Quem já assistiu às películas de Lars Von Trier, já deve ter percebido que o diretor dinamarquês pouco se importa em rodar filmes com os padrões estéticos característicos dos longas hollywoodianos. Originalidade é característica invejável em meio à homogeneidade e o arquétipo propagado no mundo cinematográfico.
Pouquíssimos diretores têm o que sobra a Lars: coragem. Quem, a não ser ele, tem a “audácia” de usar a câmera nos ombros do início ao fim das filmagens? Tudo bem que ele perde em estabilidade de imagens, mas faz com que o espectador, literalmente, se desestabilize: a estratégia confere verossimilhança aos seus, fortíssimos e poderosos, dramas. Sua câmera, em constante movimento, chega a captar a alma dos personagens.
Nas películas do dinamarquês, não encaixam figurinos e cenários pomposos. O que ele propõe levar às telonas não exige mais o abuso da simplicidade. Em filmes como Dogville (2003) e Manderlay (2005), o diretor chega a abrir mão do cenário, utilizando apenas um galpão negro. Os efeitos sonoros das películas conseguem construir, com maestria, o que nossos olhos não podem ver. O que fisicamente, não existe.
A sensibilidade de Lars é revelada não somente através das mensagens passadas através de seus longas. Mensagens estas que chegam a constranger. A escolha de suas protagonistas é, simplesmente, perfeita. Emily Watson em Ondas do Destino (1996) (filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar em 1996), Nicole Kidman, em Dogville e a excêntrica cantora islandesa Björk, dona da Palma de Ouro em Cannes, por sua interpretação em Dançando no Escuro (2000), são, simplesmente, insubstituíveis em seus papéis, desempenhando-os com brilhantismo.
A temática dos filmes do premiado diretor nórdico giram em torno, quase sempre, da análise do comportamento e natureza humana. Seus personagens são asquerosos, dissimulados, aproveitadores e perversos frente à imaculada figura de suas protagonistas. Lars demonstra sua profunda desesperança com a humanidade ao traçar interessantes análises sociológicas. Perceba como Selma, personagem de Björk, e Grace, Nicole Kidman, se aproximam da figura de Cristo. Essa é apenas uma das interpretações que podem ser formuladas a partir dos filmes de Lars Von Trier.
Com 52 anos, sendo 31 deles dedicados à carreira de diretor, Lars têm prêmios importantes no currículo, o que inclui uma Palma de Ouro em Cannes, Prêmio Goya de Melhor Filme Europeu e Prêmio Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Dançando no Escuro e, ainda, o Grande Prêmio do Júri em Cannes e um Prêmio César, também, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Ondas do Destino. O próximo projeto de Lars é a filmagem de Washington, que, juntamente, com Dogville e Manderlay completam uma trilogia.
Pouquíssimos diretores têm o que sobra a Lars: coragem. Quem, a não ser ele, tem a “audácia” de usar a câmera nos ombros do início ao fim das filmagens? Tudo bem que ele perde em estabilidade de imagens, mas faz com que o espectador, literalmente, se desestabilize: a estratégia confere verossimilhança aos seus, fortíssimos e poderosos, dramas. Sua câmera, em constante movimento, chega a captar a alma dos personagens.
Nas películas do dinamarquês, não encaixam figurinos e cenários pomposos. O que ele propõe levar às telonas não exige mais o abuso da simplicidade. Em filmes como Dogville (2003) e Manderlay (2005), o diretor chega a abrir mão do cenário, utilizando apenas um galpão negro. Os efeitos sonoros das películas conseguem construir, com maestria, o que nossos olhos não podem ver. O que fisicamente, não existe.
A sensibilidade de Lars é revelada não somente através das mensagens passadas através de seus longas. Mensagens estas que chegam a constranger. A escolha de suas protagonistas é, simplesmente, perfeita. Emily Watson em Ondas do Destino (1996) (filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar em 1996), Nicole Kidman, em Dogville e a excêntrica cantora islandesa Björk, dona da Palma de Ouro em Cannes, por sua interpretação em Dançando no Escuro (2000), são, simplesmente, insubstituíveis em seus papéis, desempenhando-os com brilhantismo.
A temática dos filmes do premiado diretor nórdico giram em torno, quase sempre, da análise do comportamento e natureza humana. Seus personagens são asquerosos, dissimulados, aproveitadores e perversos frente à imaculada figura de suas protagonistas. Lars demonstra sua profunda desesperança com a humanidade ao traçar interessantes análises sociológicas. Perceba como Selma, personagem de Björk, e Grace, Nicole Kidman, se aproximam da figura de Cristo. Essa é apenas uma das interpretações que podem ser formuladas a partir dos filmes de Lars Von Trier.
Com 52 anos, sendo 31 deles dedicados à carreira de diretor, Lars têm prêmios importantes no currículo, o que inclui uma Palma de Ouro em Cannes, Prêmio Goya de Melhor Filme Europeu e Prêmio Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Dançando no Escuro e, ainda, o Grande Prêmio do Júri em Cannes e um Prêmio César, também, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Ondas do Destino. O próximo projeto de Lars é a filmagem de Washington, que, juntamente, com Dogville e Manderlay completam uma trilogia.
2 comentários:
Algo que devemos enfatizar é a regra que Trier elaborou com Thomas Vinterberg, no qual há 10 regras para a produção de filmes, como: não usar cenários, não usar trilha sonora, usar apenas câmera de ombro, entre outras...Excelente post.
Esse é o diretor! Gosto dos trabalhos dele, principalmente Dogville, pela série de discussões que o filme faz, tanto pela estética, qto pela linguagem.
Parabéns pelo texto envolvente!
Abraço,
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