sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Estou achando que McCain vai ganhar

Olá sem-fronteira! Meus caros, estou com uma péssima sensação: acho que McCain, o candidato Republicano ao cobiçado endereço da Avenida Pensilvânia pode ganhar esta eleição.

Afinal de contas, uma coisa é a Obamamania que o mundo está passando. Podemos ter certeza: se a eleição para presidente o norte-americano fosse extendida à todos os países do globo, Obama seria o grande vencedor. Com uma larga vantagem, diga-se de passagem. Porém, outra coisa é a real situação desta eleição nos Estados Unidos. Lá, a situação de Barack é mais complicada: praticamente todas as pesquisas o colocam empatados com McCain ou em uma vantagem que a margem de erro o deixa tecnicamente empatado. Complicado.

Nesta semana, Barack divulgou seu running mate como ele dizem: Joe Biden. Também nesta semana, com muita pompa e euforia, foi realizada a convenção do partido Democrata que oficializou Obama como candidato. Depois desta convenção, nova pesquisa: Obama apareceu com 5% de vantagem sobre McCain, mas o resultado já era esperado. Tradicionalmente, após as convenções partidárias, os candidatos sobem ligeiramente na preferência do eleitorado. Ou seja, isso foi algo volátil. Passageiro.
Volatilidades à parte, coisas bem sólidas dificultam a candidatura de Obama em seu país:
  • Barack é negro - isto, em um país onde a segregação racial é explícita e ainda profundamente presente na vida e mente do americano, este é um tabu que somente Obama precisa quebrar. Boa parte do eleitorado médio norte-americano, o operariado branco vê com ressalvas um negro ser presidente.
  • Barack é de família muçulmana - como mostou a maravilhosa série do Jornal da Record, com reportagem de Heloísa Vilella, a família de Obama é de descendência muçulmana, sim, embora Barack seja cristão. E no atual momento pelo qual os EUA passam, com uma acentuada islamofobia, fruto de uma desastrosa política de Bush, os cristãos mais radicais usam suas bíblias como um escudo contra alguém com tais laços.
  • Barack é inexperiente - ter oratória é uma coisa. Experiência, é outra. A carreira política de Obama se resume à uma cadeira no senado por Ilinóis. E só. A pergunta é: isto é suficiente para guiar a nação mais poderosa do mundo?

O senador John McCain, percebendo que a inexperiência de Obama deixa muitos com um pé atrás, está usando isto como motivo para atacar seu rival. Pelo jeito, está produzindo resultados. Usando de todas as incertezas possíveis sobre Obama, McCain divulgou hoje sua running mate: Sarah Palin. Hã? Quem?

Era isso que McCain queria ouvir. Confesso, jogada genial do Republicano. Ao lançar uma mulher para ser sua vice, McCain vai tentar conquistar os órfãos de Hillary, principalmente aqueles que renegam Obama. Assim quem sabe, conseguirá alguns milhares de votos a mais, sem dúvida. Outro ponto à favor de Sarah é sua pouca expressivididade política: ela é governadora do Alaska, o maior estado em extensão territorial, mas afastado geográficamente e politicamente da América insular. Desta forma, McCain quer dizer: "Mulher, competente e não-contaminada pelo jogo político de Washington". E mais: Sarah é conservadora em muitos aspectos como o aborto (é contra), agradando assim outras tantas milhões de famílias. E para coroar: é nova. 44 anos. Pode acalmar assim, aqueles que consideram McCain velho demais. Ele completou 72 anos nesta sexta.

Com tudo isso, McCain espera engrenar sua campanha e ofuscar a bem-sucedida convenção Democrata que deu a leve vantagem à Obama. E meus amigos, torçamos para que os norte-americanos votem bem: Obama pode não ser o melhor se formos falar de relações com o Brasil, mas, mais quatro anos de um Republicano não vai ser fácil.

Que eles não repitam 2004, quando deram mais um mandato à Bush.

4 comentários:

Anônimo disse...

God forbid, meu caro, God forbid!

Abraços!

Wander Veroni Maia disse...

Estou torcendo para o Barack Obama...os americanos precisam dessa mudança para "desmitificarem" a inplicãncia que o mundo dessa população. O Jornal da Record fez uma série fantástica sobre o Kênia e mostrou que o pai e alguns dos irmãos do presidenciável americano são de lá e muçulmanos. Vcs viram? Tá lá no site do Mundo Record. Assistam, tenho certeza q vcs vão gostar.


Abraço,

=]
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LETÍCIA CASTRO disse...

Sweetie, com o anúncio da governadora do Alaska, eu tb vislumbrei uma real possibilidade de um turning aí nas eleições. A aliança tinha que ter sido Hillary-Obama, nessa ordem, aí sim, seria o melhor dos mundos. Mas os dois provaram ser antagônicos ao longo do caminho. Eu particularmente acho o Obama estremamente fake e fabricado. Antes de mais nada, não reconhecer-se negro de fato (ele insiste em apelar para a miscigenação de raças que lhe deu origem) já é um fato muito perigoso. Ele pode ter vindo de qualquer caldeirão, mas basta olhá-lo para ver que ele é negro. Ele sempre se esquivou da pecha. O que é um absurdo. E agora, mais recentemente, esse estrelismo todo... isso é falta de consistência, se o candidato tem o que oferecer,não precisa usar desses artifícios.
Se eu fosse norte-americana, seria democrata, sem dúvida. Mas, a candidata ideal pra mim foi posta de lado em nome de um oportunismo que não está se sustentando na reta final. O McCain ainda é uma incógnita. Let's hope for the best!
Lu, não poderia deixar de passar aqui para dar um beijo e um abraço apertado nos três pelo Dia do Blog. Foi o meio que propiciou esse nosso contato e amizade tão especiais que só tenho a agradecer.
Continuem assim. Eu continuarei por aqui, com certeza.
Beijos a todos!
Letícia.

Heliarly F. Rios disse...

Torço pelo Obama, fiz até um texto no meu blog sobre a candidatura dele.

http://www.doideirapura.com/2008/08/eu-acredito.html

Sei que o moralismo americano pode impedir a entrada desse político tao novo e com cheiro de esperança ao poder, mas como brasileiro e distante da disputa só me resta torcer.

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