
Num país não tão machista, mas que guarda resquícios desse mal nas pequenas coisas, as jogadoras brasileiras sofreram com a discriminação e com a falta de patrocínio. Venceram? Não. Têm vencido com fé, resignação e demonstração de seus potenciais.
Apesar das significantes conquistas da nossa seleção feminina de futebol, nossas guerreiras ainda sonham com o dia em que serão reconhecidas e, quem sabe, poderão jogar nos gramados de seu país em condições melhores ou - elas só pedem - iguais às dos homens.
Um campeonato brasileiro de futebol feminino impulsionaria a modalidade e aí tudo ficaria mais fácil: seja descobrir jovens e promissores talentos ou dar maior unidade à seleção.
Só para constar: no último domingo, há menos de duas semanas da estréia nas Olimpíadas de Pequim, as atuais campeãs pan-americanas e vice-campeãs olímpicas e mundiais golearam por 4 a 0 o time da nossa meia-atacante e estrela, Marta, em jogo amistoso de preparação para os Jogos Olímpicos.
Até hoje, elas não conseguiram nada fácil. E é isso que dá a elas a certeza de que é plenamente possível ostentar a medalha dourada no peito no dia 21 de agosto, dia da final. Por falar em final, assista a estréia da nossa seleção que acontecerá na próxima quarta-feira às 6h. Motivo?!? O Brasil encarará as atuais campeãs mundiais, as alemãs. Pode ser um aperitivo do que iremos assistir no dia da decisão.

Os jogadores brasileiros vão a Pequim com uma de suas maiores responsabilidades: trazer o único título que nos falta, o de campeões olímpicos.
O alvoroço e estardalhaço na recepção da seleção brasileira no aeroporto de Hanón, para o jogo amistoso contra a seleção daquele país amanhã (01), não diz muita coisa.
O desempenho da seleção brasileira ainda é uma incógnita. Temos jovens talentosos, Ronaldinho Gaúcho, a camisa - que, dizem pesar - e o respeito dos adversários. Mas, isso é o suficiente? Lembre-se de que a seleção pode não ser a mesma, mas o técnico é e é ele quem manda.
A seleção faz sua estréia em Pequim na próxima quinta-feira (07) contra os belgas. O grupo C, do qual faz parte o Brasil, é completado por China e Nova Zelândia. Uma chave que, teoricamente, não oferece grandes perigos.
Se faturar a medalha de ouro, Dunga conquistará mais que uma valiosa medalha e boas recomendações em seu currículo. Ele conseguirá se safar da possível demissão rogada à audível coro popular.