Com certeza não é Sérgio Cabral, governador. César Maia, o prefeito? Coitado. O comando do tráfico, nos morros? Como dizia Senor Abravanel, “certa a resposta!”.
Ok, ok, não sejamos tão exagerados: Sérgio Cabral e César Maia, o que chamaríamos do Estado político instituído (sic), controlam lá algumas partes da Cidade Maravilhosa (sic). O resto fica com os lordes do tráfico. E é um resto bem grande, geograficamente e em população.
Nesta semana, a polícia carioca fez mais uma incursão em uma favela da cidade, naquela de sempre: buscando drogas, armas, munição, enfim, enfim. Mas o que foi encontrado transcende a imaginação do mais pessimista sobre o que é o Rio de Janeiro. O que foi encontrado? Um documento. Um documento feito por traficantes expondo a verdadeira Lei da favela: qual candidato pode e qual não pode subir o morro. Não precisa ser muito inteligente para deduzir que só sobe quem o tráfico deixa. Ou seja, quem concorre à algum cargo na Câmara Municipal, e quer verdadeiramente ver a situação mudar, não consegue. Fica de mãos e boca atada. Pedir ajuda da PM para subir? Nada disso. Ninguém ousa tal coisa. E assim, aqueles que são governados pelo tráfico ficam na mesma, inertes, sem poderem ver sua situação mudar.
Pronto. A prova cabal de que o Rio de Janeiro está fora de controle. A prova cabal de que em certos locais do Rio, o poder público simplesmente não entra. E quando digo poder público, não é somente nenhuma força de segurança, como a polícia, mas aparatos do Estado que não conseguem penetrar por imposição do tráfico como agentes de saúde, a limpeza urbana e vai lá se saber quem mais está proibido.
Agora, não vejo motivo para muita surpresa sobre este documento, porque já era sacramentado que o Estado não tem controle sobre vastas áreas. Só acabamos de descobrir que até em época de eleição, o tráfico dita as regras nos morros.
Perdeu-se o controle da Justiça, e no Rio, há muito tempo. O que é concreto mesmo é a justiça do traficante: sumária, cruel, que com uma bala decidi a vida de alguém. Que ‘mané’ investigação, processo judicial, audiência que nada. É culpado? Mata. Não é? Deixa vivo.
Nisso, o Estado democrático se desintegra e o que se consolida cada vez mais forte é este coronelismo urbano. O coronelismo do morro. Essa prática repugnante, que ainda não acabou nos rincões do país e que José ‘Brasileiros e Brasileiras’ Sarney pratica em sua capitania hereditária. No Rio, a segunda cidade em importância do país, em alguns aspectos uma metrópole global, tem disso.
Inimaginável? Não, não é o caso. As políticas públicas se tornaram banais, ineficientes, inalcançáveis e inatingíveis em vários lugares. Agora, alguém consegue explicar o falso moralismo de querer ajudar aqueles que sofrem da tirania de governos autoritários na África, na Ásia?
Parece que muitos se esquecem que há dezenas de milhares de pessoas, reclusas, sofrendo da tirania de um Estado paralelo bem aqui, no nosso país.
Ok, ok, não sejamos tão exagerados: Sérgio Cabral e César Maia, o que chamaríamos do Estado político instituído (sic), controlam lá algumas partes da Cidade Maravilhosa (sic). O resto fica com os lordes do tráfico. E é um resto bem grande, geograficamente e em população.
Nesta semana, a polícia carioca fez mais uma incursão em uma favela da cidade, naquela de sempre: buscando drogas, armas, munição, enfim, enfim. Mas o que foi encontrado transcende a imaginação do mais pessimista sobre o que é o Rio de Janeiro. O que foi encontrado? Um documento. Um documento feito por traficantes expondo a verdadeira Lei da favela: qual candidato pode e qual não pode subir o morro. Não precisa ser muito inteligente para deduzir que só sobe quem o tráfico deixa. Ou seja, quem concorre à algum cargo na Câmara Municipal, e quer verdadeiramente ver a situação mudar, não consegue. Fica de mãos e boca atada. Pedir ajuda da PM para subir? Nada disso. Ninguém ousa tal coisa. E assim, aqueles que são governados pelo tráfico ficam na mesma, inertes, sem poderem ver sua situação mudar.
Pronto. A prova cabal de que o Rio de Janeiro está fora de controle. A prova cabal de que em certos locais do Rio, o poder público simplesmente não entra. E quando digo poder público, não é somente nenhuma força de segurança, como a polícia, mas aparatos do Estado que não conseguem penetrar por imposição do tráfico como agentes de saúde, a limpeza urbana e vai lá se saber quem mais está proibido.
Agora, não vejo motivo para muita surpresa sobre este documento, porque já era sacramentado que o Estado não tem controle sobre vastas áreas. Só acabamos de descobrir que até em época de eleição, o tráfico dita as regras nos morros.
Perdeu-se o controle da Justiça, e no Rio, há muito tempo. O que é concreto mesmo é a justiça do traficante: sumária, cruel, que com uma bala decidi a vida de alguém. Que ‘mané’ investigação, processo judicial, audiência que nada. É culpado? Mata. Não é? Deixa vivo.
Nisso, o Estado democrático se desintegra e o que se consolida cada vez mais forte é este coronelismo urbano. O coronelismo do morro. Essa prática repugnante, que ainda não acabou nos rincões do país e que José ‘Brasileiros e Brasileiras’ Sarney pratica em sua capitania hereditária. No Rio, a segunda cidade em importância do país, em alguns aspectos uma metrópole global, tem disso.
Inimaginável? Não, não é o caso. As políticas públicas se tornaram banais, ineficientes, inalcançáveis e inatingíveis em vários lugares. Agora, alguém consegue explicar o falso moralismo de querer ajudar aqueles que sofrem da tirania de governos autoritários na África, na Ásia?
Parece que muitos se esquecem que há dezenas de milhares de pessoas, reclusas, sofrendo da tirania de um Estado paralelo bem aqui, no nosso país.
6 comentários:
Seu texto é recheado de ironias e cutucões, heim?! É interessante, mas maneira um pouco, acho que ele ganha assim.
E sobre seu blog, não sei é só comigo, mas ele está travando, talvez esteja muito pesado...
Espero que não leve a mal minhas críticas construtivas!
Sobre o post, quando li essa notícia eu fiquei perplexo, até um pouco desesperançado. Espero que os cariocas consigam reverter tal situação e que aqui em São Paulo, o tal PCC, realmente tenha perdido força, pois não é de hoje que leio notas dizendo que uma grande intenção do grupo é se infiltrar na política. Seria como aconteceu na Palestina... Bom, não vou me delongar, mas dá um bom post! hehe
abraços
Já falei que você é O cara?
Ótimo post! É isso que você disse: o Rio a cada dia perdendo esta guerra contra o tráfico. E o que é pior: mts não percebem que há sim uma guerra civil.
Abração!
haeheuehuehuehuehe
e o mais foda é que "Sic" em inglês, quer dizer "doente","mal"... Pois é,isso não vai acabar tão cedo. O poder paralelo está nas favelas pois a população não tem a devida atenção por parte dos governantes e acabam apoiando o tráfico e os traficantes, que acabam sendo os verdadeiros prefeitos da comunidade (Não defendo o tráfico), enfim... Acho que uma grande parcela do Rio,foi esquecido!
Parabéns aí galera!
ótimo texto, bem irônico x)
gosto disso!
adoreii o post
se der aparece pelo meu la ta?! bjux
Pior que no Rio, além do comando do tráfico, tem as Milícias que vendem a falsa sensação de segurança.
Situação difícil a de lá, já que nem Exército nem Força Nac. de Segurança conseguiram trazer paz ao local.
Excelente post!
tá de parabéns mesmo!
excelente post
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