segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eis que do sincretismo surge uma nação

Análise da obra "Maíra", de Darcy Ribeiro

Por mais que pareça improvável, a união de três matrizes diversas deu origem à nação brasileira. Três povos – os silvícolas Tupis, os negros (bantos e sudaneses) e os brancos europeus – que se entrelaçam e se afastam, complementando uns aos outros em um contexto trial.

Desde os tempos da chegada portuguesa, uma infinidade de erros e desmandos foram cometidos pelos caraíbas contra os índios que nesta pátria habitavam e consolidaram sua cultura cerca de dez mil anos antes do “descobrimento”.

A obra, ao seguir a toada de uma missa, faz alusão à chegada lusitana na Terra de Vera Cruz, assim como remete à catequese que aculturou os silvícolas, submetendo-os a uma cultura monoteísta, trazida pela Companhia de Jesus.

Avá é o exemplo da heterogeneidade brasileira. Ele se divide entre a visão religiosa e os rituais mairuns. Além do mais, incorpora a identidade de Isaías, um resquício de esperança de que ele fosse tal qual o profeta, o anunciador do Cristo e, no contexto de “Maíra”, o civilizador.

A colonização foi o fator preponderante para a consolidação de um “Brasil de Contrastes”, de múltiplas identidades e ecos. Brasil este, descrito na prosa de Oswald de Andrade, ícone do Modernismo Nacional e autor dos manifestos Antropófago e Pau-Brasil, que absorveram as qualidades, deglutinando-as para enfim, formar uma verdadeira nação: homogênea e com uma identidade sólida.

Uma nação em que silvícolas, caraíbas e afro-descendentes se aceitem em prol de uma identidade nativa, de raízes firmes tais como a do pau-brasil.

* O amigo internauta não enganou-se de blog. Propomos a você, em nosso retorno ao universo da web, uma maior versatilidade, como forma de atenuar os furos consecutivos com você que nos acompanha e sabe o quão dura é a tarefa de conciliar estudos, estágios e atividades bloguistas.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

We Can Change

Não sou uma pessoa politizada. Não entendo de economia. Apesar de todo o meu pessimismo e mau humor, ainda acredito no ser humano. Confesso que não acreditava na vitória do Obama. Não por não acreditar nele, mas por duvidar do povo norte-americano. Não conseguia conceber, em minha mente, que um povo tão racista pudesse eleger um negro para presidente. Acordei ontem ouvindo a notícia de que Barack Obama havia sido eleito e demorou um pouco pra ficha cair. Fiquei feliz.

Não sei, na parte prática da coisa, o que vai mudar, pra onde o mundo vai andar, se é que vai andar, se vai melhorar. Não sei se o Obama vai ou não investir no etanol brasileiro (sic), mas isso não muda minha vida. Não sei se ele vai ser a favor ou contra pesquisas com células-tronco, ou se é favorável à união civil dos homossexuais. Não sei se ele vai ajudar a consertar os problemas financeiros dos países em desenvolvimento ou se vai dar um punch nessa crise financeira que assola o mundo (embora as bolsas tenham aberto hoje em alta). Enfim.

Obama não vai mudar o mundo, mas o simples fato de ocupar a cadeira mais importante dele deve significar alguma coisa. Obama é mais que um político, ele é um ícone (presidente rockstar, como alguns disseram), o símbolo da esperança que, teoricamente, é a ultima a morrer.

Sei que ele representa, mais que tudo, uma mudança (como ele mesmo anunciava na sua campanha). E representa, acima de tudo, uma vontade de mudar, um desejo de um mundo melhor. E acredite, embora eu ache que o mundo tá acabado e que não tem mais jeito, no fundo, lá no fundo, como eu disse no começo, eu ainda acredito no ser humano e quero um mundo melhor pra viver. Vai lá Obama!

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