Faltando exatos 30 dias para os Jogos Olímpicos de Beijing, o Sem Fronteiras começou ontem um raio-x dos anfitriões – a China.
O eterno país de Mao Tsé-Tung é destaque por ser o lugar dos superlativos, todos os possíveis.
Com essas olimpíadas os chineses estão tentando vender ao mundo uma nova idéia de seu país, mostrando todo seu vigor e grandeza. Porém, jamais poderão esconder, dentre seus superlativos, um não tão bom: o forte controle do Estado em todos os setores do país – cultura; religião, ou sua falta; economia, e um bastante interessante: a política.
Tudo bem, até podem pensar que estou ‘puxando sardinha pra minha editoria’, o que de fato pode até ser verdade, porém, a política interna da China é no mínimo, peculiar.
Na China, até as conquistas econômicas (citadas ontem aqui no SF) que não foram poucas, são controladas pelo governo. Por governo, entenda-se pelo Partido Comunista chinês. Uma economia de mercado, um capitalismo selvagem que é o deles, controlado por mãos comunistas. Mais peculiar que isso, somente as gírias futebolísticas do nosso presidente!
Embora o país tenha passado por profundas mudanças nos últimos 30 anos, depois da morte de um Mao, o Zedong em 1976 a China, começou a reformar seu socialismo, que já dava sinais de esgotamento. De lá para cá, muita coisa mudou, menos a hegemonia do chamado PCC. Por favor, não confunda com a hegemonia de outro PCC. Mal de sigla, creio.
A face mais cruel do PC chinês veio à tona em 1989, numa manifestação estudantil pró-democracia. A manifestação foi reprimida por tanques e fuzis. Na China, o PC proíbe muitas vezes ainda pelo uso de força bruta manifestações de qualquer natureza. Nenhuma delas, porém, proveniente de sindicatos, ou oriundas de greve: ambos são proibidos.
Se tudo é proibido então, uma eleição para um novo governo pode mudar isso, certo? Errado, é claro! Embora a constituição diga que o poder da República Popular (sic) da China seja do povo, até as eleições são passíveis de desconfiança. Lá existe o chamado Congresso Nacional do Povo, aonde foram eleitos os que seriam nossos deputados em cada um dos cantões (estados). Esses deputados, reunidos, discutem a agenda nacional e internacional chinesa e são os responsáveis pela escolha do presidente, que se dá a cada cinco anos.
Coincidência ou não, todos escolhem sempre o indicado do PCC, que desde sua fundação ocupa o posto de Chefe de Estado. Oposição? Sim, na teoria existe. Mas todos esses partidos, com cadeiras no Congresso existem para endossar as políticas do governo, muitas delas conhecidas: pela política de planejamento familiar, que visa estabilizar o crescimento populacional, há denúncias de abortos e esterilizações forçados.
Outra área que sofre intenso controle estatal é a mídia. Beijing limita o acesso às notícias dadas por veículos estrangeiros restringindo o uso de satélites receptores. Sendo assim, a China vê o mundo sob a ótica do PCC. Até mesmo o gigante Google teve que se adequar a regulamentação e ao controle das autoridades e restringir seus conteúdos de busca disponíveis. Se tiver o privilégio de ir aos jogos em agosto, tente digitar “Tibet” em algum computador. Não conseguirá absolutamente nada.
E é sobre o Tibet e a conturbada política externa chinesa que iremos discutir na sexta-feira. Até lá!
O eterno país de Mao Tsé-Tung é destaque por ser o lugar dos superlativos, todos os possíveis.
Com essas olimpíadas os chineses estão tentando vender ao mundo uma nova idéia de seu país, mostrando todo seu vigor e grandeza. Porém, jamais poderão esconder, dentre seus superlativos, um não tão bom: o forte controle do Estado em todos os setores do país – cultura; religião, ou sua falta; economia, e um bastante interessante: a política.
Tudo bem, até podem pensar que estou ‘puxando sardinha pra minha editoria’, o que de fato pode até ser verdade, porém, a política interna da China é no mínimo, peculiar.
Na China, até as conquistas econômicas (citadas ontem aqui no SF) que não foram poucas, são controladas pelo governo. Por governo, entenda-se pelo Partido Comunista chinês. Uma economia de mercado, um capitalismo selvagem que é o deles, controlado por mãos comunistas. Mais peculiar que isso, somente as gírias futebolísticas do nosso presidente!
Embora o país tenha passado por profundas mudanças nos últimos 30 anos, depois da morte de um Mao, o Zedong em 1976 a China, começou a reformar seu socialismo, que já dava sinais de esgotamento. De lá para cá, muita coisa mudou, menos a hegemonia do chamado PCC. Por favor, não confunda com a hegemonia de outro PCC. Mal de sigla, creio.
A face mais cruel do PC chinês veio à tona em 1989, numa manifestação estudantil pró-democracia. A manifestação foi reprimida por tanques e fuzis. Na China, o PC proíbe muitas vezes ainda pelo uso de força bruta manifestações de qualquer natureza. Nenhuma delas, porém, proveniente de sindicatos, ou oriundas de greve: ambos são proibidos.
Se tudo é proibido então, uma eleição para um novo governo pode mudar isso, certo? Errado, é claro! Embora a constituição diga que o poder da República Popular (sic) da China seja do povo, até as eleições são passíveis de desconfiança. Lá existe o chamado Congresso Nacional do Povo, aonde foram eleitos os que seriam nossos deputados em cada um dos cantões (estados). Esses deputados, reunidos, discutem a agenda nacional e internacional chinesa e são os responsáveis pela escolha do presidente, que se dá a cada cinco anos.
Coincidência ou não, todos escolhem sempre o indicado do PCC, que desde sua fundação ocupa o posto de Chefe de Estado. Oposição? Sim, na teoria existe. Mas todos esses partidos, com cadeiras no Congresso existem para endossar as políticas do governo, muitas delas conhecidas: pela política de planejamento familiar, que visa estabilizar o crescimento populacional, há denúncias de abortos e esterilizações forçados.
Outra área que sofre intenso controle estatal é a mídia. Beijing limita o acesso às notícias dadas por veículos estrangeiros restringindo o uso de satélites receptores. Sendo assim, a China vê o mundo sob a ótica do PCC. Até mesmo o gigante Google teve que se adequar a regulamentação e ao controle das autoridades e restringir seus conteúdos de busca disponíveis. Se tiver o privilégio de ir aos jogos em agosto, tente digitar “Tibet” em algum computador. Não conseguirá absolutamente nada.
E é sobre o Tibet e a conturbada política externa chinesa que iremos discutir na sexta-feira. Até lá!
10 comentários:
A China é uma terra de múltiplas contradições, mas não deixa de ser uma terra encantadora!
Belo post. Belo blog.
Parabéns pelo post: maravilhoso!
Isso é China, meus caros.
Um país, ao meu ver, encantador mas com suas mazelas que o PCC finge não ver.
A China é um lugar estranho. Sempre que o nome me vem à cabeça lembro que eles têm uma cultura gastrônomica horrenda, matam bebês do sexo feminino para poder tentar a "sorte" de ter um garotinho e claro, as opressões contra às manifestações populares, como recentemente aconteceu no caso do Tibet.
Espero que esses jogos olímpicos em Pequim mude um pouco o conceito que eu tenho da China.
gostei da foto do cabeçalho!
parabéns!!
aê Lucas, obrigado pela visita ao Blog do Bloc, já te respondi lá, no tópico sobre o Clássico-Rei.
Parabéns pelo blog.
Cara, muito obrigado pela contribuição lá para o quadro histórias de música..
darei uma pesquisada, se os fatos realmente procederem posto lá nas próximas semanas..
se quiser, visite meu blog mais vezes.
abraço
Esse blog é muito bom!
Gostei, li outros posts, pra ver se o negócio era sério mesmo e enfim...todos muito bem escritos, português excelente e o melhor informação.
^^
mandaram bem!
Fala meu chapa!
Parabéns pela postagem: sua ironia sempre cai bem nos posts. Na verdade, no dia-a-dia correto? Hahahahaha!
Fui à China 1x e me lembro muito bem de muitas coisas que você disse, como o acesso restrito a internet: chega a ser bizarro!
Abraços!
É um ótimo blog este, com várias matérias interessantes e pertinentes.
Essa história da China e Tibet me parece enrolada, me lembra "uma verdade inconveniente" do Gore, que em nenhum momento faz uma crítica ao consumismo americano. Ao mesmo tempo em que americanos criticam a China, com seu país ocupando o oriente médio.
Sentam no próprio rabo a apontam o dos outros.
até
Gustavo Ganso
POstagem perfeita!
MOstra que voce tem visão!
CULTURA SEM FRONTEIRA!!!
Parabéns!!
Eu sou capitalista, até apoiaria um socialismo, mas esse da China é sem noção! Me avisa quando postar o lance do tibet? *___*
{AnsiOso!!}
AbraçãO!
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