quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A chama não se apagou

Das voláteis e cristalinas águas do monumental Cubo D’Água brotaram algumas medalhas olímpicas - condignas recompensas aos que durante anos pautaram suas vidas em duas únicas palavras: dedicação e renúncia.

Naquelas mesmas águas estavam concentradas as esperanças estadunidenses em “solo” chinês. Especialidade dos norte-americanos, a natação era o principal triunfo dos atletas da terra do Tio Sam e esporte através do qual os Estados Unidos esperavam ganhar muitas “douradinhas” e, assim quem sabe, ultrapassar a pretensiosa dona da casa, a China, que lhes havia preparado surpresas indigestas.

Michael Phelps, badalado nadador norte-americano, chegou a assustar os chineses que de olhos quase fechados de tão puxados avistavam de longe aquele que poderia ameaçar e frustrar os planos de toda uma nação.

Perplexo. Foi assim que o mundo ficou diante do “fenômeno” Michael Phelps que detinha o controle de todas as sete provas que disputou e venceu. Mas se engana quem pensa que Phelps tenha roubado toda a cena.

Os chineses estão prestes a conhecer e reverenciar o verdadeiro senhor de todas as raias. Brasileiro, deficiente visual, humilde, de sobrenome simples e que atende pelo nome de Clodoaldo. Em 2005 o nadador brasileiro, Clodoaldo Silva, foi eleito o maior atleta para-olímpico do mundo após a irretocável apresentação em Atenas onde conseguiu seis ouros e uma prata além de ter batido recordes mundiais que até hoje estão sob seu domínio.

Em Pequim, Clodoaldo pode voltar a surpreender e fazer história, já que disputará, no mínimo, nove finais para-olímpicas nas piscinas do Cubo.

Os exemplos citados respaldam a idéia de que talento indifere das condições físicas de cada indivíduo.

A Paraolimpíada deveria ser um evento tão valorizado quanto os Jogos Olímpicos, mas não é bem o que acontece. Nos jornais televisivos e Internet o que temos a respeito da competição não passa de algumas poucas notas que estão condicionadas às conquistas. São remotíssimas as possibilidades de que um mero participante que tenha ficado longe do pódio, tenha seu nome mencionado pela mídia.

Sem hipocrisia! Nosso sonho é de que o especial China sem Fronteiras não acabe por aqui. E não acabará! O espírito olímpico ainda paira sobre Pequim, por isso, continuaremos a levar até você, leitor do Sem Fronteiras, o desempenho de nossos atletas em Pequim. Certamente eles nos proporcionarão momentos únicos diante das glórias e da superação acima de tudo.

A Paraolimpíada de Pequim terá início no dia 6 de setembro e suas competições se estenderão até o dia 17. Fu Niu Lele é a simpática vaquinha mascote dessa edição dos Jogos que contarão com mais de 4 mil atletas de todos as nações que se dividirão na disputa de 18 modalidades esportivas.

1 comentários:

Wander Veroni Maia disse...

Oi, André!

Que beleza, meu amigo! temos que valorizar a Paraolimpíada mesmo. O problema é assistir as disputas, uma vez q poucos meios de comunicação se interessam pela pauta - o que não é impossível de ser feito. Adorei a idéia!

Abraço,

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