Qual caminho a tomar? - Imagem: Primeira Linha
Não só com velhas receitas se recupera a economia
Dos campos tupiniquins para as redações econômicas, é inegável o legado do filósofo das quatro linhas, bancos de reserva e das relações estressantes com torcedores e dirigentes - o senhor dos “baralhos”, Vanderlei Luxemburgo. “O medo de perder, inibe a vontade de vencer”, uma reflexão profunda, resultado de sua filosofia de trabalho, quiçá consequência de uma visita ao alfaiate, quando o rico treinador lança mão de uma quantia razoável de dólares para vestir seus ternos e camisas, detalhadamente engomados e absolutamente caros.
O luxo do treinador custa caro, os dirigentes cortam na folha tudo e mais um pouco para mantê-lo e inebriados pela máxima luxemburguesa, torram o último centavo para vencer, mesmo que roam as unhas com medo de perder. No hemisfério Norte, onde a posse de um novo presidente parou o planeta, a crise caiu de sola, e assola quem teme vê-la. Barack, leitor do best-seller de “Vandeco” (denominação usada pelo meu caro amigo, Daniel), promete enfrentar a crise como quem luta contra assombração - nada enxerga, mas tudo sente - e consciente da responsabilidade, recorre à velha receita keynesiana: a intervenção econômica, o contra-senso à política estadunidense.
Economistas e curiosos por meses a fio, decorreram sobre a crise, propuseram saídas, todavia, nem Obama, muito menos os homens dos jargões e dialeto criptografado - o economês, língua de burguês, que assusta o assalariado - disseram uma linha sobre um novo modelo político-gestor, que venha substituir o capitalismo, marujo cansado de velejar e naufragar. Voltemos no pós-1929. O bonde da modernidade retomou seu curso, somente após dez a doze anos, período marcado pelas ações de cunho social, que mesclaram corporativismo e social-democracia.
A Alemanha nazista seguiu uma receita similar para se reerguer, adicionando doses de ufanismo, xenofobia e anti-(socialismo e capitalismo). Claro que o Império de Hitler não é exemplo de conduta. Então, passemos a reflexão. Até quando os Estados liberarão quantias vultosas para salvar o mercado financeiro? Quantas vezes será preciso relembrar o prognóstico marxista, de crises de reconversão de trinta em trinta anos? Por que excluir, se precisamos acumular para sucumbir diante a crise? Não tente responder, é a lógica do mundo: CAPITALISTA. Queira mudá-lo!
Intervir fortemente na economia; lançar pacotes sociais que incluam programas assistencialistas, como o seguro-desemprego não contributivo; injetar dinheiro na melhoria da infra-estrutura do país, recaindo principalmente sobre a construção civil; utilizar mão-de-obra de alto custeio aos cofres públicos, como presidiários, em reformas, edificação de hospitais, escolas, túneis, pontes; e enxugar a máquina administrativa, são algumas das medidas propostas por Maynard Keynes, para contornar a grande crise em 1929. Velhas, talvez. Úteis, com certeza. Solução, parcial.
Pode soar utopia aos mais adeptos ao mundo dos cartões de crédito, bolhas financeiras e status social. Todavia, a saída para a crise está no espírito heróico e humano do desbravar. Grandes navegações, Homestead Act e o Imperialismo, por exemplo, impulsionaram a expansão, mas excluíram povos nativos, submetendo-os à força. Hoje, essas etnias marcadas pela escravidão, submissão e abandono surgem como a melhor saída para um novo tempo, em que mercados recentes e carinho podem colocar excluídos na rota do consumo, conferindo um novo gás à economia.
De energia renovada, esta poderia, quem sabe, recorrer ao baralho de Luxemburgo e retirar a carta da ousadia, assimilando o verdadeiro significado da globalização: relativo ou pertencente ao globo. Agora pergunto a você, trabalhador. Teu salário te permite dizer que vives em um mundo globalizado? A resposta é simples: sim, afinal, alguém tem que pagar o pato.
O luxo do treinador custa caro, os dirigentes cortam na folha tudo e mais um pouco para mantê-lo e inebriados pela máxima luxemburguesa, torram o último centavo para vencer, mesmo que roam as unhas com medo de perder. No hemisfério Norte, onde a posse de um novo presidente parou o planeta, a crise caiu de sola, e assola quem teme vê-la. Barack, leitor do best-seller de “Vandeco” (denominação usada pelo meu caro amigo, Daniel), promete enfrentar a crise como quem luta contra assombração - nada enxerga, mas tudo sente - e consciente da responsabilidade, recorre à velha receita keynesiana: a intervenção econômica, o contra-senso à política estadunidense.
Economistas e curiosos por meses a fio, decorreram sobre a crise, propuseram saídas, todavia, nem Obama, muito menos os homens dos jargões e dialeto criptografado - o economês, língua de burguês, que assusta o assalariado - disseram uma linha sobre um novo modelo político-gestor, que venha substituir o capitalismo, marujo cansado de velejar e naufragar. Voltemos no pós-1929. O bonde da modernidade retomou seu curso, somente após dez a doze anos, período marcado pelas ações de cunho social, que mesclaram corporativismo e social-democracia.
A Alemanha nazista seguiu uma receita similar para se reerguer, adicionando doses de ufanismo, xenofobia e anti-(socialismo e capitalismo). Claro que o Império de Hitler não é exemplo de conduta. Então, passemos a reflexão. Até quando os Estados liberarão quantias vultosas para salvar o mercado financeiro? Quantas vezes será preciso relembrar o prognóstico marxista, de crises de reconversão de trinta em trinta anos? Por que excluir, se precisamos acumular para sucumbir diante a crise? Não tente responder, é a lógica do mundo: CAPITALISTA. Queira mudá-lo!
Intervir fortemente na economia; lançar pacotes sociais que incluam programas assistencialistas, como o seguro-desemprego não contributivo; injetar dinheiro na melhoria da infra-estrutura do país, recaindo principalmente sobre a construção civil; utilizar mão-de-obra de alto custeio aos cofres públicos, como presidiários, em reformas, edificação de hospitais, escolas, túneis, pontes; e enxugar a máquina administrativa, são algumas das medidas propostas por Maynard Keynes, para contornar a grande crise em 1929. Velhas, talvez. Úteis, com certeza. Solução, parcial.
Pode soar utopia aos mais adeptos ao mundo dos cartões de crédito, bolhas financeiras e status social. Todavia, a saída para a crise está no espírito heróico e humano do desbravar. Grandes navegações, Homestead Act e o Imperialismo, por exemplo, impulsionaram a expansão, mas excluíram povos nativos, submetendo-os à força. Hoje, essas etnias marcadas pela escravidão, submissão e abandono surgem como a melhor saída para um novo tempo, em que mercados recentes e carinho podem colocar excluídos na rota do consumo, conferindo um novo gás à economia.
De energia renovada, esta poderia, quem sabe, recorrer ao baralho de Luxemburgo e retirar a carta da ousadia, assimilando o verdadeiro significado da globalização: relativo ou pertencente ao globo. Agora pergunto a você, trabalhador. Teu salário te permite dizer que vives em um mundo globalizado? A resposta é simples: sim, afinal, alguém tem que pagar o pato.
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8 comentários:
Olá!
Você foi indicado por Blog PFA para retirar um selo no http://amorqueseja.blogspot.com/2009/01/meme-coisas-que-alegram-meu-corao.html
Passe por lá e confira!
Beijos!
Bom dia Lucas e equipe do Sem Fronteiras!
Estou passando rapidinho só para lhes avisar que consedi um selo ao blog de vcs.
Passem no Garota Pendurada e façam o resgate.
Kiso
http://garotapendurada.blogspot.com/
Lucas
Obrigado pela visita e pelos comentários. Vc e a Letícia são muito gentis.
Abraço
Tem presente para vcs e seu blog lá no Pequenos Fragmentos de Luz
Passe lá para pegar!!!
Beijos
Olá Lucas e equipe. Sou u novo visitante de vocês e decidi acompanhá-los, já que gostei muito do blog. Em resposta a sua pergunta: o brasileiro é o pato da globalização. Vive com uma miséria, aposenta e ganha uma miséria, no fim do mês cai na miséria pois as dívidas só aumentam. Mas o que impressiono é que a esperança, o otimismo e a alegria desse povo parece inesgotável, mesmo sabendo que o salário minímo é cada vez mais uma miséria. Esse é o Brasil!
Concordo Ctg Cara
O Gian é mto melhor que o fernando!
O Carlos alberto tem que ser titular
+ sem duvida que o alex tb pode fazer essa função
como falei, o alan kardec faz mta falta
Olá Lucas e equipe
Pegando carona no que nosso amigo Fernando Leroy disse, penso que o brasileiro já passou por tantas crises e planos, cortes de zeros na moeda, inflação a 50% ao mês, que o aperto no final do mês já virou um costume, principalmente aos mais velhos. Os mais novos são os que penam, e chegam a não acreditar que existiu esse passado.
Brasileiro sorri na crise? Sim. Rí com baixo salário? Sim, mas será porque é um povo alegre ou acomodado? Pensemos...
Abraços!
Lucas,
Simples e surpreendente. Alinhar fatos históricos ligados ao expansionismo e a crise de 29, com os tempos modernos e as consequências da globalização. E, mesmo depois de algumas tentativas socialistas, propor esta via.
Lembro de uma conversa sua, em que disse que o verdadeiro socialismo ainda não ocorreu e que o modelo mais próximo disso, foi destruído rapidamente: o Allende, no Chile.
Aí devo concordar e assinar embaixo: só Keynes não adianta. Temos que mudar o sistema, ou o sistema acaba conosco.
Subindo!! Grande abraço.
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