Anos dourados. O Brasil nunca vivera um período tão feliz em sua história. Juscelino Kubitschek assumia a presidência da nação e lançava um ousado plano de desenvolvimento. A economia crescia a olhos vistos. As mulheres se atreviam a escapar das rédeas da sociedade machista. A literatura brasileira se consagrava com o lançamento de obras extraordinárias. A seleção conquistava a Copa de 58 na Suécia. Mais tarde, em 63, o cinema adquiriria força e se aqueceria com a indicação de “O Pagador de Promessas”, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar.
As músicas modernas, que, até então, eram do tipo dor de cotovelo, passariam a ser vistas com outros olhos diante dos toques fortes e do som cristalino do violão de João Gilberto, dos arranjos e das palavras que jorravam da alma de Tom Jobim e do lirismo inconfundível de Vinícius de Moraes. A Bossa Nova começava a se consolidar numa cidade maravilhosa, vigiada e abençoada pelo Cristo.
Era preciso reinventar. Cantar as coisas belas da vida. Cantar os sonhos; as belezas cariocas, suas praias, sua gente, suas ruas e avenidas; as coisas simples, bobas, mas de maneira poética, com verdade e sentimento.
Os recentes amantes daquele som envolvente que começava a tomar corpo se reuniam em bares, boates e - impossível não mencionar - na casa da eterna musa da Bossa Nova, Nara Leão. A capixaba que, bem nova, se mudara para o Rio de Janeiro tinha apenas 14 anos quando a bossa entrou na sua vida. A pouca idade era apenas um detalhe. Nara tinha uma bela voz e uma habilidade surpreendente com o violão.
Nas horas vagas - quando não estavam produzindo - os jovens músicos e poetas davam espaço para o amor e as paixões. Roberto Menescal chegou a cortejar a Nara Leão, mas ela viria a namorar e noivar com amigo, Ronaldo Bôscoli. Em pouco tempo tudo acabaria. Maysa atrairia os olhares do jovem rapaz comprometido. Vinicius de Morais conheceria um dos tantos amores que passaram por sua vida: Lilá Bôscoli. Tom Jobim - muito bem casado com sua primeira esposa, Teresa Hermany - entrava na maior saia justa quando a estonteante francesa Milene Demongeout o fazia propostas indecorosas. Prezando pelo casamento, ele fugia, como diz o ditado, “como o diabo foge da cruz”.
Em agosto, a Bossa Nova completa seus 50 anos. As principais letras foram compostas no fim da década de 50 e ao longo dos anos 60. A maioria dos autores delas já não se encontram entre nós. Ao escutar as canções que abordam desde o saudosismo de velhos amores a um barquinho que veleja no macio do mar, os verdadeiros apreciadores da Bossa sentem uma, inevitável, pontada nostálgica no peito.
A Bossa Nova nunca perderá seu espaço na história da música brasileira. É impossível nos esquecer de seus geniais representantes que realizaram um trabalho primoroso: traduziram emoção e poesia em forma de versos e melodias.
Dica cultural
Hoje, disponibilizamos a você, caro leitor do SF, algumas das belas canções da Bossa Nova. Excelente distração para uma noite de sexta-feira. Uma boa noite e até a próxima semana.
As músicas modernas, que, até então, eram do tipo dor de cotovelo, passariam a ser vistas com outros olhos diante dos toques fortes e do som cristalino do violão de João Gilberto, dos arranjos e das palavras que jorravam da alma de Tom Jobim e do lirismo inconfundível de Vinícius de Moraes. A Bossa Nova começava a se consolidar numa cidade maravilhosa, vigiada e abençoada pelo Cristo.
Era preciso reinventar. Cantar as coisas belas da vida. Cantar os sonhos; as belezas cariocas, suas praias, sua gente, suas ruas e avenidas; as coisas simples, bobas, mas de maneira poética, com verdade e sentimento.
Os recentes amantes daquele som envolvente que começava a tomar corpo se reuniam em bares, boates e - impossível não mencionar - na casa da eterna musa da Bossa Nova, Nara Leão. A capixaba que, bem nova, se mudara para o Rio de Janeiro tinha apenas 14 anos quando a bossa entrou na sua vida. A pouca idade era apenas um detalhe. Nara tinha uma bela voz e uma habilidade surpreendente com o violão.
Nas horas vagas - quando não estavam produzindo - os jovens músicos e poetas davam espaço para o amor e as paixões. Roberto Menescal chegou a cortejar a Nara Leão, mas ela viria a namorar e noivar com amigo, Ronaldo Bôscoli. Em pouco tempo tudo acabaria. Maysa atrairia os olhares do jovem rapaz comprometido. Vinicius de Morais conheceria um dos tantos amores que passaram por sua vida: Lilá Bôscoli. Tom Jobim - muito bem casado com sua primeira esposa, Teresa Hermany - entrava na maior saia justa quando a estonteante francesa Milene Demongeout o fazia propostas indecorosas. Prezando pelo casamento, ele fugia, como diz o ditado, “como o diabo foge da cruz”.
Em agosto, a Bossa Nova completa seus 50 anos. As principais letras foram compostas no fim da década de 50 e ao longo dos anos 60. A maioria dos autores delas já não se encontram entre nós. Ao escutar as canções que abordam desde o saudosismo de velhos amores a um barquinho que veleja no macio do mar, os verdadeiros apreciadores da Bossa sentem uma, inevitável, pontada nostálgica no peito.
A Bossa Nova nunca perderá seu espaço na história da música brasileira. É impossível nos esquecer de seus geniais representantes que realizaram um trabalho primoroso: traduziram emoção e poesia em forma de versos e melodias.
Dica cultural
Hoje, disponibilizamos a você, caro leitor do SF, algumas das belas canções da Bossa Nova. Excelente distração para uma noite de sexta-feira. Uma boa noite e até a próxima semana.
Chega de saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) - Com Tom Jobim e João Gilberto
Samba de uma nota só (Tom Jobim / Newton Mendonça) - Com Nara Leão
Desafinado (Tom Jobim / Newton Mendonça) - Com João Gilberto e Tom Jobim
Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes / Norman Gimbel) - Com Tom Jobim e Vinícius de Morais
O barquinho (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli) - Com Nara Leão
Águas de março (Tom Jobim) - Com Elis Regina e Tom Jobim
Corcovado (Tom Jobim / Gene Lees) - Com Tom Jobim
Águas de março (Tom Jobim) - Com Elis Regina e Tom Jobim
Corcovado (Tom Jobim / Gene Lees) - Com Tom Jobim
17 comentários:
Eu amo Bossa! Parabéns pra ela (risos)
Sua dica cultural tá divina!
http://ofedor.blogspot.com
ah...
nem era a intenção
mas a verdade é que sem ela não pode ser
ah o Tom, mata...
deixa o JK pra lá
Adorei os links, o texto, enfim, tudo! Escreve demais...
Gostei do blog... Eu também gosto de Bossa Nova, principalmente do Tom Jobim e Vinícius de Morais. As músicas deles sempre me tocaram...
Abraços... C puder passa em casa
http://abelezadaarte.blogspot.com/
Valeu... Abraços...
Rosa - pixinguinha..
Passa na Maçã e confira o MEME...
Tem a série Blue Moon também, que tá bombando...
Morde a fruta lá e me conta.
http://macacomlimao.blogspot.com
acho bossa nova tãaao carioca .. adoro, só consigo pensar em manoel carlos, copacabana ..
haha
lindo, lindo !
André,
A bossa-nova, essa evolução do samba, ritmado com o jazz, me fascina.
Assistir aos vídeos do maestro Tom Jobim, de João Gilberto, Nara Leão, Vinícius é mergulhar profundamente no íntimo de quem se ouve, é se deliciar com as praias cariocas sem lá estar.
A bossa-nova me instiga cada vez que ouço. E ao ver Elis e Tom em Águas de Março me emocionei.
Bossa sempre. Lindo, lindo [2]!
TIRANDO OS BARQUINHOS, PATINHOS E NAMORADAS, EU CURTO MUITO A BOSSA NOVA! TOM JOBIM PRINCIPALMENTE. MÚSICA DE QUALIDADE QUE ELEVA O NOME DO BRASIL ONDE É TOCADA!
Bossa nova não é muito meu estilo mas eu gosto daquela musica|:
♫ O PATO VINHA CANTANDO ALEGRIMENTE, CREUUUU CREUUU CREUU, ENCONTROU UM MARRECO QUE ENTROU NO CREUUU CREUUU ♫
Gilberto Gil era contra a Bossa Nova
Angu com Taioba
Continuo afirmando que nasci na época errada. Amo anos 50,60,70,80, sem desprezar o tempo de hoje...
Águas de março, Alegia,alegria e Chega de saudade são as que eu mais gosto...
Rpz, a galera fala que eu num tenho gosto pra música soh pq eu gosto de boça Nova... Ourah mais! Se é bom, fazer o quê neah? HauHaUahua
Quando ouço falar em bossa nova os acordes já rondam minha mente: 'um cantinho um violão, esse amor e uma canção, pra fazer feliz a quem se ama...'
Naquela época nada mais importava que musica e amor para os poetas e Corcovado é a sintese de todo esse movimento, não é?
Bem, fica martelando em minha cabeça...
"E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você
Eu conheci
O que é felicidade
Meu amor..."
(Adorei seu blog, vou linkar ao meu!)
Não é atoa que chamam de anos dourados do Brasil, uma época onde a esperança de um país inteiro aflorou, uma nova era viria, onde poesia, melodia e beleza esplodia para ser visnumbrado por todos, uma época de artes e criatividade de refinamento e gosto, coisa que anda falatando no novo século.
Bossa nova a época onde criaram-se a verdadeira musica brasileira aquelas que não há quem não conheça, paranbéns belo post, muito bom o blog, abraços!
viva os 50 anos da Bossa Nova!!!
Olá, meninos! Tudo bem com vcs? : )
Ah que tema delicioso esse, sim os anos dourados, sem dúvida. Até setembro, está acontecendo uma exposição maravilhosa no Ibirapuera, aqui em Sampa, em homenagem aos 50 anos da bossa. Se passarem por aqui, me avisem e vamos juntos! hehehe
Amo todas que vc selecionou, André e tb amo de paixão Meditação, do Tom. É sublime!
André, fala com os meninos sim. Vamos todos nos unirmos em prol da Amazônia, com certeza.
Um beijão carinhoso a toda equipe e vamos que vamos!
Letícia.
Legal, mas acho que o tema 'bossa nova' vai muito além!
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