terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O negócio é o seguinte

A todos que leram este blog, ainda o mantem nas suas listas de favoritos ou assinam o feed (e eventualmente a quem chegar aqui por outros meios). A parceria de alguns meses foi desfeita, como já devem ter lido. Quanto a isso, sem novidades, correto? Até porque devem ter notado que as atualizações neste endereço secaram assim como rio em época de seca.

Daí, parte deste grupo, para ser mais exato, três colunistas que aqui escreviam resolveram dar prosseguimento as suas ideias, semeando um produto novo. Propor múltiplas visões de um mundo múltiplo. Um mundo que não deixa de ir além das fronteiras. Mas que busca, antes de mais nada, a diversidade. E isso temos de sobra neste endereço e esperamos ter em nossa nova jornada.

Confira Caleidoscópio - http://caleidoscopiodigital.wordpress.com e tire suas próprias conclusões.

Te aguardamos por lá.

Cassio Teles, Lucas Fernandes e Matheus Laboissière

terça-feira, 6 de outubro de 2009

lufecap.blogspot.com

Hi, there! Pessoal, gostaria de convidar vocês para participarem do mais novo blog desta imensa blogosfera. É uma coisa simples, mas feita com todo o carinho e com a intenção de falar sobre, bem, sobre aquilo que queira discutir. "De tudo um pouco" soa meio pretensioso, né? Mas me arrisco a dizer que "muito sobre muitas coisas". Fica melhor assim, mais realista, acredito.

O lufecap, é o espaço que eu, Lucas Catta Prêta (antigo editor de Política e Internacional do SFW), quero dividir com todos aqueles que queiram falar desde coisas sérias até as trivialidades. Poxa, a vida não é dessa forma?

Convido assim, todos para consumirem uma dose, apenas aquela necessária, cotidiana de lufecap, que juro, é sem contra-indicações.

Vamos espalhar, dar um RT ou whatever? http://lufecap.blogspot.com

sábado, 7 de março de 2009

Velho tema

Suicídio assistido passa a ser permitido por lei em estado americano enquanto aqui no Brasil tramita no senado federal desde 1995.



Enquanto o nosso Brasil é regido pelas bênçãos dos arcebispos principalmente nas tentativas de decisões sobre onde começam vida e a morte não importando as circunstâncias, o estado de Washington, onde abriga a Casa Branca nos Estados Unidos é o segundo estado americano a aprovar nesta quinta-feira 5, a lei do suicídio assistido. Intitulada “morte com dignidade”. A nova lei permite que doentes terminais com morte prevista em até seis meses acelerem a data de sua despedida.

Na controversa natureza da aprovação do suicídio assistido, nem os hospitais e nem os médicos tem a obrigação de ajudar seus pacientes a morrerem. Muitos profissionais da saúde ligados a Igreja Católica se justificam dizendo que a opção do não acompanhamento do suicídio “não se trata necessariamente uma questão baseada na fé”. É o que diz Julien Petersen, diretora de um dos hospitais públicos que não participará da nova medida permitida por lei.
Enquanto em Washington a nova lei seja praticada sem muito rebuliço, no estado da Georgia, ativistas do “direito de morrer” foram presos por ajudar um homem de 58 anos a descansar em paz, leia-se, se matar. Mais quatro membros de um grupo chamado “Final Exit Network” também foram presos por “trabalharem” como voluntários mesmo não sendo médicos preparados pra o feito. Os “Exit guides”, guias para a saída, em português, com grande potencial em ajudar a quem deseja por um fim no sofrimento, atuam em estados onde a auto-aniquilação assistida, mesmo que com acompanhamento médico, ainda não é permitida. A polícia da Georgia estima que este grupo já teria ajudado mais de 200 pessoas suicidarem por toda nação americana.
Extremismos à parte, eticamente não deveriam caber ao estado e tão pouco às instituições religiosas decidirem se o cidadão pode ou não “partir dessa para uma melhor” quando lhe convir. No Brasil, a eutanásia ainda está em tramitação no senado desde 1995 quando foi criado o projeto de lei. Entretanto, a proibição permanece como o mais lógico a ser feito pela grande maioria da população.
Abortos somente são permitidos em casos de bebês anacéfalos (que nascem sem o cérebro) dentre outros casos mais graves. Fora isso, qualquer iniciativa própria ou alheia de interromper a gravidez, desligar aparelhos por outros problemas relacionados à vida, mesmo que declaradamente pela medicina ainda insolúveis, ou que seja a solução para alguns, são proibidos pelos nossos representantes no congresso nacional. Não são levadas em consideração as condições sociais, financeiras e psicológicas da mulher que engravidou ou das condições em que engravidou.
Repercutiu muito na última semana o horrendo caso da menina de nove anos que foi estuprada pelo padrasto que acabou por engravidá-la de gêmeos. Os médicos chegaram à conclusão que a gravidez deveria ser interrompida de modo que a saúde da vítima seja preservada. O então reverendíssimo arcebispo de Recife e Olinda D. José Cardoso Sobrinho classificou o aborto como um fato ainda pior do que o estupro. Excomungou a equipe médica e mãe da menina. O procedimento clinicamente justificado para evitar que a criança tenha que trazer dentro de si mais duas, trazendo assim, problemas tanto de ordem física quanto psicológica à menina, que já é inevitável uma vez que já sofreu o abuso.
De acordo com os valores morais e religiosos do arcebispo, o homem que cometeu tal crime ainda pode ser perdoado, enquanto os médicos e a mãe da criança que, provavelmente além de sofrer com o ocorrido, ainda "ficará de fora dos benefícios que sua fé religiosa traria" justamente por permitirem o aborto.
A afirmação do líder eclesiástico soou como preconceituosa por um grupo de Feministas Católicas que ficaram indignadas. Segundo elas, o fato de ele não excomungar o padrasto mostra como as mulheres ainda são tratadas pela Igreja em muitas partes do país.
É tudo muito controverso, me parece está ocorrendo uma relativização de crimes e impiedade por parte da Igreja.
Retomando a lei americana, sabemos que só poderia ter sido aprovada com base em testes clínicos que indicam se a pessoa tem chances de se recuperar ou não. Antes que pareça uma apologia ao suicídio por minha parte, a mesma ciência que explica as alterações psíquicas que envolvem o suicídio voluntário como patologia, confirma que em alguns casos específicos, os pacientes podem decidir quando morrer.
Enquanto o debate científico-filosófico-religioso sobre se temos o direito de decidir entre viver ou morrer permanece, as questões se multiplicam. As respostas sobre o início e o término da vida são variadas, pois dependem dos valores em que as pessoas se apóiam tomando como sentido de realidade. Se as respostas da ciência se sobrepõem às respostas fundamentadas na fé ou se ainda o mistério permanece no imaginário das pessoas.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Novatos mandam bem


O Campeonato Mineiro do Módulo II de 2009 traz algumas surpresas até o presente momento, na 5ª rodada de um total de 22. Os doze times, com exceção do Democrata de Sete Lagoas, que perdeu as quatro partidas até agora, o campeonato está bastante disputado.

O time de maior prestígio é, sem dúvida, o Ipatinga, que enfrenta dificuldades e está na sexta posição apenas. Agora é que o time começa a engrenar no campeonato. Como o Módulo II é disputado em turno e returno, o clube pode conseguir o acesso com facilidade.

Mas as grandes surpresas da competição são os récem-promovidos América de Teófilo Otoni e Funorte de Montes Claros. O primeiro é o líder do certame enquanto o segundo está em quinto, a dois pontos da zona de classificação.

O clube de Teófilo Otoni ainda tem um fator de suma importância para conquistar as vitórias no estádio Nassari Mattar: sua apaixonada torcida. No primeiro jogo, por exemplo, contra o Ipatinga, os 4.300 ingressos colocados à venda foram consumidos pelos americanos, que fizeram do estádio um verdadeiro caldeirão. A equipe começou vencendo, inclusive.

A torcida do Funorte também tem comparecido, porém, em menor número. 2.466 acompanharam a vitória da equipe por 2x1 sobre o Democrata-SL, de um total de 4.000 postos à venda.
O lucro do América de Teófilo Otoni em borderô divulgado no site da Federação Mineira foi de R$ 27.504,00, maior do que muitos ganhos de times do Módulo I do Campeonato Mineiro. A torcida e a cidade estão realmente empolgados com o time.

Depois de cinco rodadas, portanto, parece que o América-TO brigará pelo acesso, enquanto o Funorte pelo menos estará longe da briga para não cair, já que há times mais fracos tendendo a disputar a Terceira Divisão em 2010.

Para não ficar em cima do muro, dou meus palpites: América-TO e Ipatinga estarão na divisão de elite do Campeonato Mineiro em 2010 enquanto Democrata-SL e Itaúna vão disputar a Terceirona no ano que vem. Que times novos possam adentrar a divisão especial do futebol mineiro, dando uma sacudida para evitar que os mesmos de sempre subam e caiam.

Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Espelho Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A volta dos que não foram


A vida prega peças naqueles que zombam dela. A vida ensina aos mortais a humildade. A vida escreve-se por linhas tortas, de altos e baixos. Melhor será aquele que possuir sabedoria para lidar com as provações dela.

E um mortal subestimou por inteiro sua condição de aprendiz. Bradou a quem quisesse ouvir que era grande, estava pertecente ao grupo dos seletos do futebol mineiro, quiçá do nacional. Cometeu a injúria de se autoproclamar a "terceira força de Minas".

O tempo. Sim, o tempo. Ele passa, as situações mudam, as realidades se modificam. O mortal a que me refiro é o sr. Itair Machado, presidente do Ipatinga Futebol Clube, fundado em 1998. O sucesso do time começou com o bi campeonato mineiro em 2005 e 2006, continuou com a quarta colocação na Copa do Brasil de 2006 e culminou com a ascensão à Série A do Campeonato Brasileiro em 2008.

O Ipatinga já havia alcançado seu topo. Estava na hora de fazer o caminho de volta. A verdadeira terceira força de Minas Gerais, o América Futebol Clube, estava em um momento ruim, no Módulo II do Campeonato Mineiro. O Tigre, como é conhecido, desceu bastante rápido os degraus que havia galgado. O clube hoje realmente é de Segunda Divisão, Brasileira e Mineira, e passando aperto no campeonato estadual.

Parece que todo aquele alvoroço provocado por seu presidente deu lugar a tristezas, ao abandono, ao silêncio. E a vida deu sua lição a Itair Machado. Para ser grande, o Ipatinga deveria pelo menos ter tradição, construí-la, assim como faz o América desde sua fundação, em 1912. Para ser grande, tem que ter história, conquistas memoráveis, como o decacampeonato entre 1916 e 1925 e o Campeonato Brasileiro da Série B de 1997. Para ser grande, deve-se ter humildade e caminhar com os pés no chão. Coisa que nem o Ipatinga, muito menos Itair Machado, sem contar sua finita torcida, conseguiram.

E o resultado está aí. E pode não ter acabado a maré contrária. O time se encontra em 10º no Módulo II, com uma derrota para o récem-promovido da Terceira Divisão América de Teófilo Otoni, fora de casa, e um empate em pleno Ipatingão contra o também novato e sem história Poços de Caldas, o Vulcão.

A história de pouco mais de uma década do Ipatinga Futebol Clube tem saldo negativo. Saldo este daqueles que estão voltando sem terem sido nenhuma vez.

Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O mal da Libertadores

Hoje pretendo abordar um fato inusitado no futebol brasileiro: times que surpreenderam e chegaram à Copa Libertadores. Porém, alguns após alcançarem tal façanha, pereceram pelas divisões inferiores nacionais e/ou estaduais.

E a pergunta que fica é: por que estes times, que deveriam pelo menos manter-se na situação em que se encontravam quando da disputa da competição sul-americana, caem pelas tabelas?
Antes de analisar os times, melhor citá-los, assim como suas trajetórias antes e depois do mais importante ano para estes clubes.

Bangu-RJ
O primeiro clube a superar as expectativas foi o Bangu-RJ, em 1985. A segunda colocação no Campeonato Brasileiro daquele ano manteve o time carioca na divisão principal do campeonato nacional em 1986. Porém, a 21ª colocação do alvirrubro fez com que o clube fosse rebaixada à Segunda Divisão do Brasileirão, que disputou em 1987.

Santo André-SP
O clube do ABC paulista venceu o Flamengo-RJ pela Copa do Brasil de 2004 e teve o privilégio de disputar a Libertadores do ano seguinte. Em 2005, o clube manteve boas campanhas no Campeonato Paulista, sem brilho na Série B do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, a 15ª colocação dentre 20 times deveria ter servido de alerta. Mas houve negligência. Em 2008, o clube estava na Segunda Divisão do estadual. Só melhorou agora, com a volta às elites paulista e brasileira.

Paulista-SP
Outro clube que teve história meteoro no futebol brasileiro foi o Galo de Jundiaí. Campeão da Copa do Brasil em 2005, em final contra o Fluminense-RJ, o clube não conseguiu manter boas campanhas. Aliás, a própria trajetória do Paulista na Série B daquele ano foi pífia: 15º colocado, a dois pontos do rebaixamento à Série C. 2006 foi um ano positivo, em que por pouco não subiram, pelo número de vitórias, duas a mais. Porém, em 2007 foi o desastre total. A equipe foi rebaixada à Série C do Campeonato Brasileiro somente dois anos após ter disputado uma Libertadores. E a queda livre não parou por aí. Com a nova Série C, que seria formada pelos quatro rebaixados da Série B mais os clubes que ficassem entre a quarta e a 16ª posições, o Paulista foi empurrado à Série D, que deverá conquistar pelo estadual de 2009. Ficou na primeira fase da competição, perdendo para Duque de Caxias-RJ e América-MG.

Depois de apresentar os times e suas histórias, pode-se perceber que todos estes clubes, considerados “pequenos”, não conseguiram manter o bom momento e caíram pelas tabelas. Uma das razões para tal fato é o investimento compensado pelas diretorias destes clubes. Reformas dos estádios para abrigar a competição internacional, contratação de jogadores acima da capacidade de pagamento destes clubes, tudo para dar alegrias às torcidas. Mas a euforia da classificação não se resumiu em felicidade durante a competição. O Bangu conseguiu apenas 11,1% de aproveitamento. O Paulista, 33,3%. O Santo André foi o melhor dos três, mas alcançou apenas 44,4% dos pontos disputados.

Ou seja, depois de disputarem a Libertadores, os times saíram na primeira fase da competição, cheios de dívidas, o que tornou a administração do futebol insustentável para disputar em condições de igualdade contra times do mesmo nível econômico.

Pois então, para os “pequenos”, vale a pena disputar a Copa Libertadores da América? Ou seria melhor galgar aos poucos, passo a passo, os degraus até chegar à competição internacional em condições de disputar para valer e assim, alcançar reconhecimento nacionalmente também? Sinceramente, tenho minhas dúvidas. E os exemplos de Bangu-RJ, Santo André-SP e Paulista-SP estão para alertar os torcedores, ávidos por uma participação na Copa Libertadores.

Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Espelho Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O dote da noiva

Será que o futuro casal vai ser envolvido por uma verdadeira paixão?


Na Lei Islâmica, há uma norma segundo a qual, em um casamento, a noiva tem direito de receber um dote, o qual ela mesma deve indicar. Esse dote, ao contrário do que muitos pensam, é um simples presente, e não uma oferta, que o homem deve oferecer a sua futura esposa, como símbolo da sinceridade e dedicação que deve prestar a ela. Tudo isso, está registrado nas páginas do Sagrado Alcorão, na Surata (capítulo) 4, Versículo 4°: “E concedei às mulheres os dotes convencionais. Se elas, de bom grado, vos oferecerem algo, desfrutai-o com proveito.” O dote, ou Mahr, em árabe, pode ser usado da maneira que a noiva quiser, assim como pode ser bem diverso: uma viagem de turismo ou para a prática de rituais religiosos e até mesmo uma quantia em dinheiro.

Agora, estamos falando das Arábias, que por mais interessante que seja, está a no mínimo 10 mil quilômetros de distância. O internauta sem fronteira vai saber agora quem é a noiva mais cobiçada de Brasília, e não, nós não estamos nos transformando em um site de relacionamentos. Bem, essa poderosa pretendente atende pelo nome de PMDB. Essa rica noiva está sendo cortejada no momento por dois senhores, chamados PT e PSDB. Cada um deles está tentando convencer essa noiva que tem o melhor dote!

Mas já adianto uma coisa, não vai ser fácil! Os parentes da noiva são muitos, são tinhosos, duros na queda, ambiciosos também, é verdade, mas querem o melhor para sua queridinha! Sem dúvidas que o maior problema para concretizar uma união, ou a União, é o coro de vozes desses parentes, que destoa bastante.

De um lado, Michel Temer - Presidente da Câmara dos Deputados - Orestes Quércia, o senador Jarbas Vasconcelos e companhia bela, apóiam o casamento do PMDB com o PSDB, personificado em José Serra, governador paulista. Os dotes do tucano? Estar bem avaliado no principal e maior colégio eleitoral do país e ser o candidato mais bem cotado na sucessão presidencial. Além disso, defendem que a convivência entre PSDB e PMDB foi muito mais harmoniosa durante o governo Fernando Henrique (1995-2002) do que a relação atual com o PT. Vale ainda lembrar que o senador Jarbas quase foi o escolhido para ser vice de Serra na campanha presidencial de 2002.

Porém, como o PMDB é uma família um pouco desunida e ainda mais ouriçada, há aqueles que apregoam um novo acordo e portanto um maior dote – é claro! – deve ser discutido com o PT. Os simpatizantes do PT? José Sarney, Sérgio Cabral, Geddel Vieira Lima, Fernando Pimentel e companhia bela. Os dotes petistas são atraentes: toda a popularidade do presidente Lula e a poderosa máquina governamental. No caso do PT, o escolhido, ou melhor, a escolhida para fazer corte ao PMDB foi a ministra Dilma Rousseff, sacramentada e com as devidas bênçãos de Lula.

Falamos sobre os noivos, mas ninguém falou o que a noiva quer não é? Bom, aqui temos um consenso: o PMDB quer apenas a vice-presidência, seja o noivo quem for, e é claro, ministérios – muitos ministérios! -, controle de agências, autarquias e tudo o que tiver direito. Se você se perguntar se essa noiva pode pedir isso tudo, a resposta é sim! O PMDB comanda hoje as duas casas do Congresso Nacional, tem o maior número de prefeituras, vereadores, deputados, senadores e governadores. Enfim, é totalmente indispensável para a governabilidade, seja de Serra, seja de Dilma.

Esta é uma história de muitos capítulos, que tendem a ficar bem interessantes no decorrer de 2009. O noivo ainda não foi escolhido, mas o casório tem data marcada: 1° de janeiro de 2010. Sei que prever relacionamentos é sempre difícil, mas vai um palpite: a noite de núpcias vai ser uma ma-ra-vi-lha! Agora, os problemas sempre começam na lua-de-mel, não é mesmo? Seja ela com Dilma ou Serra. É aguardar para ver.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Damages

Foto: divulgação
“Não confie em ninguém!”. Esse não é apenas trecho de um dos fortes e bem escritos diálogos de Damages, série de ficção jurídica da TV estadunidense que vem cativando espectadores em todo o mundo. Na verdade, as quatro palavras formam uma imperativa advertência a todos aqueles dispostos a se entremear num universo repleto de ambição, mentira, interesse e traição.

Distante dos holofotes de um complicado caso judicial que movimenta uma indenização de cifras astronômicas, acontece um arriscado jogo de poder, onde não se pode confiar em ninguém.

Em Damages não existe a nítida e importuna separação entre joio e trigo. Todos os seus personagens - incrivelmente bem construídos - são essencialmente humanos: bons e maus, emotivos e frios calculistas. Curiosamente, a grande maioria tem caráter nada bem dosado. A perversidade e frieza superam os atributos mais admirados nos mocinhos da ficção.

Um dos méritos da série é trabalhar com os bastidores da injusta “justiça dos homens”, em que, por trás da batalha judicial envolvendo o bilionário empresário Arthur Frobisher (Ted Danson) e seus milhares de empregados, representados pela brilhante e sagaz advogada Patrícia Hewes (Glenn Close), é “permitido” chantagear, mentir, matar. Em Damages não existem limites nem escrúpulos. A ambição em ter aquilo que se almeja, perpassa qualquer regra ou convenção moral (o que é definido como certo ou errado).

O sucesso de Damages deve-se a uma série de fatores que interligam-se, dando origem a um dos melhores seriados da atualidade. A edição é um ponto positivo. Os flashbacks se encarregam de nos levar ao passado para entendermos o presente. As recorrentes transições temporais só fazem aumentar a tensão na medida em que a temporada se aproxima do fim.

O elenco, que, além da premiada Glenn Close e Ted Danson, inclui o excelente Zeljko Ivanek, Rose Byrne e Tate Donovan, é extremamente competente, dando vida a personagens complexos e intrigantes. O roteiro, muito bem desenvolvido e “costurado” não permite que os episódios se tornem desinteressantes e os personagens percam a vivacidade.

Em 2007, quando foi exibida a primeira temporada, Damages conseguiu sete indicações ao Emmy (Oscar da TV estadunidense), venceu nas categorias de melhor atriz em série dramática (Glenn Close) e na de melhor ator coadjuvante em série dramática (Zeljko Ivanek). Em 2008, conseguiu quatro indicações ao Globo de Ouro, vencendo na de melhor atriz em série dramática.

Assista ao trailer da primeira temporada de Damages (Clique aqui).

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A rivalidade pode ser saudável

18 de setembro de 1967. O Esporte Clube Santo André é fundado. O objetivo do novo clube era rivalizar com as equipes da região, como Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, já que no ABC paulita, sua região, não haviam outras equipes. O clube ficou conhecido no cenário nacional em 1984, quando terminou o Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão em 10º colocado. Um grande feito para o clube.

Cinco anos mais tarde, em 1989, nascia o primeiro rival do Ramalhão: A Associação Desportiva São Caetano, mais precisamente, em 4 de dezembro de 1989. O Azulão, creio, nasceu por influência do bom momento do rival em âmbito nacional. Mas o mais novo time do ABC paulista fez mais do que rivalizar com o Santo André. Ele conquistou o Brasil, encantou os sul-americanos. Os vice-campeonatos brasileiro em 2000 e 2001, além da segunda colocação na Copa Libertadores da América, em 2002, inflamaram de vez o ABC e região. O outrora grande do ABC, o Santo André, voltou a investir pesado no futebol para acompanhar o rival Azulão. Venceu a Série C do Campeonato Brasileiro de 2003 e a Copa do Brasil de 2004, sendo o segundo da região a disputar a competição sul-americana.

Um terceiro clube entrou para o profissionalismo. O Grêmio Barueri chegou para conquistar também seu espaço. E não é que o clube fez história? Ele é conhecido pelos seis acessos consecutivos no futebol paulista e brasileiro, indo da Série B-3 (Sexta Divisão do estado) até a Série B do Brasileirão. O Barueri é mais um que fora influenciado pelos crescimentos de São Caetano e Santo André.

E o futebol do ABC e região não parou por aí. Mais um clube almeja alcançar o sucesso dos rivais: O São Bernardo Futebol Clube. Fundado em 2004, o clube já conseguiu aparecer. Foi na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2005, quando chegou ao mata-mata da competição e revelou Rafinha, que depois foi contratado pelo Cruzeiro-MG. O time também conquistou, como o Barueri, acessos consecutivos nas divisões inferiores paulistas, chegando em 2009 na Série A2. Vai brigar pelo ineditismo de disputar a Série A1 em 2010.

A rivalidade, pois, pode trazer vários benefícios para o futebol daquela região ou município. Gerar renda, movimentar as ruas, proporcionar tristezas e alegrias, além de acessos de raiva. Isto é futebol, este esporte que, com certeza, torna as vidas dos torcedores de Santo André, agora na 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro, São Caetano, atualmente na Série B, Grêmio Barueri, estreante na Série A em 2009, e o caçula, São Bernardo, em busca da elite paulista, bem movimentada.

Matheus Laboissière, 21 anos, natural de Belo Horizonte, estudante de jornalismo do Uni-BH, diagramador e assessor da EPAMIG, colunista do site FutNet, idealizador do Espelho Digital e futuro colaborador do Sem Fronteiras.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O álcool na boca do povo

O companheiro entende de química? Não! Mas de álcool entende... - Imagem: Newscomex

O título sugere discussões como a Lei Seca, que entrara em vigor no dia 20 de junho do ano anterior, ou até mesmo os embates sobre a proibição ou não de bebidas em estádios de futebol, como o Mineirão. Contudo, não é preciso ser ingerido para estar na boca do povo, afinal o etanol brasileiro, mesmo após as descobertas de petróleo nas camadas de pré-sal, continua a figurar como um grande “pop star” das pastas de Minas e Energia e Economia, além de despertar a atenção e preocupação estrangeira.

Em resultado divulgado ao final de janeiro passado pelo Ministério de Minas e Energia, o álcool combustível bateu recorde de exportação, com a marca de 5,16 bilhões de litros, mais que o dobro de exportações de gasolina, realizadas pela Petrobrás, informa a assessoria do ministério. O preço do produto também subiu, 16%, sendo cotado a US$ 0,47. O total exportado em 2008, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA), foi 47% superior ao volume de 2007. Bons números, certo? Digamos que o álcool está na boca do povo. Mas permanecerá por muito tempo?

O crescimento das exportações nacionais deve-se a uma junção de fatores, dentre eles o aumento do barril de petróleo, que permaneceu por algum tempo cotado acima de US$ 100, a utilização do etanol com insumo industrial e a quebra da safra de milho do Meio-Oeste dos Estados Unidos, em decorrência de enchentes. Todos ajudaram a alavancar o produto no mercado. Na bolsa de Chicago, especializada em commodities, produtos de origem primária cotados nas bolsas de valores, o milho atingiu preço recorde. O resultado disso foi a importação por parte dos Estados Unidos, de 1,52 bilhões de litros, 30% do total exportado pelo Brasil.

Agora pensemos em 2009 e na crise econômica mundial. O presidente estadunidense eleito, Barack Obama, já anunciou cortes no setor econômico, e assim como o também democrata Franklin Delano Rosselvelt, eleito por quatro vezes presidente, entre 1932 a 1945 (quando faleceu antes de terminar seu mandato), Obama também pretende seguir a receita de Maynard Keynes e agir de forma protecionista, colocando o Estado para controlar as ações do mercado. Bom para a debilitada economia dos Estados Unidos, péssimo para o Brasil, que sofrerá com altas taxas alfandegárias que tendem a encarecer o etanol nacional frente ao etanol de milho deles. Caso a União Européia também assuma essa postura ante a crise, o álcool combustível perderá seus dias de glória e o doce sabor de 2008.

Se o contexto parece desanimador, eis um alento. O consumo interno de combustíveis também bateu recorde ano passado, com 105,9 bilhões de litros consumidos. O resultado apresentado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revela outro ponto: o etanol assumiu a ponta dentre as matrizes energéticas consumidas por automóveis no país em 2008, a exemplo da gasolina e do gás natural veicular (GNV). Um fato que deveu-se a grande oferta dos carros total flex (que rodam a álcool ou gasolina) e pela adição de 3% de biodiesel ao diesel convencional, postando os biocombustíveis com 18,2% do mercado, de acordo com números da agência.

Se o preço do barril de petróleo e a política intervencionista de Obama entrarem em vigor, a tendência é que o preço do álcool possa cair mais e o produto de origem brasileira talvez ganhe definitivamente espaço e caia no gosto dos ainda receosos quanto ao custo-benefício deste combustível “limpo”, que é popular nos veículos e sob outro aspecto, nas mesas e bares de todo o país. Mas essa, já é outra história...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

12ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Cine Praça - Largo das Fôrras

Foto: Alexandre C. Mota

No último dia 23, teve início a 12ª Mostra de Cinema de Tiradentes, considerada uma das mais importantes do país, inaugura o calendário dos festivais cinematográficos que ocorrem ao longo do ano e acontece até o dia 31 deste mês.

A atração cultural apresentará gratuitamente ao público, durante o período de nove dias, um total de 121 filmes, entre estes, 28 longas, 32 curtas e 61 curtas digitais. Os espaços de exibição serão o Cine-Praça, o Cine-Tenda e o Cine-Teatro.

O tema central deste ano será a relação entre o personagem e o seu lugar. A importância do personagem nos filmes, bem como seu lugar social e geográfico estarão no centro dos debates e exibições durante toda a Mostra.

Novos críticos avaliaram as películas dos jovens diretores e o número de encontros realizados entre público, crítico e diretor, passou de 12 para 18. Os debates contaram com um público atento e participativo. O júri jovem também foi modificado, contando agora com participantes das oficinas do próprio festival.

Para encerramento da 12ª Mostra de Cinema de Tiradentes, neste sábado, serão exibidos longas como: Canção de Baal, de Helena Ignez, Loki - Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique, Fontenelle (grande sucesso da última Mostra CineBH), e Estrada Real da Cachaça, de Pedro Urano, entre outros.

Confira: “Atrações da 12ª Mostra de Cinema de Tiradentes estão terminando” – Globo Minas

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Exclusivo nos céus

Passagem inédita de cometa pelo Sistema Solar poderá ser vista a olho nu

Foto: New Scientist

O nosso mais novo visitante dará as caras em nosso sistema solar por volta do dia 24 de fevereiro, é o que estima o astrônomo Gary Kronk, da base de St. Jacob, no estado do Illinois. Será a primeira vez que Cometa Lulin, ou Cometa c/2007 N3 fará escala por essas bandas, passando a 98 milhões de quilômetros de distância da Terra.

Embora pareça muito longe, será possível observar sua trajetória no céu exibindo sua calda que possui aproximadamente a medida de oito luas de diâmetro. O bloco congelado de rocha e poeira que viaja pelo espaço desde o início do sistema solar, ao se aproximar do sol, terá suas camadas exteriores vaporizadas, lançando gás e fragmentos, formando uma grande cauda apontada oposto ao sol.

A passagem de cometas foi vista durantes os milênios como prenúncio do fim dos tempos, mas hoje já se sabe de onde a maioria vêm e a sua possível trajetória pela galáxia.

Os astrônomos calculam que seja possível que ele já tenha passado por aqui a 10 milhões de anos atrás ou que ele tenha permanecido “preso” junto a outros bilhões de cometas na “nuvem de Oort” localizada a 3 anos luz da órbita de Plutão, nos “limites” do sistema solar.

“Como é a primeira vez que ele se aproxima do sol não há como saber como ele se comportará, alguns cometas brilham mais do que o esperado, outros não” explica Kronk.

O brilho vai depender da quantidade que o sol vai fundir da crosta de gelo do cometa para formar a calda de fragmentos, que é o que o torna visível.

“Cada cometa tem sua própria personalidade, e isso é o que os faz ser tão impressionantes” explica. Lulin poderá vir com uma novidade, uma calda a mais, que será visível pelo fato de a terra estar na órbita do sol no mesmo plano que ele.

Quando os ventos solares atingem um cometa, gás e poeira serão expelidos. A longa cauda de fragmentos se move devagar fazendo parecer duas saindo do corpo, visto pela extremidade. Será a única oportunidade de ver tal fenômeno em nossa existência.

Ao analisar o cometa, os astrônomos esperam poder confirmar a presença de um tipo de isótopo pesado do hidrogênio. Se confirmado, permitirá reforçar a hipótese de que cometas de congelados teriam recebido água proveniente da Terra durante o primeiro bilhão de anos após sua formação.

As observações da trajetória começarão na próxima semana pelo observatório Keck no Hawai.

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