segunda-feira, 25 de agosto de 2008

China se despede cheia de si e de medalhas

A República Popular da China despediu-se do mundo sem os atributos únicos e a magia da cerimônia de abertura. Nem era preciso. Afinal, o brilho das 51 medalhas de ouro conquistadas pelo país-sede da Olimpíada foi o bastante para alimentar o orgulho chinês, estampado nos rostos serenos e no olhar curioso, que durante esses 16 dias de competição, viu cenas memoráveis, chorou com medalhas quase inatingíveis e irradiou alegria a cada vez que a bandeira vermelha, símbolo da Revolução Campesina Chinesa subia os céus, ocupando lugar de destaque entre as demais.

Os maiores Jogos da história trazem consigo marcas expressivas, inesperadas por muitos. Em pouco mais de duas semanas, 34 novos recordes mundiais destronam resultados consolidados, em alguns casos, há mais de vinte anos. Mais de 50 recordes olímpicos foram estabelecidos e pela primeira vez, o Brasil liderou o quadro de medalhas dentre os países latino-americanos, superando a ex-potência esportiva, Cuba, que conseguiu apenas uma medalha de ouro, além de 11 de prata e 11 de bronze.

Quanto à festa de encerramento, quaisquer comentários seriam superficiais, tal grandiosidade do evento, que apenas não se compara a magnânima abertura olímpica de Beijing. A cerimônia homenageou os voluntários, imprescindíveis na organização do evento, além de grandes vencedores e atletas que aparentemente saíram derrotados, mas com a alma lavada e o dever cumprido, após superarem seus limites. A história da China, logicamente, foi abordada, através da tecnologia, mais um ponto favorável à China.

O ápice estava por vir. Plácido Domingo e Song Zuying emocionaram a platéia, que fora inebriada pelas 396 chamas humanas, que simbolizaram o fogo que arderia na memória daqueles que vivenciaram essa linda história. Os atletas dos 204 países só não aguardavam um anúncio estonteante e tecnicamente espetacular dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, em que David Beckham saudou os chineses e o mundo, em cima de um ônibus de dois andares inglês. E por fim, três atletas seguros a uma escada presa ao avião, abanaram lenços dando adeus ao Beijing.

E assim se despediu a China. Cheia de si e de medalhas, ostentadas por uma geração de atletas formidáveis, que mesmo ante a repressão, calada e maquiada pelos veículos de comunicação controlados pelo PC Chinês, não deixaram com que as divergências políticas se tornassem motivo para uma guerra declarada em tatames, quadras, raias, campos e afins.

Que venha Londres! E que o Brasil até lá compreenda o quão importante é se investir no esporte. Pois como disse Michael Phelps, simplesmente o maior atleta de todos os tempos e o nome desses Jogos, "Com tantas pessoas dizendo que não poderia ser feito, tudo o que se precisa é imaginação".

1 comentários:

LETÍCIA CASTRO disse...

Oi, Lu! Tudo bom? rs
Amigão, concordo plenamente com vc. A hora em que o Plácido e a Song Zuying (que tem música até no nome e que, by the way, eu não conhecia) abriram a boca, aí os pelos se arrepiaram e, sem entender uma palavra, a gente chora, né? Foi o ápice mesmo, bem lembrado.
Também concordo com o Phelps.
Agora, peralá, parabéns a todos nós!!! Pô, show à parte demos vcs, nosso compadre Wander e, humildemente rs, o Babel, vc não acha, não? Eu acho que pra Londres tinham que contratar a gente com todas as regalias, tudo pago e logo de antemão pra garantir, combinado? hehehe Mas, eu tenho a impressão que veremos os próximos olympics de perto... Que seja a profecia!
Beijos e muitos, muitos parabéns pelos textos de primeira, como sempre, com temas originais, pela assinatura "China sem fronteiras", enfim, por toda a abordagem do SFW. E tenho certeza que os leitores desfrutaram a gosto da generosidade e do árduo trabalho de toda a equipe.
E a gente continua se vendo por aqui e por lá tb, tá bom?
Inté!

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