Como prometido, hoje analiso os últimos anos do Santa Cruz Futebol Clube, que culminaram nas dificuldades do clube atualmente, fadado a disputar vaga no Pernambucano para poder figurar na Série D.
A curva ascendente da Cobra Coral começou em 1999, com o segundo lugar do quadrangular final da Série B, vencido pelo Goiás. O Santa estava na 1ª Divisão, na chamada Copa João Havelange, competição criada com o intuito de preservar o Botafogo e trazer de volta à Série A equipes tradicionais de nosso futebol como Fluminense-RJ e Bahia-BA. É importante salientar que o regulamento do novo campeonato não previa rebaixamento. Os torcedores do Santa Cruz que ficaram felizes, pois terminaram na lanterna e continuaram na Série A em 2001.
Mas o último lugar de 2000 não foi por acaso. O time já enfrentava problemas. Tanto que, em 2001, não deu. E por dois pontos. A Cobra Coral ficava cinza de abatimento pela volta à Série B. Mal sabiam os torcedores o quanto sentiriam falta da Segunda Divisão.
No ano seguinte, a 3ª colocação dos pernambucanos não foi suficiente para a conquista do acesso. Só subiam duas equipes. Em 2003, o Santa já terminara a competição na 8ª colocação. Em 2004, uma posição acima da do ano anterior. Lembrando que, durante esses seis anos, a Cobra Coral ficou na fila no estadual, que não erguia desde 1995 - e foram seis vice-campeonatos seguidos.
Mas 2005 foi um ano feliz para os torcedores do Tricolor. Ascensão à Série A e título estadual. Era o ápice da década para o clube. Porém, nem mesmo o mais pessimista torcedor Coral imaginaria o que estaria por acontecer. Depois de ser vice mais uma vez do estadual, o Santa terminou na lanterna do Brasileirão, voltando à Série B em 2007. E depois, não parou por aí. Por esta razão o apelido “gangorra”. A 18ª colocação de 20 clubes culminou com mais um descenso, para a Série C de 2008.
Foram muitas lamentações a partir de 2006. Eliminação na 1ª fase da Copa do Brasil para Ulbra-RO, em 2007, disputa do Hexagonal da Morte do Pernambucano para se livrar do rebaixamento no estadual, no qual foi exitoso, e a maior das quedas: da Série C 2008 para o grupo dos “sem série”.
Isto ocorreu porque a CBF decidiu criar a Série D e estipulou que os clubes que terminassem entre a 4ª e a 16ª posições da Série C do ano passado se juntariam aos quatro rebaixados da Série B e formariam a nova Série C, com 20 clubes. E o Santa Cruz ficou bem longe da glória: foi o 29º.
Agora, o clube gangorra deve criar forças para escalar o Everest de dificuldades que tem pela frente para recuperar o prestígio, criar o temor nas torcidas dos rivais Náutico e Sport que, aliás, estão na Série A e o Leão da Ilha do Retiro ainda disputa a Libertadores.
As sérias dificuldades financeiras que culminaram nas sucessivas quedas do time e do clube, obviamente, são obra de más administrações. Dívidas criadas sem condições de serem pagas, salários acima das possibilidades financeiras do clube, enfim, aquele “famoso passo maior que as pernas” que o faz cair vários degraus, (no caso do Santa, foram três).
E 2009 começa para o Terror do Nordeste positivo, apesar da goleada sofrida para o Porto, em Caruaru, 4x0, único revés da Cobra Coral. Depois de seis partidas e cinco vitórias, a segunda colocação dá esperanças de dias melhores para o detentor de 24 títulos estaduais, um dos três grandes de Pernambuco, mas um ex-grande do futebol brasileiro. Talvez, por enquanto. Basta escalar a montanha com inteligência e raça. Mais fora de campo do que dentro. Hoje não há espaço para desorganização no futebol. Conversem com torcedores de Remo e Santa Cruz e saberão, em detalhes, as razões.
Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Espelho Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.
5 comentários:
Oi, Matheus! Acho muito interessante vc trazer notícias sobre outros clubes que nem sempre ganham a visibilidade nos grandes noticiários. Como entendo pouco de futebol para mim é sempre uma aula.
Abraço
Matheus,
É louvável sua atitude de dar visibilidade aos times grandes, mas esquecidos por sua atual condição - série C ou aspirantes à D do Brasileiro.
Pouco lemos ou vemos sobre estas equipes e trazer uma panorama delas é, sem dúvida alguma, um diferencial. E que o Santa se recupere, assim como o Remo, nadando de braçada rumo a divisões superiores.
Grande abraço.
valeu pelo voto
seu blog é um show
parabens
desde de qdo o tem?
de 07 de junho msm?
É triste ver um clube tão vencedor como o Santa Cruz nessa situação, bem abaixo do fundo do poço. A volta por cima pode começar no estadual, se o clube fizer uma campanha digna e lutar de igual pra igual com o Sport ou com Náutico.
A criação da Série D seria muito bom, pois ajudaria o Santa e outros clubes que ficam parados durante meses, esperando o próximo estadual. Eu tenho certeza que o Santa Cruz dará a volta por cima e estará de volta a elite do futebol no futuro.
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