segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sem alma não há paixão, entrega, quiçá futebol

Foto: Portal La Nación

Ao término da fatídica partida entre Brasil e Paraguai, ontem (15), na arena de guerra, denominada Defensores Del Chaco, reparava na camisa canarinho, para ser mais específico, no seu estado pós-jogo. Daí, percebi algo interessante, que cabe, e talvez, complemente as incontáveis justificativas apontadas pelos cronistas esportivos, desde os grandes centros até os rincões mais longínquos do Brasil, para tal fracasso. Poucas gotas de suor e lágrimas teriam sido derramadas em nome da pátria. Fica a pergunta: Será que a seleção é somente um trampolim para os grandes contratos no exterior?

De certo, é que os selecionáveis de Dunga frustraram novamente o torcedor brasileiro, que, com calos nos olhos, resultado de um futebol apático, defensivo e burocrático, assistiu agora a uma seleção sem alma. Ora, se futebol é emoção, então observamos ontem um paciente na UTI à espera de um milagre. Com ou sem trocadilhos, a formação vencedora da Copa América 2007 e implementada pelo técnico, anão de história infantil, nestas Eliminatórias para a Copa de 2010, é sem dúvida, uma fuga insensata da escola nacional e um regresso aos saudosos tempos de Lazaroni, em que ganhar de meio a zero era goleada.

A excepcional fase paraguaia e o esquema tático, melhor, a inexistência de tática brasileira, não servem de justificativa para os vexames contra Venezuela e Paraguai. A apatia que assola a seleção, acompanhando-a desde a Copa na Alemanha, em 2006, retrata o amor inconteste dos jogadores pelas cores que vestem. A técnica se esvairiu junto a gana de vencer com o manto nacional. Sem alma e quiçá futebol, anotamos nesta tarde de domingo - Paraguai 2 x 0 Brasil.

Os gols de Roque Santa Cruz, atacante de Blackburn Rovers – ING, aos 26 min da primeira etapa, e, do carrasco brasileiro na Copa Libertadores, Salvador Cabanas, atacante do América – MEX, que selou no segundo tempo a vitória guaraní, já com um jogador a menos (após a expulsão de Verón), reafirmaram as fragilidades da atual seleção. O sistema de três volantes marcadores, além de chamar o adversário para o campo brasileiro, inviabiliza o jogo ofensivo e a criatividade no meio-de-campo, o que sobrecarrega a defesa e isola os atacantes. Se ao menos os laterais apoiassem!

Opções, Dunga tem de sobra. Jogadores talentosos e em grande fase, como Alex e Deivid no Fenerbahçe, Mancini pela Roma, Rafinha no Schalke 04, Liédson pelo Sporting Lisboa e Hernanes pelo São Paulo, se quer tiveram chances com o treinador. Alguns até figuram na lista do ex-capitão do tetra, mas ele prefere utilizar os talentosos Mineiro, Josué, Júlio Baptista, quando não ousa ao convocar os habilidosos Afonso, Vagner Love, Fernando Menegazzo e Doni.

Se o televisor transmite calor, veríamos o quanto o banco de visitantes do arcaico Defensores Del Chaco esquentou. Um placar nanico basta a Dunga contra los hermanos argentinos. Porém, espera-se que a seleção esqueça as histórias infantis e seu técnico anão, atuando como grande equipe que é. Só não vale entrar de salto alto!

1 comentários:

Jorge Monteiro disse...

vamos esperar amanha.. o jogo dos hermanitos

Melhor visualização com o navegador Mozilla Firefox