero, apreensivo, que o voleibol inteligente e bem jogado - que é marca característica da seleção brasileira - entre em quadra jogo por jogo, até a decisão pelo topo do pódio olímpico.

Nas areias, Talita e Renata confirmaram o 1º lugar do grupo F ao vencer por 2 sets a 0 (22/20, 21/19) as gregas Karantasiou e Arvaniti. Já Márcio e Fábio Luiz se redimiram da derrota para os austríacos na última rodada e venceram os russos, Barsouk e Kolodinsky por 2 sets a 0 (24/22, 21/17).

Agora as equipes entram na fase das oitavas-de-final. É mata-mata, quem perder dá adeus à competição e às areias de Pequim. Na próxima sexta-feira as duplas femininas entram em ação. Talita e Renata enfrentam as norueguesas Maarseide e Glesnes, já Ana Paula e Larissa pegam as alemãs, Pohl e Rau. Sábado é a vez de Ricardo e Emanuel duelarem com os russos Barsouk e Kolodinsky e Márcio e Fábio Luiz enfrentarem a dupla japonesa composta por Asahi e Shiratori.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ideologia partidária

Olá sem-fronteira! Aqui estamos em mais uma postagem no dia que deve ser, título do post correto, parágrafos na ordem e estrutura que devem estar e por último, e muito importante, um assunto que me deixou ‘matutando’, como diz meu avô.

Todos sabem, que a eleição em Belo Horizonte é algo muito bonito, suprapartidário e sim, não há dúvidas: para o bem de da cidade. Isso, na cabeça de Fernando Pimentel, do PT e Aécio Neves, do PSDB. Pois bem, o que de fato e concreto nós sabemos é que Pimentel e Aécio montaram uma aliança no mínimo bizonha e levando à um caminho que cada vez mais poda o debate político no estado. Aqueles que pensam ao contrário, tudo bem. Muitos podem realmente acreditar que um debate civilizado pode acontecer entre dois antagonistas da política: PT e PSDB. A aliança desses pseudo-rivais aqui na cidade seria assim um esboço de algo a nível nacional, talvez. Por que não?

Sendo assim, é de se imaginar que pelo menos Aécio Neves e Fernando Pimentel não criticassem o partido alheio, afinal de contas, BH é prova concreta deste belo caminho de convergência, união. Correto? Sim, na teoria. Digo na teoria, porque hoje, surpreendentemente encontro uma matéria no G1, na qual Aécio, em encontro no Banco Mundial, critica o “descontrole de gastos do governo Lula”.

Bingo! É isso que me deixou ‘matutando’. Como Aécio Neves endossa o apoio de Fernando Pimentel a um candidato e ao mesmo tempo, critica o partido do mesmo Pimentel? Confuso, não é? Também acho. Mas não me surpreendo: essa confusão é proporcional a falta de ideologia partidária neste país.

Aécio então estaria se contradizendo. Ou talvez, não. Não sei, juro. O que vemos hoje no cenário político nacional é uma ciranda de confusões: PT-PSDB em Belo Horizonte são amigos. Aqueles que moram em São Paulo sabem as farpas que são trocadas entre Alckmin, PSDB e Marta, PT. DEM-PSDB no plano federal são aliados, em BH, rivais. Em São Paulo, idem. E bota rivais nisso!

Quem sai perdendo com tudo isso? Adivinhem, adivinhem! Se você disse: “Eu” ou “Nós”, acertou. Ficamos assim, sem alternativa. Sem saber em quem confiar, em quem votar. Hoje em dia, ser filiado a algum partido é tolice, afinal, todos se misturam, se mancomunam.

Podem falar o que quiserem do sistema eleitoral e político americano: bipartidário, maluco, confuso etc etc. Mas uma coisa, é inegável: lá, há sim dois caminhos que podem ser escolhidos. Afinal de contas, é evidente que o modelo de Estados Unidos e de mundo que pregam Democratas e Republicanos é diferente. Aqui, caminhamos para apenas um e podem ter certeza, que não é nem um pouco bom.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Haja coração, amigo!

Uma esmolinha pra virar burguês! - do blog Palavra Literária

Bem, amigos do Sem Fronteiras – A informação nos leva ao mundo, nós levamos a informação até você – estamos de volta para que esse editor, não obstante, abra seu artigo com algo marcante, trazendo-lhe fatos da economia com bom humor. O caro internauta provavelmente matará a charada, mas certamente não saberá o teor da piada. Ainda! Afinal, muita água há de rolar e para tratarmos dos solavancos do mercado de ações, nada melhor que a emblemática frase do jornalista Galvão Bueno: “Haja coração, amigo!”.

A edição de domingo (10) do Jornal Hoje em Dia, um dos grandes veículos impressos da capital mineira trouxe aos seus leitores, um panorama acerca da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Segundo a reportagem, desde agosto de 2007 até julho de 2008, os títulos de maior liquidez, ou seja, papéis que o investidor consegue se desfazer com maior rapidez, os da PETROBRÁS e da Vale, sofreram queda de 34% e 37%, respectivamente. Números preocupantes, uma vez que a fuga de capital acarreta em investimentos de menor porte, como a poupança.

A perda de rentabilidade dos dois principais títulos da Bovespa fez com que o índice do mercado de ações, o Ibovespa, representação da movimentação financeira das 63 principais empresas da Bolsa, acumulasse perda de 13% ao ano. Essa queda foi puxada por questões já discutidas no Sem Fronteiras, como a oscilação no preço das commodities, dentre elas o petróleo e metais como o níquel, que sofreu com a forte desvalorização. Além disso, há novamente a questão da crise estadunidense, que abalou os alicerces da economia mundial.

Preste atenção e comece a esfregar as mãos e, por que não, a sonhar! A queda na Bolsa está ligada à venda dos títulos de liquidez, como o PETROBRÁS e o Vale. Com o mercado inseguro, os investidores recorrem a economias emergentes com taxas altas, como a brasileira, para negociar seus papéis e evitar grandes perdas. E com o declínio no valor dessas tão cobiçadas ações, o trabalhador que liga a televisão, ouve que a Bolsa caiu e brinca de une-dune-tê para saber se o fato é bom ou ruim para sua vida, terá sua chance, talvez ÚNICA, de adquirir ações.

A incerteza do mercado passará a médio prazo e com as descobertas de novos campos de petróleo, aliada a necessidade de metais, cada dia mais escassos, a tendência é que esses títulos se valorizem. Mas como o que o pobre operário brasileiro ganha mal dá para encher a mesa, pensar em ações chega a ser utopia. Daí não esquente a cabeça, penses que tudo lido tem utilidade, afinal, Chico Buarque já dizia: “Amanhã, vai ser outro dia”. Contudo, enquanto esse dia não chega, não aposente a caneta, o papel e o jargão do outro Chico, o Anysio, já que são grandes as emoções e “O salário ooó!”.
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As esperanças se renovam

Confira um panorama da natação e do vôlei masculino nessa madrugada, dia 12, horário de Brasília:

Natação

A madrugada de hoje (12) mal havia começado no Brasil e os nossos nadadores já haviam conquistado bons resultados nas piscinas do Cubo D’água, em Pequim. Kaio Márcio foi o primeiro a cair na água. Nadou as semi-finais e se garantiu na final do 200m borboleta com o 6º melhor tempo, 1m55s21. Como era de se esperar, o estadunidense Michael Phelps foi o mais veloz, 1m53s70, por isso nada na raia central e mantém viva a esperança - real - de conquistar suas oito medalhas de ouro. Fique de olho! A partir das 23h20 de hoje (12) acontece a final dos 200m borboleta.

César Cielo nadou as eliminatórias dos 100m livre e conseguiu a 7ª colocação entre os 16 nadadores classificados para as duas semi-finais que acontecerão na noite de hoje (12) a partir das 23h. Cielo fez o tempo de 48s16, frações de segundo acima do australiano Eamon Sullivan que encabeçou a lista dos classificados para as semi-finais da prova.

Tanto ao Kaio Márcio quanto ao Cielo, vale a torcida brasileira. Não seria exagero dizer que ambos possuem reais chances de surpreender e, quem sabe, nos fazer subir no quadro de medalhas e abandonar a incômoda 31ª colocação (vale lembrar que o judoca Tiago Camilo conquistou a medalha de bronze, nessa madrugada, na categoria meio-médio, algo insuficiente para alterar a posição brasileira no quadro geral).

Vôlei Masculino

Quem viu a Sérvia fechar o primeiro set do jogo contra os brasileiros na madrugada de hoje (12), provavelmente teria colocado “em xeque” a capacidade dos nossos jogadores. “Chegara ao fim a bem sucedida era Bernardinho, da seleção impecável de apresentações irretocáveis?”.

Poderia parecer precipitado demais em minhas conclusões, afinal era o fim do 1º set dos cinco possíveis. Porém, assim como todos os brasileiros, havia me acostumado a ver a seleção vencer a todos os contra-tempos e adversários possíveis de maneira arrasadoramente incontestável. A perda de um set sequer, me deixava ligeiramente apreensivo, principalmente quando lembrava das derrotas seguidas na Liga Mundial.

Ao longo do 2º set, a pergunta acima foi se desvanecendo de minha mente. O Brasil virou o jogo com uma belíssima apresentação diante da equipe sérvia: 3 sets a 1 (25/27, 25/20, 25/17 e 25/21). O placar implantou em mim outra dúvida: “Talvez o gigante teria apenas adormecido durante a fase final da Liga Mundial”. Por via das dúvidas, é melhor nos apegarmos a isso, pois é isso que nos conforta (Rs).

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Quando a cor pouco importa

O judô é um dos mais árduos esportes olímpicos. Além de ágil e concentrado, o judoca tem de ser disciplinado e exercitar a paciência a todo o tempo. Até a conquista das tão desejadas medalhas olímpicas, o atleta precisa passar pelo longo e extenuante processo de vencer luta por luta. É como subir uma escada degrau por degrau, fazendo do equilíbrio algo fundamental e necessário. Após uma derrota, o judoca que não ergue a cabeça e não assume seus erros não é digno de continuar na briga por um lugar no pódio.

Teoricamente, o bronze é inferior ao ouro. As cores, as densidades, os valores dos metais são díspares se comparados. O brilho também é diferente, TEORICAMENTE falando. Ou alguém acredita que o brilho do bronze conquistado por Ketleyn Quadros agregado ao sorriso cintilante da brasiliense, possa ser ofuscado pelo de qualquer outro metal de valor?

A primeira medalha brasileira na Olimpíada de Pequim saiu dos tatames na manhã de hoje (11). O bronze de Ketleyn entrou para a história do esporte brasileiro. Ela é a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em um esporte individual. Um ippon sobre a australiana, Maria Pekli, foi o suficiente para que a judoca brasileira passasse por uma das mais agradáveis e gratificantes experiências de sua carreira até o momento.

Já Leandro Guilheiro, repetiu o feito de Atenas, conquistou mais um bronze para o Brasil. Leandro venceu o iraniano Ali Malomat por ippon aplicado aos 23 segundos de luta, o que dá a falsa sensação de que teria sido fácil a conquista do bronze, mas não foi. Logicamente não foi nada fácil ter de amargar a derrota para o sul-coreano Wang Ki-Chun. Mas Guilheiro demonstrou maturidade e sangue frio vencendo as três lutas que o levaram à conquista da medalha de bronze. Ao fim da luta, Leandro era só alegria e vibração.

Olimpíada vista do alto

Via sítio Estadão

Os 29º Jogos Olímpicos da Era Moderna despertaram nos chineses uma espécie de fascínio pelos lugares altos e pelas visões panorâmicas, que se traduz em atitudes magnânimas e em figuras um tanto excêntricas. A Olimpíada de Beijing 2008 mostrou ao mundo as reais ambições chinesas. Basta lembramos do acender da pira, no qual um ex-atleta chinês subiu aos céus, correndo harmoniosamente no ar, rumo ao topo, o local onde a chama olímpica inflama e os planos, desejos e sonhos se fazem mais vivos.


Via blog Bastidores Olímpicos, do Sistema Globo

A grande e vibrante torcida chinesa, desde cedo aprende que as “limitações são fronteiras criadas apenas pela nossa mente” e imbuídos pelo espírito olímpico, deixam o provérbio e seguem nossa cartilha (modéstia à parte), superando as fronteiras e levando a informação até você. Afinal, a escassez e a falta de verbas não é exclusividade desse diário da web e de seus parceiros. São algo comum até mesmo as grandes redações, restritas pelo número de enviados permitidos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). E assim são as coberturas esportivas – reservadas de surpresas e curiosidades.


Dos céus de Pequim, que entrelaçam fogo e ar, para outro lugar não muito distante. Um gigante, de 2,26 metros, fez o confronto China e Estados Unidos perder seu brilho por instantes. Yao Ming, pivô e atleta da NBA (Liga de Basquetebol Americana), fora um destaque especial e também o porta-bandeira da maior delegação chinesa da história – 570 atletas. Uma figura que representa bem as ambições da grande nação emergente, que sonha alto, onde todos possam vê-la e ela possa contemplar o horizonte, aonde o sol se põe lentamente, dourado como as medalhas que o país almeja conquistar.

domingo, 10 de agosto de 2008

Internauta olho clínico

Já se tornou costume publicarmos nos domingos, a visão do internauta sem-fronteira. Hoje, traremos uma análise da primeira rodada do futebol olímpico por Camila Paulos, estudante de jornalismo, paulista e blogmaster do Respirando Futebol... e do Sobre Todas as Coisas. Confiram o olhar clínico de nossa internauta:


As meninas entraram em campo na quarta-feira (6), às 6h, pelo horário de Brasília, para enfrentar um páreo duro: a seleção alemã. O estádio em que o jogo foi realizado é um dos piores, senão o pior, em condições de gramado. Mas não houve reclamações.

Como já era de se esperar, a partida não foi nada fácil para as brasileiras. Mas também não foi moleza para as alemãs. As duas equipes jogaram bem e criaram boas chances de gol. Dado o equilíbrio entre os elencos, a partida terminou empatada.

Marta, como sempre, sofreu uma forte marcação, mas mesmo assim criou boas jogadas, como o cruzamento para área em que Cristiane acabou passando da linha da bola e não conseguiu uma cabeçada eficiente.

Vale ressaltar a boa arbitragem na americana. Um exemplo para muitos árbitros do mundo a fora.

Mesmo com o empate, a seleção olímpica brasileira fez uma boa estréia. Acredito também que a Alemanha seria o adversário mais difícil dessa primeira fase. Meninas, confio em vocês.

Já os meninos jogaram na quinta-feira (7), também às 6h e no mesmo estádio. Era esperado que a Bélgica não desse tanto trabalho, pois o combinado deles não teria nem metade da força que o do Brasil tem.

Porém, em campo as coisas não foram assim. Na maior parte do primeiro tempo, os brasileiros eram barrados pelos belgas que, assim que tomavam posse da bola, iam para o ataque com uma rapidez incrível. Criaram muitas boas jogadas e por sorte não marcaram nenhum gol.

Os rapazes não jogaram nada bem na primeira etapa. Ronaldinho Gaúcho quase que passou despercebido, juro, que em um momento achei que ele estivesse no banco. Pato parecia um poste fincado na área, não fez nenhuma jogada que mereça comentário. O resto do time não encaixava, não se livravam da marcação... quase voltei a dormir.

No segundo tempo a equipe voltou beeem melhor. Os primeiros minutos da etapa foram de total posse de bola do Brasil e muitas jogadas com perigo de gol. Depois de um tempo o jogo deu uma esfriada, e Dunga resolveu mexer no time e colocar Thiago Neves e Jô.

Minutos após a mudança saiu o primeiro gol brasileiro (nesse momento a seleção da Bélgica tinha um jogador a menos), o que para mim não foi resultado das substituições, mas sim da capacidade individual dos atletas. Em uma jogada entre Hernanes e Diego, o são-paulino mostrou sua habilidade e inteligência enganando o zagueiro e chutando forte para o gol.

Mesmo coma vantagem no placar e com a Bélgica tendo agora dois expulsos, cada vez que os adversários pegavam na bola me dava um frio na barriga. Eles são altos e as jogadas aéreas deles poderiam gerar um gol. Jô ainda marcou o segundo do Brasil no finalzinho, mas o bandeira marcou impedimento corretamente.

Um destaque negativo, aliás, muito negativo dessa partida foi a arbitragem. O juiz foi péssimo, ruim mesmo. Apitava qualquer coisinha, fez uma festa de cartões, confusão na contagem dos mesmos e expulsou dois jogadores belgas injustamente. Como um cara desses apita uma partida de Olimpíadas? Coloquem a americana para apitar o próximo, por favor.

Felizmente o jogo acabou em 1 a 0 para o Brasil, mas a atuação da equipe, mais uma vez, não convenceu. Voltei a dormir no término do jogo, mas com muitas pulgas atrás da orelha.

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