quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A volta dos que não foram


A vida prega peças naqueles que zombam dela. A vida ensina aos mortais a humildade. A vida escreve-se por linhas tortas, de altos e baixos. Melhor será aquele que possuir sabedoria para lidar com as provações dela.

E um mortal subestimou por inteiro sua condição de aprendiz. Bradou a quem quisesse ouvir que era grande, estava pertecente ao grupo dos seletos do futebol mineiro, quiçá do nacional. Cometeu a injúria de se autoproclamar a "terceira força de Minas".

O tempo. Sim, o tempo. Ele passa, as situações mudam, as realidades se modificam. O mortal a que me refiro é o sr. Itair Machado, presidente do Ipatinga Futebol Clube, fundado em 1998. O sucesso do time começou com o bi campeonato mineiro em 2005 e 2006, continuou com a quarta colocação na Copa do Brasil de 2006 e culminou com a ascensão à Série A do Campeonato Brasileiro em 2008.

O Ipatinga já havia alcançado seu topo. Estava na hora de fazer o caminho de volta. A verdadeira terceira força de Minas Gerais, o América Futebol Clube, estava em um momento ruim, no Módulo II do Campeonato Mineiro. O Tigre, como é conhecido, desceu bastante rápido os degraus que havia galgado. O clube hoje realmente é de Segunda Divisão, Brasileira e Mineira, e passando aperto no campeonato estadual.

Parece que todo aquele alvoroço provocado por seu presidente deu lugar a tristezas, ao abandono, ao silêncio. E a vida deu sua lição a Itair Machado. Para ser grande, o Ipatinga deveria pelo menos ter tradição, construí-la, assim como faz o América desde sua fundação, em 1912. Para ser grande, tem que ter história, conquistas memoráveis, como o decacampeonato entre 1916 e 1925 e o Campeonato Brasileiro da Série B de 1997. Para ser grande, deve-se ter humildade e caminhar com os pés no chão. Coisa que nem o Ipatinga, muito menos Itair Machado, sem contar sua finita torcida, conseguiram.

E o resultado está aí. E pode não ter acabado a maré contrária. O time se encontra em 10º no Módulo II, com uma derrota para o récem-promovido da Terceira Divisão América de Teófilo Otoni, fora de casa, e um empate em pleno Ipatingão contra o também novato e sem história Poços de Caldas, o Vulcão.

A história de pouco mais de uma década do Ipatinga Futebol Clube tem saldo negativo. Saldo este daqueles que estão voltando sem terem sido nenhuma vez.

Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.


3 comentários:

disse...

Protesto!!!!
Não posso mais comentar aqui: não entendo NADA de futebol
rsrsrs

Beijos

Thiago Madureira de Alvarenga disse...

O Ipatinga teve seu ápice quando se tornou campeão mineiro, em 2005 e depois conquistando o vice campeonato brasileiro da série B, em 2007. Tudo que sobe desce. Agora se prepare Ipatinga, é ladeira abaixo.

Anônimo disse...

O América tem história e tradição, coisa que o Ipatinga ainda não tem, mas com o passar dos anos pode ter. Fica claro que o Ipatinga teve seu auge com bons times, mas também graças aos patrocinadores, assim como o São Caetano que caiu rapidamente. O América Mineiro é como seu xará Carioca e a Portuguesa. É segundo time do coração dos mineiros. Abraços.

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