quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dissabor


Antes de a bola rolar para o grande clássico latino-americano, os dois telões de 75m2, situados atrás das metas adversárias, recontaram a história do estado de Minas Gerais e nos relembraram um passado de glórias, quando Pelé, Rivelino, Gérson, Tostão & cia. faziam com que nós e o mundo inteiro, nos inebriássemos diante de tantos talentos e jogadas espetaculares que jamais sairão de nossa mente.

O gigante da Pampulha ganhara todo um esquema de iluminação, realçando ainda mais sua beleza diante da lua cheia do céu belo-horizontino. O placar eletrônico do Estádio Governador Magalhães Pinto, que fazia tremular as vivazes bandeiras brasileira e argentina, passou os 90 minutos a espreita de um gol que teimou em não sair, marcando um insosso 0 a 0 do início ao fim da partida.

Então, toda a magia de um jogo sem precedentes perdeu-se num Brasil e Argentina sem brilho, que não nos remete em nada, às batalhas travadas anteriormente. Duelos que tiravam o fôlego e faziam disparar o coração de qualquer um que ousasse assistir aos jogos protagonizados por essas seleções.

O show mesmo, ficou por conta das bandas mineiras Jota Quest e Skank, que embalaram a galera antes e no intervalo do jogo, tão somente. Uma pena, em se tratando de uma partida que ferveu em momentos esporádicos. Também, seria impossível de ser embalado! Depois das amargas derrotas para Venezuela, Paraguai e, agora, o empate com a Argentina dentro de seus domínios. Dunga que já rugira nas entrevistas, rugirá agora mansinho, que nem filhotinho pedindo arrego?

Bem, sorte nossa, que a Argentina também não é a mesma. O time que entrou em campo ontem se distancia e muito do que esteve presente nas Copas das Confederações e da Alemanha, quando se demonstrou equipe avassaladora, com um excelente e ágil toque de bola e um ataque poderoso.

De resto, do túnel que dá acesso ao gramado até as últimas tentativas travadas no Mineirão, viu-se um time aplicado, que se entregou dentro de campo, em busca de um placar favorável. Ora se alferes inconfidente, estive presente na arquibancada do Gigante da Pampulha, diria “Acordas quae seras tamem”. Mas, talvez meus olhos tenham se enganado, e, tudo visto por minhas retinas vire nada ao enfrentarmos um outro Paraguai, Canadá ou Venezuela.

A euforia esconde poder


Às pressas, o governo estadual determinou sua modelo: a MG-424, caminho para o CT (Centro de Treinamento) Atleticano, a “Cidade do Galo”, local em que seleção esteve hospedada nessa passagem pelas Minas Gerais.

A modelo, duramente criticada por relva excessiva e má iluminação, passou por um banho de loja, melhor, por uma maquilagem típica das administrações nacionais. Meios fios bem pintados, mato - que antes era matagal - muito bem aparado, faixas tracejada e contínua no centro da pista pintadas com forte amarelo - tudo isso ATÉ chegarmos a São José da Lapa (cidade pra lá do retorno para o CT).

Aí é outra história! Precisamos explicar o por quê?

Bem, mais à frente, o centro administrativo de Minas ganhara uma placa gigantesca que anuncia a “grande obra do governo do estado”. Ontem, o Sr. Aécio Neves reinava absoluto no Mineirão. Fizera um excelente trabalho nas Gerais! Fizera também a “fita” diante da imprensa brasileira, que, querendo ou não, teria de fazer aquele percurso para cobrir o dia-a-dia dos nossos bravos guerreiros tupiniquins.

1 comentários:

Anônimo disse...

Assim como Ronaldinho, a seleção ruma ao anonimato. Há tempos que não vemos um bom jogo. A única função de um jogador que ganha centenas de milhares de dólares: jogar bola.

É tão difícil assim?

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