Em maio de 2004, na cidade peruana de Cusco, surgiu a Casa - Comunidade Sul-americana de Nações. Por sonoridade, ou outro motivo qualquer, a Casa mudou de endereço no ano passado, lá na terra de Hugo 'El Supremo' Chávez e passou a se chamar Unasul - União das Nações Sul-americanas. O objetivo porém, era, ou melhor ainda é o mesmo: fortalecer esse subcontinente.
Porém, caso os passos corretos forem dados, o potencial dessa nova organização será imenso: PIB de U$ 2,5 trilhões, 360 milhões de habitantes e uma região que abriga imensas reservas minerais e ambientais, que são cobiçadissímas no exterior.
E de fato, está mais do que na hora. As idéias pelo menos, já são boas. Tudo ainda está no campo teórico, mas a teoria é sempre o começo da prática. Os principais objetivos são a coordenação política, econômica e social da região. Além disso, espera-se avançar na integração física, energética, de telecomunicações e ainda nas áreas de ciência e de educação, além da adoção de mecanismos financeiros conjuntos. Há também uma ambiciosa idéia: um Parlamento comum aos países integrantes, aos moldes da União Européia. Para que isso se concretize, os objetivos anteriores tem já que estar solidificados, o que significa: trabalho árduo à vista.
Já não bastasse as burocracias inerentes à vontade dos países, vários fatores podem complicar a Unasul a funcionar corretamente: a instabilidade do trio maravilha Chávez-Morales-Côrrea, respectivamente da Venezuela, Bolívia e Equador, disputas territorias entre Chile e Peru e algo impossível de mudar - a disparidade entre os países. Exemplo: a população brasileira está na casa de 180 milhões, enquanto a uruguaia chega a apenas 3 milhões.
Ou seja: será necessário pensar em alternativas que equilibrem o poder dos países, para que não aconteça problemas semelhantes aos que acometeram os países da União Européia.
Porém, caso os passos corretos forem dados, o potencial dessa nova organização será imenso: PIB de U$ 2,5 trilhões, 360 milhões de habitantes e uma região que abriga imensas reservas minerais e ambientais, que são cobiçadissímas no exterior.
Além de fatores econômicos, é fato no contexto global atual, com o mundo cada vez mais globalizado, onde a tendência é que as fronteiras entre os países deixem de existir, a união multilateral é o melhor caminho. Juntos, os países sul-americanos podem fazer um contra-ponto aos Estados Unidos, por exemplo, e ter suas reivindicações levadas mais a sério.
Acredito que seja impossível o pleno funcionamento da Unasul num futuro próximo, mas os passos estão sendo dados e devemos sim nos espelhar na União Européia, que embora não esteja em seu momento mais feliz é de longe o melhor exemplo de integração e o que melhor deu certo. Se formos nos espelhar neles, não nos esqueçamos que os trâmites do Tratado de Roma até o que conhecemos hoje foi longo, por isso, Chávez e companhia bela: calma, muita calma!
4 comentários:
torço p/ que essa Unasul dê certo.
Mesmo que eu não a veja, que meus filhos a encontrem sólida.
Lucas Catta Prêta,
Creio que seu raciocínio está mais que correto. Apesar dos erros da UE - a exemplo das disparidades não ministradas entre países ocidentais e os do leste europeu, o Tratado de Roma que deu início as operações de unificação européia e depois, o Tratado de Maastricht, são ponto de partida para a formação de qualquer bloco econômico imaginado.
Este mais que evoluido mercado comum, é um exemplo de como nós sul-americanos devemos agir diante da possibilidade de uma ampla integração.
Discordo de você em um ponto: creio que o maior impecilho será o Chile, assediado pelo Nafta e que está um patamar acima dos demais, em termos de gestão. O governo desse país por diversas vezes já manifestou receio quanto a união sul-americana.
Ótima informação e texto desenvolvido com inteligência. Muito bom.
Sweetie, I just loved your comment in English! How good you write in that language, you sure master it, undoubtedly! I used to be an English teacher myself, it's such a great experience, right?
Adorei o texto da Unasul, muito informativo e completo. O futuro é uma incógnita, mas, quem sabe emplaca, né?
Beijos!
Letícia.
Outra movimentação que vem sendo realizada diz respeito à língua. O ensino do espanhol por aqui está prestes a se tornar obrigatório e há esforços em todos os países do Mercosul para que o português torne-se a primeira língua estrangeira nos países do Mercosul. Isso faria com que ela fosse ensinada nas escolas, por exemplo, assim como ocorre com o inglês por aqui.
Na Venezuela, inclusive, o Hugo Chavez já promulgou esta medida.
Um preparo mais que necessário para a unasul comece falando a mesma língua.
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