sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pipiripau

Foto: divulgação

Sucata, papel marche e gesso. O que poderia você, caro leitor, fazer com materiais tão simples? Se fores inspirado tal como sou, por certo o resultado de tanto esforço não passaria de uma experiência mal sucedida a ser esquecida e muito bem acolhida pelo lixo.

Mas foi com esses materiais “descartáveis” que há 102 anos, Raimundo Machado de Azevedo, criou uma verdadeira preciosidade para a cultura popular mineira, o Presépio do Pipiripau. Além de recontar a trajetória terrena de Cristo - da anunciação à crucificação - o presépio reconstrói cenários interioranos, os modos e costumes mineiros no início do século XX.

Grande parte das 650 peças do presépio move-se graças à improvisação do artista, que com um motor de máquina de costura “deu vida” a sinos das igrejinhas, animais que fogem das armadilhas e tiros dos caçadores e personagens envolvidos nas mais diversas atividades campestres.

A iluminação e efeitos sonoros condizem com os cenários. Trovões e relâmpagos carregam a atmosfera na cena da crucificação e uma luz suave anuncia que o salvador ressuscitara e ressurgiria glorificado até aos céus.

A genialidade de Raimundo Azevedo, em agregar movimentos às peças e quanto à utilização de uma técnica bem particular na criação do presépio, foi reconhecida em 1984 quando o Pipiripau foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Preservado desde 1976 no Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o presépio do Pipiripau encontra-se aberto à visitação de terça a sexta as 8h às 11h30 e das 13h às 16h. Sábados e domingos, das 10h às 17h (sem movimento cenográfico). Sábados e domingos às 11h e às 15h (com movimento cenográfico).

Além do presépio, o Museu de História Natural - situado à rua Gustavo da Silveira, 1035 - Santa Inês - oferece aos visitantes íntimo contato com a natureza. A preservação de uma grande área de mata atlântica propicia que diversos animais como pacas e tucanos façam daquele ambiente suas moradas.

É, com certeza, um passeio que vale a pena. Uma excelente oportunidade de sentir o real espírito natalino.

Para maiores informações: (0xx31) 3461-5805.

4 comentários:

Wander Veroni Maia disse...

Oi, André!

Que texto lindo!!! Vc conseuiu captar toda a simplicidade e grandiosidade do presépio mais famoso e bonito do mundo. Um a preocidade da nossa terra que não pode ser esquecida nunca!

Vc acredita que nunca fui lá ver? Agora fique com vontade...hehehe.

Abraço,

=]

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Fernando Leroy disse...

Oi André,
Sem dúvida, o Pipiripau é um dos grandes orgulhos de nossa cidade. Aproveito e deixo aqui um convite para visitar meu blog, o circodanoticia.blogspot.com Aguardo sua visita e participação. Abraço!

Guilherme disse...

André,

Quando pequeno, nos primeiros anos de metrô em Belo Horizonte, fui visitar o presépio do Pipiripau.

É uma das coisas mais belas que já vi na capital mineira. Uma obra de beleza e suavidade de movimentos inigualável.

Desci na estação Santa Inês e desde então, todo o Natal, quando passa de metrô nesta estação, lembrava do presépio, que me fez voltar ao museu mais duas vezes.

Ótima escolha.

Abraços e feliz fim de ano e 2009 André.

LETÍCIA CASTRO disse...

Dé, que eu sou fã inconteste das mineirices já é notório. Mas, pô, que pena que não pude usufruir do momento de ver essa beleza de presépio. Acho que vou ter que voltar ano que vem, então. rs
Realmente não há outra palavra para descrever o trabalho de Raimundo além de genial. O texto está um primor.
Ah, e eu tb sou tão talentosa quanto vc para as artes manuais. hehehe
Beijocas, meu amigo querido!

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