Sem fronteiras, caros colegas, no cenário jornalístico desta semana, muita coisa sobre economia (por conta da crise financeira) e um pouco sobre as eleições do próximo domingo. Assuntos estes que ficaram em segundo plano por conta de dois acontecimentos que mexeram com o país. Os dois, no estado de São Paulo: o primeiro, o trágico desfecho do cárcere da garota Eloá e o outro, o qual quero me ater, o confronto armado das polícias Civil (PC) e Militar (PM) desse estado.
O confronto, sem sombra de dúvidas, expôs vários problemas, como o desempenho do tucano José Serra em negociar as reivindicações da Polícia Civil, em greve há mais de um mês. O governador se mostrou mais uma vez inapto à negociar com qualquer classe, da mesma forma que aconteceu com os estudantes da USP em 2006, o que evidencia cada vez mais sua forma impassível e errônea de negociador. Porém, isto se tornou um problema secundário. Porque o pior, foi ver como a Polícia Civil paulista se prestou para ser um mero joguete de políticos e entidades inescrupulosos que estavam visando a corrida eleitoral da prefeitura de São Paulo.
Sim, sabemos que os policiais paulistas são, increvelmente, os mais mal pagos do país, mas foi enojante que o comando da greve tenha acatado sugestões de marchar rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulistano, e invadir o local para assim, negociar. Porém, vem aquela inevitável pergunta: ora, se o governador responde pelas polícias, quem então sugeriu aos policiais civis fazer tal coisa? A resposta: o deputado pedetista Paulo Pereira da Silva.
É, aquele mesmo que antes de ser ganhar uma vaga no Legislativo era conhecido por Paulinho da Força Sindical. O inescrupuloso Paulinho, em dado momento disse em um carro de som: "Não adianta ficar na praça (que estava um palco de guerra entre a PM e a PC). O cara que manda está lá em cima (fazendo referência ao governador José Serra e ao Palácio dos Bandeirantes)." Felizmente, a PM conseguiu evitar que algo pior acontecesse. O governador José Serra, que embora não poderia ter deixado essa situação chegar nesse ponto, denunciou que o movimento tinha "participação ativa da CUT, que é ligada ao PT, e da Força Sindical, ligada ao PDT". E realmente tinha um representante petista na baderna: o líder do partido na Assembléia Legislativa, Roberto Felício.
O que vimos destes dois senhores é o que há de mais podre na esquerda deste país: a mesquinhagem, a intriga, a pequinês política, o desespero. Esse patético movimento liderado por Felício e Paulinho, foi uma tentativa baixa e sórdida de atingir o candidato a prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) que lidera com folga as intenções de voto. O que vimos, foi o ridículo uso de uma força policial do estado, contra o próprio estado: pessoal e armamento pagos com o dinheiro do contribuinte, sendo usados em benefício e motivos pessoais. E por falar no contribuinte, ele estava lá no meio da confusão, correndo o risco de sair ferido ou levar um tiro. Repito, tudo por conta de caprichos político-pessoais.
Tudo planejado para tentar salvar a combalida candidatura de Marta Suplicy (PT). Olha, pode ser muita coincidência, mas esse movimento terrorista-eleitoral da CUT, Força Sindical e partes da PC se assemelha ao banditismo do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 2006, quando saíram às ruas deixando um rastro de destruição e violência pelo estado de São Paulo. Todos se lembram do pânico, do terror que se abateu nos paulistas. Opa, 2006? Eleições naquele ano também, não foi? José Serra concorria ao governo de São Paulo... Agora, 2008, Kassab, apadrinhado de Serra.... Aqueles que acreditam que me desculpem, mas eu, não acredito em coincidências.
2 comentários:
Olá! Bom, concordo que tanto o deputado Paulo Pereira quanto o dirigente petista agiram errado, porém, nada justifica a truculência do tucano José Serra, que como você disse, não sabe negociar com ninguém.
Acho que erros aconteceram dos dois lados. Os policiais não deviam tentar abusar da força. Já o governo errou em não negociar e por um ponto final. Abraços.
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