terça-feira, 30 de setembro de 2008

De Lulu para Lula

A maré ainda está para peixe, presidente? - Via blog Leituras e Opiniões, de Luis Favre

“Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia”. É do cancioneiro popular, Lulu Santos, uma das mais adequadas explicações acerca do momento econômico mundial, que resgata cenas arrepiantes, como a quebra (crack) da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. O amigo internauta, que há algum tempo acompanha este editor, lembrará das postagens anteriores sobre a crise estadunidense. Explicações, dados, citações e pensadores foram levados até você e agora, vale a pergunta: o que NÓS BRASILEIROS temos haver com as oscilações do mercado ianque? Resposta: leia abaixo.

A crise deu seus primeiros indícios há cerca de um ano, quando os títulos subprime ocasionaram problemas quanto ao não pagamento das hipotecas. Eles facilitaram a compra de imóveis à classe média, mas inundaram o mercado de oferta. Sem compradores, inúmeros bancos apresentaram sinais de instabilidade, relativo às dívidas realizadas por seus clientes. Alguns faliram, como é o caso do Lehman Brothers, já citado por esta editoria.

A questão estadunidense provoca um efeito em cadeia. A Europa, o Japão e o Canadá, por exemplo, tem entre seus papéis, o famigerado subprime. O Brasil felizmente não conta com tal “bomba-relógio”. Contudo, as perdas de instituições bancárias, tidas como sólidas, fizeram com que o mercado perdesse confiança, contraindo o crédito. Assim, o dinheiro tira férias sem poder viajar. Em casa, parado, ele esfria a economia, permitindo ao banqueiro emprestar tais “raridades” a juros exorbitantes. É algo semelhante ao chumbo, encolhido, mínimo, mas de grande peso para quem o alcança.

A conseqüência do congelamento do crédito é a contração do crédito, que prejudica a pessoa física e jurídica e leva os BC’s dos países a criarem linhas de crédito especiais ou a leiloarem suas moedas, o que pode desestabilizar de uma só vez a economia, suscetível a solavancos. Sem dinheiro disponível no exterior, o Brasil transforma-se em mais um refém da crise, o que fará a renda e a taxa de emprego cair no país. Mesmo assim, nosso amável presidente, que vê a bolsa cair, o crédito sumir, as ações despencarem e que após todos esses problemas, cresce em popularidade (haja carisma), manteve seu discurso de solidez nacional frente à crise. Uma pausa: manteve?

Ora, Lula, o profeta dos sertões, cidades e do planalto central, sabe que sem crédito, as exportações perderão fôlego e o PIB continuará caindo, uma vez que o crescimento do consumo e da produção (permitida através do investimento empresarial) sustenta os bons números da economia na gestão Mantega. “De volta ao planeta Terra”, o presidente já cogita a volta da inflação e, na pior das hipóteses, recessão. O Banco Central já age através dos depósitos compulsórios, que retêm parte dos lucros dos bancos no órgão federal. Que essa compulsão não retenha também, o dinheiro necessário para o sustento das classes menos abonadas! Nunca é demais relembrar.

A desvalorização das bolsas, um dos efeitos da crise, faz o capital especulativo migrar para investimentos mais seguros, deixando as zonas de perigo, Na fuga do rebaixamento financeiro, acionistas retiram volumes grandes de dinheiro da Ibovespa e de outras bolsas, fazendo o dólar, moeda forte, prevalecer, reduzindo o poder de compra, maior com o dinheiro estadunidense em queda. A desilusão mercadológica prova quão verdadeiras e enfáticas foram os versos de Lulu, afinal "nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia". A Lula resta driblar a "onda no mar", ou de fato, tomá-la, junto a inúmeras economias mundo afora. Todas despreparadas para as desventuras de um mundo mais que globalizado.


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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desventuras em série

O GP de Cingapura entrou para a história! Não, não caro leitor sem fronteira! Não faço referência ao incidente acontecido ao nosso compatriota, Felipe Massa, na noite cingapuriana de ontem (28). O GP de Cingapura será lembrado como o primeiro da história da F1 a ser disputado à noite. Agora, corrida iluminada por refletores deixou de ser exclusividade dos jogos eletrônicos.

O que parece um tanto quanto surreal é o que tem acontecido a Massa. Parece que lançaram uma urucubaca “daquelas” no brasileiro. Não bastasse ter o motor quebrado há três, apenas três voltinhas, para o fim da corrida do GP da Hungria, ontem Felipe teve de amargar uma incômoda 13ª colocação depois do Deus-nos-acuda de sua, mal-sucedida, primeira parada nos boxes.

Federico Uguzzoni é o nome da “criança”, responsável pelo infortúnio de Felipe e da equipe Ferrari, que dessa vez saiu sem nem um pontinho sequer - o que não havia acontecido em 2008 até então - além de ter sido ultrapassada pela McLaren na disputa do mundial de construtores.

Uguzzoni liberou a largada do piloto sem ter retirado a bomba de abastecimento do carro. Até Massa estar preparado para largar - sem a bomba embocada na lateral esquerda do carro - já havia se passado tempo suficiente para que o brasileiro perdesse a primeira posição que defendia e, conseqüentemente, a iminente possibilidade de tomar a liderança do campeonato de Lewis Hamilton, que com 3ª colocação no GP de Cingapura chegou aos 84 pontos, abrindo sete pontos de vantagem sobre Massa.

Apesar dos contratempos e dos erros sucessivos da Ferrari em 2008, Stefano Domenicali, chefe da equipe italiana, declarou à imprensa que é possível reverter a situação com três dobradinhas, nas três corridas que restam para o fim do campeonato. “Temos o potencial para isso, então o alvo é muito claro. Não é fácil, mas não vamos esquecer que tivemos uma situação muito mais difícil no ano passado e conseguimos vencer. A motivação é a mesma”.

A motivação pode até ser a mesma, mas Domenicali esquece que no ano passado sua equipe contava com uma estrondosa e inesperada intervenção da sorte. Sorte que - ao que tudo indica - parece “trotar” em sentido oposto ao da escuderia italiana na temporada atual.

Só resta aos dirigentes da Ferrari se agarrarem aos seus santos, aceitarem de bom grado todos os pés de coelho ou trevos de quatro folhas a eles ofertados, esperar e torcer. Torcer que a sorte volte a acompanhá-los.

domingo, 28 de setembro de 2008

5 de outubro: você escolhe

“Continuar e melhorar. É isso que a gente quer”. É este slogan que o candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), usa para construir toda sua campanha. A partir dele, são tomados depoimentos dos mais graduados políticos favoráveis a Marcio, como Aécio Neves e Fernando Pimentel. É com este slogan também que Márcio faz uso da máquina pública e administrativa, mostrando as obras e feitos da administração Pimentel, como se ele fosse o prefeito.

Em alguns momentos, até acho que Marcio está tentando é se reeleger! Será que ele é o prefeito de Belo Horizonte? Que bagunça! Sim, porque a duplicação da Antônio Carlos, obras viárias da cidade, “revitalização” do antigo Cardiominas, Guarda Municipal, enfim, enfim, é tudo creditado a Marcio Lacerda. Impressionante! Ele simplesmente conseguiu todos os recursos, interveio em absolutamente tudo!

Nossa... estou cada vez me confundindo mais... Será que ele não é o governador do estado? Sim, porque olha só: o número de empregos gerados no estado, o crescimento da economia mineira “comparado somente ao da China”, tudo isso, também é creditado a ele. Reorganizando as idéias, acho que estou prestes a concluir que Marcio tem um status diferente de gestor público: é um governador-prefeito, e por isso quero dizer que além de cuidar do nosso estado ele também administra a capital. Que cara porreta!

Vamos acordar gente! Não confundamos alhos com bugalhos: o que está sendo feito aqui em Belo Horizonte e no estado, em NADA tem a ver com Marcio Lacerda. O que estão tentando fazer é colar a imagem dele a tudo que vem sendo feito, o que não é verdade. Temos que discernir as coisas: quem faz e fez coisas aqui na prefeitura, foi o prefeito eleito. No caso, Fernando Pimentel. Não vamos entrar no mérito se algo foi feito, ou se foi bem feito. Na esfera estadual, idem. Talvez até possa-se de fato creditar algum mérito a Marcio Lacerda em investimentos conseguidos para o estado, já que ele foi secretário de desenvolvimento no segundo mandato de Aécio Neves. Mas fica só nisso!

A “aliança” tão apregoada nesta campanha vende outra idéia: apenas Marcio Lacerda vai ser capaz de continuar o ‘estupendo’ trabalho que vem sendo feito em conjunto por Pimentel e Aécio. Isso não passa de uma tática sórdida de conquistar votos: a tática do medo. Algo do tipo: “Se não for o Marcio, BH vai pro beleléo”. Um dos jingles de Marcio entoa: “Por que parou? Parou por que”? Uma alusão de que caso outro candidato vença, as obras e projetos da prefeitura vão parar. Ridículo, não é? Lembra aquele conhecido ‘voto de cabresto’, não é mesmo? Toma lá, dá cá.

Quando os outros candidatos falam, “quem escolhe o prefeito é você”, é claro que um desespero se apodera deles, porque duvido que cada um deles não aceitaria o apoio de Pimentel e Aécio se fosse oferecido, mas em tese, estão certos. Procure saber sobre a vida de cada um, o que fazem, o que fizeram e as reais propostas para a cidade. Nós que temos acesso à uma infinidade de ferramentas de busca, não temos desculpa por não nos informarmos melhor sobre quem governará nossa cidade.

E voltando ao sem-fronteira belorizontino, proponho uma reflexão: “continuar e melhorar”. Continuar? Como assim? Continuar o sistema plural de ensino? O trânsito caótico da cidade? A falta de diálogo com o cidadão? As filas nos postos de saúde?

"Continuar e melhorar". É isso que você quer?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sensível, original, particular: Lars Von Trier

Quem já assistiu às películas de Lars Von Trier, já deve ter percebido que o diretor dinamarquês pouco se importa em rodar filmes com os padrões estéticos característicos dos longas hollywoodianos. Originalidade é característica invejável em meio à homogeneidade e o arquétipo propagado no mundo cinematográfico.

Pouquíssimos diretores têm o que sobra a Lars: coragem. Quem, a não ser ele, tem a “audácia” de usar a câmera nos ombros do início ao fim das filmagens? Tudo bem que ele perde em estabilidade de imagens, mas faz com que o espectador, literalmente, se desestabilize: a estratégia confere verossimilhança aos seus, fortíssimos e poderosos, dramas. Sua câmera, em constante movimento, chega a captar a alma dos personagens.

Nas películas do dinamarquês, não encaixam figurinos e cenários pomposos. O que ele propõe levar às telonas não exige mais o abuso da simplicidade. Em filmes como Dogville (2003) e Manderlay (2005), o diretor chega a abrir mão do cenário, utilizando apenas um galpão negro. Os efeitos sonoros das películas conseguem construir, com maestria, o que nossos olhos não podem ver. O que fisicamente, não existe.

A sensibilidade de Lars é revelada não somente através das mensagens passadas através de seus longas. Mensagens estas que chegam a constranger. A escolha de suas protagonistas é, simplesmente, perfeita. Emily Watson em Ondas do Destino (1996) (filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar em 1996), Nicole Kidman, em Dogville e a excêntrica cantora islandesa Björk, dona da Palma de Ouro em Cannes, por sua interpretação em Dançando no Escuro (2000), são, simplesmente, insubstituíveis em seus papéis, desempenhando-os com brilhantismo.

A temática dos filmes do premiado diretor nórdico giram em torno, quase sempre, da análise do comportamento e natureza humana. Seus personagens são asquerosos, dissimulados, aproveitadores e perversos frente à imaculada figura de suas protagonistas. Lars demonstra sua profunda desesperança com a humanidade ao traçar interessantes análises sociológicas. Perceba como Selma, personagem de Björk, e Grace, Nicole Kidman, se aproximam da figura de Cristo. Essa é apenas uma das interpretações que podem ser formuladas a partir dos filmes de Lars Von Trier.

Com 52 anos, sendo 31 deles dedicados à carreira de diretor, Lars têm prêmios importantes no currículo, o que inclui uma Palma de Ouro em Cannes, Prêmio Goya de Melhor Filme Europeu e Prêmio Independent Spirit Awards, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Dançando no Escuro e, ainda, o Grande Prêmio do Júri em Cannes e um Prêmio César, também, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por Ondas do Destino. O próximo projeto de Lars é a filmagem de Washington, que, juntamente, com Dogville e Manderlay completam uma trilogia.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sobre mascotes e o futebol em Minas

Mamíferos adaptados...


Clique na imagem e confira a animação

... aves frustradas

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

8 - 80

Sempre enxerguei o Brasil como uma terra de muitos contrastes e discrepâncias. Um país onde as desigualdades são extremas. Parece que por aqui, é complicadissímo achar um meio-termo para o que quer que seja: é 8 ou 80. A média aritimética, 44, parece que dificilmente será um dia alcançada. Até mesmo quando recebemos resultados de alguma pesquisa, seja ela qualitativa ou quantitativa, mostrando qualquer aspecto sobre o país, os resultados estão em um extremo que impressiona.

O Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - divulgou na última segunda-feira, os primeiros dados relativos ao Pnad 2007 - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: os números foram sem sombra de dúvidas, excelentes e dignos de aplausos. Os dados mostram que a renda per capita dos mais pobres cresceu substancialmente entre 2001 e 2007: a renda dos 10% mais pobres cresceu a uma taxa de 7% ao ano, quase três vezes mais do que a média nacional, de 2,5%, e dos 10% mais ricos, de apenas 1%.

Ainda segundo a pesquisa, enquanto a pobreza caiu 8,5% na América Latina entre 1990 e 2005, no Brasil a redução foi de 10,2% entre 2002 e 2007. Ou seja: o Brasil conseguiu uma redução da pobreza em cinco anos maior do que a conseguida pela América Latina em 15 anos. Os dados ainda mostram que no período 2001-2007, quase 14 milhões de pessoas mudaram de estrato social, ou seja, subiram na conhecida pirâmide social.

Estes resultados apresentados mostram claramente uma coisa: a eficiência dos programas sociais dos últimos três governos federais - Fernando Henrique (1998-2002) e os já quase sete anos do governo Lula. Esses dois presidentes conseguiram através de medidas corretas, levar aos mais pobres, um pouco da riqueza que esse gigante país produz. Não cabe aqui dizer se, por exemplo, o Bolsa Família é o programa do tipo "dá o peixe e não ensina à pescar": o fato é que através deste programa, famílias que antes não tinham nenhuma perspectiva de melhora de vida, estão conseguindo finalmente viver com o mínimo de dignidade.

Porém, não podemos ficar no clima do oba-oba: o que está sendo feito, tem que continuar. Os dados do Pnad ainda mostram que os 10% mais ricos se apropriam de mais de 40% da renda, ao passo que os 40% mais pobres se apropriam de menos de 10% da renda. A diferença entre pobres e ricos, é claro, nunca vai acabar, mas é necessário uma redução destes números para que assim os mais pobres tenham um maior acesso às riquezas do país.

Pois bem caros sem-fronteiras, que coisa boa de ser dita, não é? Pois bem. Mas como disse no início dessa postagem, o Brasil sofre a síndrome do 8-80 e logo depois de termos recebido estes números maravilhosos do Ipea, um dia depois, terça-feira, a ONG Transparência Internacional veio com um relatório que dizia o seguinte: "Combate à corrupção estanca no Brasil".

Pronto. Aí vem o outro lado da gangorra: o índice de percepção de corrupção – que reflete como cidadãos em diversos países vêem o combate a este mal – calculado para o Brasil permaneceu em 3,5 pontos, intocado em relação ao ano passado, em uma escala que varia de 0 a 10. Quanto mais próximo do zero, maior a corrupção no país. Na rabeira da lista, Iraque e Mianmar (1,3) e Somália (1,0). No topo, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia com 9,3 pontos.

A Transparência Internacional diz o seguinte sobre a América Latina, exatamente o que disse neste post: "Os esforços anticorrupção parecem ter estancado, o que é particularmente perturbador à luz dos programas de reformas de muitos governos". É o caso do Brasil. Sim, claro que é válido, importante e tudo o que dissemos sobre os resultados obtidos pelo Ipea, porém, não podemos achar que fica só nisso. Para que o país avance, prospere, se desenvolva, é necessário esforços conjuntos, de todos os segmentos da sociedade civil, política e econômica.

E realmente no quesito combate a "corrupção" o Brasil está devendo, e muito. Nunca na história desse país, como diria Lula, tantos escândalos vieram à tona nos últimos anos. Infelizmente esses escândalos são nosso calcanhar-de-aquiles rumo à um país no rol dos mais desenvolvidos. Perdoem-me o ceticismo, mas tenho muito medo da classe política fazer uma analogia dos dados do Pnad e da Transparência Internacional e concluir: "Ou seja, podemos continuar na roubalheira".

É a síndrome do 8-80...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Medo de montanha-russa?


Interligado à natureza humana, o medo nasce de aversões que nosso cérebro cria, a fim de se distanciar de elementos que lhe causam estranheza. Visitas aos parques de diversão são momentos em que as angústias se afloram. Onde a criança, desde cedo, passa a cultivar as reações ante ao perigo de vivenciar alguns momentos e, depois, a atordoa-se ao relembrá-los. A montanha-russa, brinquedo banal a uns e temível a outros, não mais assusta crianças e jovens, que liberam a adrenalina e curtem loucamente o sobe e desce frenético. Pais, mães e assalariados, eis que vocês são vítimas! Não reprimam seus medos. Permaneçam e leiam atentamente a postagem.

O vendaval de nome subprime arrasa economias pelo planeta. As mais vulneráveis às oscilações, ou seja, as frágeis e dependentes do mercado externo, tendem a sofrer mais que as outras nações com a força das rajadas de vento, causa pela instabilidade do setor imobiliário estadunidense. Esta fez com que os consumidores não pudessem vender seus imóveis e assim, perdessem poder aquisitivo, esfriando a economia ianque. O cada vez mais escasso dinheiro em circulação levou alguns bancos à falência, pela enormidade de dívidas. No Brasil, brisas já podem ser percebidas! Afinal, sempre estamos em todas: as crises.

O caro amigo terá, agora, a resposta para seus medos! A montanha-russa gerada pela crise imobiliária, responsável direta pela queda vertiginosa do dólar no primeiro semestre de 2008, aliada ao período de eleições nos Estados Unidos, fez com que as bolsas de valores desse país oscilam-se e deixassem o mundo em pânico. O sobe e desce levou ao mal-estar de Ban-Ki moon, secretário geral da ONU, que pediu aos membros participantes, uma liderança em caráter mundial, que consiga articular países em torno de uma mobilização econômica ante uma possível crise mundial.

O novo capítulo do sobe e desce desenfreado ocorreu hoje (23). A resistência congressista em aprovar o pacote anti-crise, proposto por George W. Bush, arrastou as bolsas mundiais para baixo, fazendo com que a Bovespa acompanhasse a queda. Para o fundo do poço foram as ações da Petrobrás, líder dentre as ações da Bolsa de Valores de São Paulo. A fuga de capital acontece, devido aos fantasmas do mercado internacional, que fez das ações da petrolífera nacional e da Companhia Vale do Rio Doce, papéis de expectativa futura.

O fundo estadunidense pretende injetar mais de US$ 700 bilhões na economia, para que seus mecanismos voltem a girar através do consumo, 70% do que é arrecadado no país. Contudo, detalhes como a viabilidade do plano, não foram analisados. Os rombos nos cofres públicos preocupam ainda mais, uma vez que o alarme tomou proporções mundiais, e valores passam a ser mero fator de estímulo ao consumo, e, não mais, solução para o combate à crise. Reestréia “O Pânico”. As fábricas fecham às portas e os ricos também choram! Eis um final mexicano com tempero americano!

A recessão nos Estados Unidos, período de queda na produção econômica de um país, dá seus primeiros suspiros ofegantes. A UTI – Unidade de Tratamento Imersível – das potências aguardava ansiosa à espera de seu paciente mais ilustre, avesso às profundezas da submissão. Resta saber quantos SAMU’s serão necessários para mover os pacientes restantes, vítimas de uma montanha que há tempos deixou de ser russa ou estadunidense, e passou a ser brasileira, britânica, japonesa, alemã, sul-coreana, chinesa, sul-africana...
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Comunicado

Por problemas técnicos, o editor André Martins não poderá postar nesta segunda-feira, dia 22 de setembro. O outro editor, Lucas Fernandes, teve que remanejar horários nesta data e por isso, envia-lhe este comunicado. Pedimos sua compreensão e voltaremos às atividades normais na editoria Esportes, a partir de quinta-feira.
Abraços a todos os amigos sem-fronteira.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Hugo, o idiota

Aqueles que gostam de história sabem: muitos personagens que marcaram seu tempo ficam conhecidos por um nome, seguido de um adjetivo. Exemplificando: Pepino, o breve (foto); D. Maria, a louca, e por aí vai...

Eu apoio que um colega nosso, vizinho do Brasil, também tenha este privilégio! Adivinhem quem? Se você pensou em Hugo Chávez, acertou! O caudilho venezuelano expulsou na última quinta-feira o diretor da organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch no país, José Miguel Vivanco. O motivo? A divulgação de um relatório que critica as instituições e o governo. Mais uma vez, Chávez dá sinais claros de que não sabe lhe dar com as críticas que seu país recebe e o pior disso tudo, são as medidas que são encontradas para resolver as adversidades: cerceando a liberdade de expressão.

Bom, mas afinal de contas, o que dizia o tal relatório que deixou Hugo 'El Supremo' tão nervoso? Críticas e mais críticas sobre os 10 anos do governo de Chávez. O relatório afirma que o governo debilitou as instituições democráticas e as garantias de direitos humanos" neste período. E continua: "Na Venezuela se praticam políticas que degradam a democracia", afirma a Human Rights Watch, que em uma tradução para o português seria algo como Observatório para os Direitos Humanos. O relatório também crítica o controle do governo sobre o Poder Judiciário do país: segundo a HRW, uma reforma realizada em 2002, ampliando o número de cadeiras do Tribunal Supremo de Justiça de 20 para 32, teria aumentado o número de magistrados favoráveis ao governo, garantindo assim a maioria em eleições da Corte.

O relatório deste prestigiado organismo internacional só veio confirmar oficialmente o que toda a imprensa internacional vinha mostrando de forma sistemática nos últimos anos. Neste ano, a Declaração dos direitos do homem, documento se não o mais, um dos mais importantes da ONU, completa em 2008, 60 anos de sua publicação e o que vemos na Venezuela é um retrocesso de antes deste período: oposição ao governo silenciada e amordaçada, imprensa controlada aos moldes das mais mesquinhas ditaduras, - RCTV fechada, lembram-se? - sindicatos nas mãos do governo, enfim, enfim. São inúmeros os exemplos que poderiam ser citados sobre a total violação dos direitos humanos na Venezuela.

Chávez, que já não adora uma polêmica disse como foi que ordenou a expulsão do representante da HRW: "Ontem (quinta-feira) chegou à Venezuela um destes personagens que andam fazendo o trabalho sujo dos ianques e começou a dar declarações, então chamei o chanceler e lhe disse: expulse-o daqui". Simples assim. Mais uma vez, Chávez, que além de ser um caudilho patético, sofre de uma incurável paranóia: a de que George Bush quer a todo custo atingi-lo e matá-lo de surpresa, algo bem à lá aqueles filmes de western americanos. Como se o governo americano não tivesse outras preocupações neste momento...

Espero muito que quando Hugo Chávez deixar o poder, isso se um dia o fizer, a história lembre-se dele como: Hugo, o idiota.

Post pessoal e a perseguição

Post de POLÍTICA, publicado excepcionalmente nesta sexta-feira.

Sem-fronteira, espero que você tenha tido uma boa quarta-feira. Porque a minha, sinceramente, foi tenebrosa. E também, antes de adentrarmos este post, queria dizer que se trata de algo que aconteceu comigo, porém, foi uma situação tão à lá post do Lucas Catta Prêta de política, que não tive outra alternativa. Explico para vocês.

Desde a última segunda-feira, 15, estou com uma nova agenda de horários. Minha antiga rotina foi um pouco alterada, na verdade bagunçada, e durante esta semana saí de casa para ir à faculdade. Ok, até aí tudo bem, desconsiderando meu desânimo de enfrentar o maravilhoso transporte coletivo de Belo Horizonte.

Bom, eis que no fatídico dia 17 pego o ônibus às 18h20 rumo à faculdade, já com um fator agravante: o ônibus atrasou-se em 15 minutos e fui sentar no banco com um caminho de fogo atrás de mim, tamanha era a raiva. Fomos indo, andando, parando e nisso o ônibus ia enchendo e enchendo... Andamos, andamos... e o ônibus enchendo cada vez mais. Estava mais insuportável que o normal. Claro, sabia que estava em uma hora complicada, mas não imaginava que haveria tanta gente para embarcar no bendito ônibus.

Assim, o ônibus já tinha gente se acotovelando para passar no corredor. A mal-humorada da trocadora gritou, nem dando para vê-la: "Vamos arredar para trás senão ninguém chega hoje". E a raiva foi aumentando. Juntaram vários fatores para que eu quisesse sair correndo daquele ônibus: o grande número de pessoas, a senhora que estava do meu lado que não parava de engajar um assunto comigo apesar da minha explícita indiferença, a forte chuva, pessoas que entravam no ônibus molhadas e o não menos abençoado trânsito da capital mineira.

Meus caros, não estou exagerando: imagine um ônibus cheio. Muito cheio. Mais cheio. Um pouco mais. Coloca mais gente que cabe, poxa! Não, mais uma dúzia! Ok, uma dona com o sacolão da semana cabe! Aí, só mais um pouquinho... pronto! Agora espera mais um pouco...

Pois bem, quando meu ônibus finalmente chega na avenida Afonso Pena, adivinhe? Você que mora em Belo Horizonte já sabe: mais gente. Mais uma dez, juro! E foi uma correria danada, afinal de contas, estava chovendo como já havia dito. Percebendo o quão cheio estava o ônibus, uns quatro homens entraram pela porta do meio! Assim, na cara de pau! Ia entrar mais, porém a coitada da trocadora saiu gritando que vinha um ônibus da mesma linha logo atrás, que não precisaria "sair envadindo", como ela disse.

Os homens porém, alheios aos comentários, continuaram espremidos junto à porta. Nem sei se a trocadora viu eles. Creio que não. Bom, resolvi sair do meu lugar, com muita dificuldade, pois desceria no ponto seguinte e se deixasse para sair quando a porta abrisse, perderia meu ponto. Depois de me encaixar entre algumas pessoas, com uma mochila gigante na mão, escuto a conversa de dois dos homens que invadiram o ônibus: "Eu lá ia esperar outro ônibus, maluco? 40 minutos esperando esse aqui já, pô! Lotadão já, invadi geral!". O babaca do lado ria e confirmava tudo. O homem continuou: "Brasileiro, né não? Não desiste nunca! A gente tem é que dar nosso jeitinho de levar a vida, nem que seja no trambique né, não?"

Pronto. Virei meu rosto na hora e comecei a procurar a origem do som para ver a cara dos dois brasileiros. E eles riam, deliberadamente, se gabando de terem economizado R$2,10. Modéstia vai, modéstia vem e qual o assunto que eles começam a debater? Política. O babaca que ria disse após ligar seu radinho: "A droga da Voz do Brasil." O amigo dele disse: "Droga isso! E pois é cara, nem sei em quem voto ainda. É complicado essa droga de país. A gente vota, vota e nada muda. Continua essa cambada de ladrão safando roubando a gente. Tá osso".

Tá 'osso' mesmo! Olha, desci do ônibus pensando na conversa daqueles dois babacas: como o que sempre digo aqui no SF, é verdade e comprovável: esse jeitinho não deixa o país avançar. Com gente assim, fica difícil mudar mesmo. O babaca conseguiu "roubar" R$2,10 do sistema de trânsito. O político, vai roubar R$ 21 milhões. É a proporção das coisas e a quantidade de acesso ao dinheiro.

E é isso aí: vamos levando a vida.

Nada caretas

A terceira idade argentina e espanhola por certo se arrisca a dar alguns passinhos de tango e flamenco, respectivamente. As músicas clássicas, calmas, são as que mais trazem conforto aos velhinhos que após uma vida inteira só pensam em descansar e colher os frutos plantados décadas atrás. Bem, isso era o que imaginava até hoje (19).

Quem poderia conceber que 40 idosos ingleses que beiram seus centenários gostassem de rock?!? Não só cantassem, mas usassem acessórios e tivessem performances de verdadeiros metaleiros no palco?!?

Foi para romper com o estereótipo de que rock é som que agrada a jovens e que agride o ouvido dos velhinhos, que hoje (19), ao abrir a página do G1, me deparei com as fotos abaixo (Foto: Caroline Pankert/AP). Para quem não conhece esses são alguns dos integrantes da banda mais velha do mundo, The Zimmers.
Com os poucos dentes que resta ao vocalista, Raffaele 'Alf' Caretta, da banda mais experiente do globo, o vovô do rock, no auge dos seus 90 anos de idade, solta a voz e em alguns momentos chega a escandalizar a sociedade inglesa (clique aqui).

Mas quem pensa que o som dos velhinhos seja ruim, está redondamente enganado. Confira o clip da música “My Generation” do The Who, que faz parte do primeiro álbum comercial dos The Zimmers, “Lust for Life”. (Clique aqui) e tire suas próprias conclusões.

É interessante como em plena velhice o grupo se diverte fazendo o que gosta. O tom humorístico do clip acima vai desde a semelhança de algumas tomadas com a capa do penúltimo álbum dos Beatles, “Abbey Road", até o instinto destrutivo dos irreverentes velhinhos ingleses.

Isso sim que chamo de “uma velhice saudável”!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O buraco é mais embaixo


O centenário atleticano jamais será esquecido por sua imensa torcida. Após nove meses pífios, recheados por contratações equivocadas, promessas que sequer passaram do campo dos sonhos, com uma dívida galopante e divergências políticas internas, o Clube Atlético Mineiro não cantou de “galo” no terreno alheio. Para piorar, a tradicional equipe das Gerais perdeu por três clássicos para o arqui-rival, Cruzeiro, sendo um de goleada (5 a 0), e empatou outra partida.

A equipe de 2007, treinada pelo polêmico Émerson Leão, ascendeu ao final do certame, completando treze jogos sem derrota. Sem o técnico em 2008, demitido por incompatibilidade salarial, Geninho foi escolhido para ser o treinador do centenário. Logo começaram os boatos sobre contratações, como a de Ricardinho (ex-Corinthians e Santos), Jadílson (atualmente no rival celeste), Gallardo (hoje no River Plate), Leandro Amaral (no Vasco), Rodrigo Tabata (ex-Santos), Gérson Magrão (também no rival), Diego Tardelli (no Flamengo), Dodô (suspenso por doping) e até mesmo Juan Sebástian Verón, meia da seleção argentina.

Dos nomes citados acima, nem deles se consolidou. Vieram Marques (37 anos) e Petkovic (35 anos), craques com idade avançada, Souza lesionado e uma barca de atletas que pouco acrescentou ao grupo. Com Levir e Leão, a juventude ganhou espaço, mostrando aos mais descrentes o valor da base atleticana, que revelou Éder Luís, Rafael Miranda e Leandro Almeida, por exemplo, e o quanto é viável se investir em novos atletas, como foi o caso de Danilinho. A manutenção dessa base, aliada ao investimento em poucos jogadores de alto nível parecia a solução. Parecia! Mas como a diretoria não a fez, apenas sabemos a quantas anda o Atlético Mineiro.

Sem time, sem título, sem glórias. E agora sem presidente também. Ziza Valadares, depois de suposta carta anônima deixada em sua garagem e vítima das palavras duras da torcida, revoltada com os maus resultados, pediu demissão hoje (18). Campeão da série B do Campeonato Brasileiro e campeão mineiro, em 2006 e 2007, respectivamente, o ex-presidente deixa o cargo após uma auditoria reveladora: o clube mineiro deve R$ 214 milhões de reais e já soma o segundo maior déficit dentre os clubes nacionais, só perdendo o Flamengo, com R$ 242 milhões (veja o gráfico com os outros clubes clicando AQUI).

A semana atleticana sofreu ainda mais turbulências. A queda de Ziza deu-se após da cassação da liminar que suspendeu o pagamento à WRV, do empréstimo para a renovação dos contratos de Caçapa e Guilherme. A outra bomba veio em seqüência, com o anúncio da investigação do Ministério Público acerca das parcerias atleticanas com Democrata-GV e CRB. Dias depois, a gota d’água: a carta de renúncia do presidente Luís Otávio Ziza Valadares.

O chopp esquentou rapidamente, Beth Carvalho cantou “Pode chorar, pode chorar” e a festa, que aparentemente, não teria data para terminar, restringiu-se a poucos dias de ilusão. E assim segue o ano do centenário, sem ter nada e com a ameaça de salário atrasado, caso o novo presidente não seja definido rapidamente. A torcida aguardará, mas novamente fica a pergunta: “Até quando?”

terça-feira, 16 de setembro de 2008

As fragilidades de um gigante aborrecido

Crise estadunidense coloca mundo e candidatos à presidência em estado de alerta

Talvez o presidente Lula desconheça, o que não vem a ser uma novidade, contudo a crise do setor imobiliário nos Estados Unidos começa a atingir seus limites mais extremos. O panorama traçado por analistas confirmou-se após o pedido de concordata do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos estadunidense. Se o caro internauta questionou-se sobre o Quico, saiba que, indiretamente, poderá haver abalos no seu bolso, referentes à quebra dessa instituição que emprestava dinheiro a financeiras mundo afora. O Goldman Saches, maior banco ianque do setor, sofreu perda 70% e também preocupa o mercado.

Diante do quadro de vertigem sócio-econômica, os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama e John McCain, lançam suas diretrizes governamentais, demonstrando suas visões discrepantes acerca do tema. O republicano afirmou ontem (segunda-feira, 15) que as bases econômicas são sólidas e que o necessário é focar no elemento primordial: o trabalhador. Já o democrata rebate, colocando contra a parede o governo Bush e atribuindo-lhe a culpa pela situação atual.

Sob o ponto de vista tributário, McCain defende a redução de impostos sobre o benefício das empresas, de 35% para 25%, congelamento de gastos não-militares para contenção do déficit público e ainda, prega a diminuição da carga tributária às famílias de classes média alta e alta. Quanto à crise, o republicano pretende trabalhar com uma rede regulatória, que traga ainda mais transparência financeira, reafirmando o espírito liberalista republicano.

Obama propõe a anulação dessas taxas, aumento do imposto sobre lucros de capital (dinheiro destinado a investimentos), que incide principalmente sobre as empresas, propõe investimentos na ordem de US$ 200 bilhões em infra-estrutura (ação voltada ao combate do déficit federal) e por fim, defende a diminuição de impostos sobre as camadas mais baixas, com isenção deles para idosos que recebam menos de US$ 50 mil anuais. Em relação ao panorama atual, Obama, mais intervencionista, propõe um fundo para reestruturação econômica e outro, a fim de amenizar os juros sobre hipotecas imobiliárias.

No âmbito das relações internacionais, o democrata, senador pelo Estado de Illinois, explicou a France Presse, que há necessidade de se revisar acordos comerciais, como o Nafta, engendrados para proteger o cidadão estadunidense. Já McCain apóia a ampliação das relações comerciais, exceto com países do “Eixo do Mal” ou ligados a eles, com os quais pretende traçar planos militares de ação antiterrorista,

Eis que o gigante aborrecido pede compreensão, após anos de hegemonia mundial, consolidada em 1989, com a queda do Muro de Berlim e com as sabidas fragilidades do eixo socialista soviético. O sinal amarelo fora acionado. Essa potência treme; se projeta na condição de enferma, mas sequer cogita a hipótese de dar o braço a torcer a fim de pedir socorro, ligando assim, a sirene vermelha do pânico, temida por todo o planeta. E em resposta ao Quico, digo-lhe: entre Obama e McCain, que venha o mais preparado! O mundo aguardará ansiosamente por novos capítulos desse vôo turbulento sobre o planeta.

Caro amigo sem-fronteira, uma catástrofe estadunidense será mais que um evento isolado. Será uma depressão de ordem mundial. E assim, o gigante se aborrece, mas não se esquecerá jamais de suas fragilidades. É o que esperamos.

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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

E o campeonato caminha para o fim...

Ele não dá o “braço a torcer”. Mesmo a 21 pontos do líder do campeonato, Lewis Hamilton, o homem de gelo, atual campeão mundial da F1, o finlandês Kimi Raikkonen, por enquanto não cogita, nem trabalha com a possibilidade de ajudar o companheiro de equipe, o brasileiro Felipe Massa, a um pontinho do inglês, na briga pela conquista do campeonato.

Ao contrário do que aconteceu em 2007, quando Kimi venceu um campeonato praticamente perdido, na temporada atual ele não tem perspectivas de ser, novamente, surpreendido pelo “destino”. A vinte pontos de distância de Massa e a quatro corridas para o fim do campeonato, Kimi vê o brasileiro se consolidar na equipe e assumir o posto de piloto principal da escuderia italiana - nunca bem especificado se um ou outro.

Enquanto a Ferrari começa a traçar uma estratégia para as corridas decisivas, Lewis Hamilton, defensor da McLaren, continua com a postura que o fez perder o título do ano passado, entregando-o de bandeja para Raikkonen.

Que coragem é fundamental a um piloto que espera se sagrar campeão da F1, isso ninguém pode contestar. Mas o que é uma qualidade, se empregada com prudência, acaba por ser um dos pontos mais preocupantes em Hamilton, que abusa da sorte e acaba por preocupar os pilotos das demais equipes que se sentem em risco diante da insensatez e inconseqüência do jovem piloto inglês. O GP da Bélgica, onde foi punido, foi exemplo claro de que Hamilton precisa repensar a maneira como vem pilotando se quiser continuar sonhando pela conquista do campeonato.

Enquanto Massa e Hamilton, favoritos, duelam pelo primeiro título de suas carreiras, algumas estrelas de brilho fosco ao longo da atual temporada, começam a dar sinais de que mesmo não alçando vôos tão altos, podem, da mesma forma, surpreender. É o caso do alemão Sebastian Vettel que venceu a prova do GP da Itália, após a chuva que caiu sobre o circuito de Monza. É a primeira vitória do piloto na carreira, o mais jovem a conquistar um Grande Prêmio de Fórmula 1, aos 21 anos. O pódio foi completado por Kovalainen, em segundo e Kubica, que quase chegou a se esquecer do que era subir ao pódio, após vencer o GP do Canadá e passar batido até ontem (14).

sábado, 13 de setembro de 2008

Ninguém segura o Lula

Companheiro e companheira sem-fronteira, parece que hoje a única coisa que incomoda o presidente Lula é a crise do companheiro Evo Morales. Porque aqui dentro, é só alegria e oba-oba. E depois desta semana então, a euforia do presidente e companhia bela aumentaram ainda mais depois da pesquisa Datafolha indicando uma aprovação de 64% ao seu governo.

Foi o maior índice de aprovação de um presidente desde a redemocratização. Este número bate o recorde anterior de 55%, que olha só, pertencia ao próprio Lula. E desta vez, a popularidade do presidente não pôde ser creditada principalmente pelo Nordeste, não. Lá também o presidente goza de imenso apoio: 75%. Mas nesta última pesquisa, Lula conseguiu aprovação também da maioria em todos os segmentos geográficos: 57% no Sudeste, ante 47% da última pesquisa em março.

Até mesmo no eleitorado mais abastado, teoricamente e tradicionalmente mais de direita, Lula conseguiu aprovação da maioria: 57% daqueles que ganham mais de 10 salários mínimos. O número de março era 43%. Crescimento de 14 pontos percentuais.

A que se deve tudo isso? A resposta mais rápida e mais clara, logo aponta: economia. Sim, sem sombra de dúvidas. O país passa hoje por um momento de aquecimento na economia, com crescimento "nunca antes visto na história deste país". Porém, acredito que podemos dizer sem medo de errar em outro fator de ajuda: o carisma do presidente.

Ok, pode soar meio clichê dizer isso, mas é a pura verdade. Os críticos de Lula podem falar o que quiserem dele: autoritário, oportunista, não-sabia-de-nada e quaisquer outros adjetivos que quiserem. Mas não podem negar uma coisa: ele criou um novo estilo de presidente da República. Lula, em seu primeiro mandato, tinha aquele ar de novo, de mudança e também embalado pelo bom cenário exterior, conseguiu um bom mandato e amparado em uma boa aprovação popular.

No segundo e atual mandato de Lula ele conseguiu uma façanha: melhorar ainda mais os índices econômicos e sociais do país e por tabela, aumentar sua popularidade. Lula conseguiu construir ao longo de todos estes anos, um vínculo jamais visto com o povo, que como ele bem disse uma vez, "não quer saber de escândalos" mas quer ver sim é resultados. Concordemos ou não com o que ele disse, esta é a pura verdade. O presidente conseguiu se blindar contra qualquer escândalo que rondou Brasília, e olha que não foram poucos!

Quem se desespera com isso é a oposição do presidente, que hoje, vê solta ao vento as cobras e lagartas faladas sobre Lula e seu governo. Além do povo, o presidente construiu uma boa relação com praticamente todos os setores da sociedade, sabendo a hora e vez exatas de agradar a todos.

Lula vai caminhando para o fim de seu mandato e gravando seu nome na história ainda vivo, o que é muito surpreendente do ponto de vista histórico. Podem até não gostar do jeito dele, mas não há dúvidas: aquele que quiser ser o próximo presidente, terá que seguir a cartilha dele. Do contrário, é eleição perdida.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Entenda a crise na Bolívia

O Sem Fronteiras, traz ao seu público mais uma compilação de perguntas & respostas, tradicional nesta editoria, sobre mais uma crise internacional. Desta vez, a crise é aqui do nosso lado, na Bolívia. Nesta semana, o SF, por meio de sua editoria de Economia, de Lucas Fernandes, começou a explicar os problemas do país de Evo Morales. Contamos mais uma vez neste FAQ, com a qualidade do jornalismo da BBC.

Por que a oposição está protestando na Bolívia?

A oposição na Bolívia quer que o presidente Evo Morales volte atrás em sua decisão de cortar os repasses para os departamentos do dinheiro obtido com impostos sobre gás e petróleo.

O presidente diz estar usando o dinheiro para custear uma pensão para os idosos do país.

Os departamentos argumentam que são responsáveis pela produção da maior parte das commodities que geram o imposto e, por isso, deveriam ser mais beneficiados por eles, para que possam investir na melhoria da condição de vida de suas populações.

Os protestos também são contra a nova Constituição, cujo texto foi aprovado no fim do ano passado sem o apoio da oposição.

O texto da Carta Magna dá mais poder aos indígenas bolivianos - que representam 60% da população do país, de acordo com o último censo - e confirma a nacionalização dos recursos naturais.

Segundo o analista da BBC James Painter, a Constituição ameaça os negócios e as elites agrárias do departamento de Santa Cruz – onde vive 25% da população boliviana. As propostas para limitar as posses de terra e promover a reforma agrária provocaram fortes reações dos latifundiários locais.
Para que entre em vigor, o texto ainda precisa ser aprovado em um referendo, que foi convocado por Evo Morales para dezembro.


Quais são as implicações políticas dos protestos para Evo Morales?

O presidente saiu vitorioso em um referendo revogatório realizado em agosto de 2008, sendo reconduzido ao cargo pelo voto popular. A votação mostrou a força política de Morales e deu fôlego para o presidente seguir em frente com as reformas que julga necessárias para beneficiar os mais pobres na Bolívia.

Mas o mesmo referendo reconfirmou no poder governadores dos departamentos dominados pela oposição. A Bolívia tem um longo histórico de governos instáveis e organizações civis fortes que pressionam o Estado para que atenda suas exigências, e não está claro se Morales conseguirá resistir a essa pressão.

"Na Bolívia, estamos acostumados com os precipícios, mas dizem que sempre voltamos para trás quando chegamos à beira", disse Rosanna Barragan, historiadora e diretora do Arquivo de La Paz.

Para Barragan, a situação atual representa uma das piores crises internas já vividas pelo país.

Onde os protestos estão acontecendo?

Os departamentos bolivianos de Tarija, Santa Cruz, Beni, Pando e Chuquisaca (que juntos foram a região conhecida como "Meia Lua") pleiteiam maior autonomia e têm sido palco há meses de protestos contra Morales. Eles ficam no leste da Bolívia e são os departamentos mais ricos do país, graças principalmente à produção de gás e soja.

O departamento de Tarija, por exemplo, possui mais de 80% das reservas de gás bolivianas.

O oeste da Bolívia, onde vive a maior parte da população indígena, é a região em que o presidente conta com mais apoio.

Como a oposição vem protestando?

Nas últimas semanas, os manifestantes vêm bloqueando estradas e tomando aeroportos e estações de trem. Também ocorreram bloqueios nos postos de fronteira com o Brasil. As pessoas têm sido impedidas de ir de um país para o outro, e o bloqueio também impede o fluxo normal de mercadorias.

Os manifestantes também têm realizado violentos protestos, frequentemente entrando em choque com forças de segurança. Isso tem forçado escolas, estabelecimentos comerciais e repartições públicas a fechar as portas.

Mas o protesto mais temido pelos brasileiros é a possível interrupção no envio de gás boliviano ao Brasil. No dia 9 de setembro, uma instalação de produção de gás foi tomada pelos manifestantes e, no dia seguinte, uma explosão atingiu um gasoduto, provocando um corte de 10% no envio de gás para o território brasileiro, de acordo com autoridades bolivianas.

Qual é o impacto de uma interrupção no fornecimento de gás boliviano?

Só o Brasil recebe diariamente cerca de 31 milhões de metros cúbicos de gás boliviano. A Argentina, outros 2,5 milhões de metros cúbicos. "Seria grave se o fornecimento de gás boliviano fosse interrompido", disse à BBC o economista Martín Krause, do Centro de Investigação de Instituições e Mercados da Argentina. "No Brasil, a indústria de São Paulo seria afetada e, na Argentina, fábricas e residências."

Cerca de 75% do gás consumido pela indústria paulista é fornecido pela Bolívia. Mas não só os vizinhos da Bolívia seriam afetados por uma interrupção – o próprio país andino pode sofrer prejuízos, já que lucra US$ 2 bilhões por ano com as exportações.

Blindness

Sinestésico e provocantemente imaginativo, talvez sejam as expressões mais corretas para caracterizar Ensaio sobre a Cegueira (Blindness, Canadá / Brasil / Japão, 2008) o novo filme do diretor brazuca mais famoso no exterior, Fernando Meirelles.

Baseado na extraordinária obra do português José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, premiado com o Nobel de Literatura, Blindness diz respeito a uma misteriosa epidemia de cegueira que se abate sobre uma cidade, não especificada. A única mulher capaz de enxergar é a personagem - digo personagem pelo fato deles não possuírem nomes - de Julianne Moore, casada com um oftalmologista (Mark Ruffalo) que, assim como seus pacientes, acaba perdendo a visão.

Cegos e abandonados à própria sorte, os doentes são enclausurados em quarentena em uma espécie de sanatório. Ali, todos serão guiados pelos olhos da personagem de Julianne, que finge estar cega para não se separar do marido. Ao longo da narrativa surgem situações conflituosas que retratam a degradação, tanto física, quanto moral do ser humano.

Mesmo não sendo nenhum crítico de cinema, vê-se que em Blindness tudo funciona muito bem. Desde a fotografia impecável, de Charlone, velho conhecido e parceiro de Meirelles, às interpretações, principalmente, da brasileira Alice Braga e, de Julianne Moore.

O filme é repleto de belas e comoventes cenas. Como a que a personagem de Moore é perguntada pelo marido, quantas horas eram. Com o semblante apático e desolado ela chora desesperadamente diante do desgaste e da responsabilidade de ser a única possuidora do dom da visão, e diz ter esquecido de dar corda no relógio. Outra cena espetacular é a da chuva, quase no fim do filme.

Ovacionado por uns e detestado por outros, Blindness dividiu a crítica internacional, alvoroçou e ao mesmo tempo chocou a platéia em Cannes, onde esteve na disputa pela Palma de Ouro. De fato, é desconfortável assistir a cenas tão pesadas quanto a do estupro coletivo, mas o fato do diretor retratar o caráter bestial que determinados personagens adquirem diante do descontrole e do caos, não tira os méritos da película, ao contrário, enobrece-a ainda mais. É preciso coragem para mostrar as facetas humanas ocultas e reprimidas diante das regras sociais a serem seguidas “cegamente” por todos.

Ainda é cedo para especulações, mas Ensaio sobre a Cegueira tem chances de abocanhar indicações no Oscar 2009. Minhas apostas são para as categorias de melhor atriz (Julianne Moore), fotografia (César Charlone), edição (Daniel Rezende) e roteiro adaptado (Don McKellar). As chances de Fernando Meireles nas categorias de melhor direção e filme são remotas, mas reais, por que não? É esperar e torcer.

Veja o trailer de Blindness (clique aqui)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Da seleção ao Brasileirão

Desolação de Ronaldinho contra a Bolívia (imagem de Fernando Soutello - Reuters) e alegria de Kléber Pereira, artilheiro isolado do Brasileirão (foto Yahoo)

Irreconhecível. Bastou uma palavra para que o torcedor brasileiro definisse a apresentação dos selecionáveis de Dunga diante da Bolívia, no Estádio João Havelange, o Engenhão, na noite de ontem (10). Após a vitória sobre o Chile no domingo (7), quando o Brasil derrotou a seleção comandada por Marcelo Bielsa pelo placar de 3 a 0, apresentando um futebol de bom nível em pleno Estádio Nacional, em Santiago, grandes expectativas foram criadas em torno do grupo, que não correspondeu ante a última colocada das Eliminatórias Sul-Americanas, empatando com a fraca Bolívia em 0 a 0.

Bolívia irreconhecível x Brasil apático?

Os vinte gols sofridos não retrataram a realidade boliviana frente à seleção canarinha. O Brasil sequer chegou à meta boliviana no primeiro tempo, mantendo um futebol burocrático e inebriado pela fácil vitória ante o Chile, uma equipe bastante ofensiva, que não ofereceu resistência ao ataque composto por Ronaldinho Gaúcho, do Milan - ITA, Robinho, do Manchester City - ING e Luís Fabiano, do Sevilha - ESP.

A formação treinada por Erwin Sanchéz, técnico boliviano, suspenso nesta partida, permitiu com que a seleção andina se fechasse e neutralizasse a principal referência do Brasil na partida de Santiago, o centroavante Luís Fabiano, que foi neutralizado e se apagou frente à zaga boliviana. Defesa sólida e ataque frágil, com Marcelo Moreno pouco inspirado, fizeram com que a partida caminhasse para um empate insosso.

Os gritos de Juan impulsionando a seleção para o ataque e as tentativas frustradas dos outros atletas, não foram suficientes para que o Brasil saísse com a vitória e a vice-liderança isolada das Eliminatórias, ocupada também pela Argentina e Chile. Antes mesmo do término da partida, as vaias surgiram e revelaram os anseios do povo brasileiro: fora Dunga!

Da seleção ao Brasileirão

Terminados os jogos contra Chile e Bolívia, os convocados Juan e Kléber, laterais esquerdos de Flamengo e Santos, respectivamente, retornam e reforçam suas equipes no Brasileirão, já na rodada de domingo (14).

O time rubro-negro carioca e o tricolor paulista brigam pela ascensão ao G4, composto atualmente pelo líder Grêmio, vice-líder Cruzeiro e por Palmeiras e Botafogo. Flamengo e São Paulo se enfrentam em partida pelo returno, no Maracanã, daqui a três dias. O jogo promete ser o divisor de águas para as duas equipes, apontadas por muitos como favoritas ao título.

Em contrapartida, o Santos busca se distanciar de vez, da zona de rebaixamento, jogando contra o Fluminense, em casa, com o apoio da torcida, que anda entusiasmada com os gols de Kléber Pereira, artilheiro do campeonato, com 17 gols.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quem dera se tivéssemos o PMUB

Agora, sinceramente: como cobrar seriedade para o Legislativo municipal? PMUB ainda é fichinha! A maioria da população não tem meios de pesquisar a vida do candidato, ou as atividades daqueles que tentam a reeleição. Dessa forma, ficamos vendo os candidatos com 1/100 de segundo: geralmente só o nome e o número do infeliz. Quando algum consegue falar alguma coisa, este se deu bem ainda.

No final, acontece o que a charge mostra de forma mais explícita que os candidatos do mundo real: muitos daqueles que se candidatam à uma vaga nas Câmaras Municipais querem mesmo é se enriquecer, mamando nessa generosa vaca chamada Estado brasileiro.

O resultado, todos nós já sabemos...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Uma verdadeira chuva de medalhas

Nossos atletas paraolímpicos vêm realizando um trabalho irretocável em Pequim. Só hoje, os brasileiros subiram ao pódio, nada mais, nada menos que dez vezes, sendo cinco delas, no lugar mais alto.

Na final dos 100m livre, categoria S10, André Brasil e Phelipe Rodrigues fizeram uma dobradinha e levaram ouro e prata. Já Daniel Dias, que já havia faturado o ouro nos 50m livre no domingo e nos 50m costa ontem, conquistou mais uma medalha dourada ao vencer - com a diferença de quase meia piscina de vantagem para o segundo colocado - a prova dos 200m livre na categoria S5.

Nos tatames, Deanne Silva ganhou uma prata e Antônio Tenório, o porta-bandeiras da delegação brasileira na festa de abertura das Paraolimpíadas de Pequim, tornou-se tetra-campeão na categoria até 100kg no judô.

Até na bocha - esporte no qual não possuímos tradição alguma - faturamos duas medalhas nessa terça-feira. Uma de ouro, com Dirceu Pinto e a de bronze com Eliseu Santos, ambos pertencentes à categoria BC4, para atletas com distrofia muscular.

A festa verde e amarela se estendeu, também, às pistas do Ninho do Pássaro. Correndo os 100m rasos na categoria T11, Lucas Prado bateu o recorde mundial que já era seu com o tempo de 11s03, levando o ouro. Terezinha Guilhermino e Adria Santos, nos 100m rasos femininos, também na categoria T11, conquistaram, respectivamente, prata e bronze.

A décima medalha do dia, veio através da prova de adestramento no hipismo. Marcos Alves montando o cavalo Luthernay de Vernay conquistou o bronze ao terminar a prova com 67.714 pontos.

Com a conquista de tantos ouros em um único dia, o Brasil pula para a 5ª colocação no quadro geral de medalhas, com oito ouros, quatro pratas e cinco bronzes.

De Evo ao desespero


Um país, o gás e o medo de jaz

Amantes de Coca e militantes de esquerda, uma união aparentemente improvável. Por ora, aliar consumo e desapego a bens materiais soa estranhamente ao leitor, que talvez ligue estas pontas da corda aos anos 60 e 70, quando vários jovens aderiram idéias socialistas, sem desvincular-se do prazer de consumir uma coca gelada. Em 2005, a Bolívia, país cocaleiro, conheceu o indígena que levaria o país a se destacar nos noticiários latino-americanos e até internacionais: o senhor Evo Morales.

Eleito com a ajuda do influente e não menos populista, Hugo Chávez, Evo assumiu o país com ideais nacionalistas e com o pensamento de mostrar uma nova Bolívia aos parceiros e vizinhos. Uma república popular, que além da coca, produz minério na região de Santa Cruz de la Sierra e Potosí, e o não menos importante, gás natural. Aliás, fora este produto advindo dos campos de exploração bolivianos que gerou a primeira grande polêmica do governo Morales.

Saindo do campo político para o econômico, o presidente boliviano pôs em prática, um dos seus planos de gestão: a nacionalização do gás natural. Desta forma, todas as empresas privadas do ramo, inclusive a Petrobrás, a maior e mais influente na Bolívia, foram entregues às Jazidas Petrolíferas Fiscais Bolivianas (YPFB). A quem tenha “rodado a baiana” com o momento “Lula paz e amor”. Se a autoridade maior da nação, declaradamente, nada vê e ouve, esse editor enxergou a ferida se abrir ao vento e sagrar.

A dependência nacional criada acerca do gás boliviano tornou-se nítida aos olhares do mais leigo dos brasileiros. Hoje, pagamos a duras penas, o pato pelos governos passados terem perdido o bonde da história, não investindo no gás natural. A compra de gás da Venezuela e as pesquisas e produção na Bacia de Campos minimizaram o problema, entretanto na curaram a chaga. Se neste momento, o caro amigo internauta, lê este texto imaginando no que poderá a vir de pior por trás desses erros, respire fundo e tome uma água.

A Bolívia garantiu que cumprirá com o fornecimento de gás ao Brasil e a Argentina. A questão é a necessidade que o país tem em garantir reservas prováveis do combustível, algo em torno de 498 bilhões de m3 até 2031, para os contratos em vigor com os países citados. E mais 519 bilhões de m3 para novos acordos. A estatal boliviana crê em 617 bilhões de m3 prováveis, mas o governo deve investir quase três vezes menos que os analistas recomendam para que a república atinja suas metas.

Se o caro internauta possui um veículo movido a gás natural, não se desespere por enquanto. O fornecimento está controlado e as perspectivas negativas são futuras, podendo ou não ser confirmadas. No entanto, vale o alerta e a atenção acerca dos atos da pasta de Minas e Energia, que durante anos se voltara ao investimento hidroelétrico e que somente agora, destinara valores significativos na descoberta e ampliação de outras fontes, como o gás natural, o petróleo de águas profundas e as energias renováveis, como os biocombustíveis.

Enquanto isso, a Bolívia, em pé de guerra, em meio às velhas discussões políticas entre mineradores e cocaleiros, perde o gás e se pergunta: o que mais?


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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Que começo!!!

Abertura

As Paraolimpíadas de Pequim foram oficialmente abertas no último sábado (06) às 20h (horário local) no estupendo Ninho do Pássaro. A festa de abertura foi marcada, principalmente, pela emoção. Bailarinos e cantores portadores de deficiências encantaram a multidão presente, mostrando, a todos, que as limitações físicas, eram detalhes secundários, irrelevantes diante de tanta graça e beleza.

O estádio, lotado, conferiu a belíssima festa que uniu música, dança, sincronia e um espetacular show de fogos. Os chineses prestigiaram o evento e compareceram em peso, levando alegria e boas vibrações às delegações que desfilavam no Ninho.

O Brasil possui 187 atletas em Pequim, maior número de representantes já registrado em Paraolimpíadas. Até o dia 17, nossos atletas competirão em 17 dos 20 esportes disputados na 13ª edição dos Jogos.

As primeiras conquistas

Logo no primeiro dia de competições, o Brasil mostrou a que veio. Daniel Dias brilhou nas piscinas do Cubo D’Água e garantiu o primeiro medalha de ouro para o país ao vencer os 100m livre, categoria S5. O brasileiro bateu, ainda, o recorde mundial da prova com o tempo de 1m11s05, dois segundos abaixo do antigo tempo.

Depois de escorregar diante da chinesa, Na cui, na semi-finais, Michelle Ferreira (até 52 kg) derrotou, por ippon, a espanhola Sheila Hernandez, conquistando a primeira medalha, um bronze, para o judô brasileiro em Pequim.

Já Karla Cardoso (até 48kg) repetiu o feito de Atenas e conseguiu mais uma prata. A brasileira foi derrotada pela chinesa Guo Huaping na final, mas não deu espaço para o abatimento e já faz projeções para o futuro. Segundo o G1, Karla já pensa em Londres.

Mais ouros

Os nadadores brasileiros André Brasil e, novamente, Daniel Dias nos presentearam com mais duas medalhas de ouro. André, que pode disputar mais sete finais, venceu os 100m borboleta, categoria S10 e Daniel derrotou o favorito nos 50m costas, categoria S5, o chinês Junquan He, e sagrou-se campeão da prova.

No judô, as meninas do Brasil vem dando um verdadeiro show. Hoje foi a vez de Daniele Silva (até 57kg) abocanhar mais uma medalha de bronze para o país.

Com três ouros, uma prata e dois bronzes, o Brasil ocupa a 7ª colocação no quadro geral de medalhas.

domingo, 7 de setembro de 2008

Primeiras indicações ao Prêmio SFW

Hoje, apenas os indicados, com seus devidos créditos e links. Terça-feira, postagem completa acerca do Prêmio SFW de Qualidade, regulamento completo e comentários sobre as indicações.

Vamos aos primeiros indicados:

Melhor layout 1: Descobri a Pólvora - Revista "O Patifúndio" (sítio comunitário e lusófono);
Melhor layout 2:
Grãos de Areia pelo Infinito (de Alex Lírio);

OBS: O portal "O Patifúndio" não poderia ser indicado, devido ao seu caráter de site, possuindo maiores recursos que os demais. Daí a indicação do antigo blog "Descobri a Pólvora", ainda existente.

Melhor texto 1: Independências pendentes (blog Repercutiu, de Daniel Leite);
Melhor texto 2: Bon di Papiá (Revista "O Patifúndio" - Nossa Pangea, de Emerson Santiago);

Melhor série 1: Série Olímpica - Babel em chinês! (blog Babel Ponto Com, de Letícia Castro);
Melhor série 2: Café Olímpico (blog Café com Notícias, de Wander Veroni).

Aos indicados, nossos parabéns! Aos outros parceiros, nossas felicitações pelos belíssimos trabalhos apresentados ao universo da web e boa sorte nas próximas listas. Lembrem-se, a eleição será realizada em dezembro. Até lá, muitos serão os indicados!

Prêmio SFW de Qualidade. Uma realização da equipe:

Sem Fronteiras - A informação nos leva ao mundo, nós levamos a informação até você

sábado, 6 de setembro de 2008

Independência

Amanhã, 7 de setembro. Dia da Independência. Nome de dia bonito. Dia de feriado, embora, em um domingo. Dia de paradas militares por todo o Brasil afora. Dia de comemorar a emancipação política desse país de Portugal. Dia que é ensinado exaustivamente aos nossos alunos. Dia que fomos ensinados: "Tenham orgulho desse país!". 

E fica nisso. Tudo na teoria. Tudo restrito à cantar todos os hinos possíveis que esse pais têm. Tudo restrito à decoreba e blá blá blá dos livros de história. Aprendemos todo o processo histórico pelo qual passamos até conseguir a independência, mas parece que esquecemos do que vem depois desta data e do nosso momento atual.

Depois do blá blá blá, que poupemos os professores, não é culpa integral deles, não é feita nenhuma reflexão sobre o que de fato é este país. Estamos mesmo 'independentes'? E não, não falo daquele papinho clássico de escola: "O Brasil não é independente. Os Estados Unidos ainda exploram a gente. Somos uns pobres coitados". 

Não suporto também o papo que gosto de chamar de motivo endêmico! Pergunte ao seu vizinho, ou caso não converse com ele, a um primo qualquer, o seguinte: "O Brasil é um bom país?" Você vai escutar como resposta: "É sim. Aqui é um lugar bom! Clima agradável, pessoas boas, natureza exuberante. Ah, e não temos furacões, terremotos. Nossa, aqui é muito bom mesmo". Não consigo entender, mas fatores tropicais e relativos à natureza são usados para explicar se aqui é um bom lugar.

E ficamos nisso, só nisso, nestes pensamentos bipolares: "Aqui é um ótimo lugar, mas brasileiro sofre tanto..." Parece que esta é a máxima de grande parte dos brasileiros. E digo, sem medo de errar: aqui não está ótimo! Este país não é o mar de rosas com espinhos que tanto se fala. Reclamam, reclamam da política, rapidamente associada à corrupção: "Se não tivesse tanta roubalheira, estaria melhor". Porém, e o famoso e repugnante "jeitinho brasileiro", que sempre falo aqui neste espaço? Não é uma extensão popular da "roubalheira dos políticos"? Acredito que sim. Não aprendemos a ser corretos na escola, ou até mesmo em casa. Pelo contrário: muitas famílias, já inserem seus filhos desde novos no mundo mágico da 'artimanha brasileira'. 

Ok, se a consciência pesou, podemos sim falar das esferas mais altas do poder, que ultimamente dão tudo, menos orgulho para nós: é escândalo atrás de escândalo, crise atrás de crise, problema atrás de problema. "Problema? Nossa, que problema. Não vejo é nada, o país está ótimo! Cara chato". O problema que falo não é financeiro, porque neste quesito estamos bem sim, mas me refiro aos problemas morais e éticos que esse país vem sofrendo. Infelizmente, a barreira mágica do dinheiro cega aqueles que insistem em dizer que não está acontecendo nada.

Precisamos é declarar nossa independência é dos desvios éticos e morais, da boa conduta, do bem coletivo e começar a planejar um país verdadeiramente descente para todos vivermos. Isso sim que mereceria ser comemorado. 

Mas enquanto nada disso acontece, vamos fingir que está tudo bem, que o Brasil é cor-de-rosa, um céu-de-brigadeiro, tudo lindo e perfeito. Vamos fingir que o país não passa por uma grave crise de personalidade e atitude. E mais uma vez, vamos levando.

E já que é assim, um feliz 7 de setembro!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sarah Palin: dá até vontade de vê-la na Casa Branca

Olá sem-fronteira!  Meus caros amigos blogueiros, não sei se vocês acompanharam nesta semana que passou, a Convenção Republicana, que sacramentou John McCain como candidato daquele partido. Tá, isso nós já sabíamos que iria acontecer, mas houve uma agradável surpresa nisso tudo: Sarah Palin. Ok, você vai dizer que semana passada falei disso, porém, somente ao ver o discurso dela na convenção que foi possível formar uma opinião mais concreta. E já formei: maravilhosa!

Sinceramente, não estou torcendo para McCain até porque acredito que ele vá continuar o "projeto Bush de medo para o mundo", mas também com muita sinceridade digo: como queria ver Sarah Palin na Casa Branca. Em seu discurso na convenção, independente de quem tenha escrito, ela se mostrou como uma grata e maravilhosa surpresa: convicção no que diz, firmeza, autoridade e uma retórica que falta ao próprio McCain. Quando ela atacou o democrata Barack Obama, fez tudo com propriedade e sem medo do que dizia. E olha, até me convenceu, confesso.

Palin, que logo ao ser escolhida por McCain como sua vice, sofreu ao ver a imprensa escaramuchar a gravidez de sua filha de 17 anos, conseguiu dar a volta por cima e fazer de todo o episódio, algo apenas secundário, de pouca, ou senão de nenhuma relevância para a maioria do eleitorado. Somente alguém com tamanho controle conseguiria silenciar o barulhento e chatinho eleitorado de direita cristão. 

Não importa se ela governou apenas uma cidade micro da Alasca, vindo a ser há menos de 2 anos governadora do referido estado: ela conseguiu cativar muita gente. Pessoas que vão dos eleitores de Hillary Clinton à aqueles que viram nela um contra-peso para a idade de McCain, passando por aqueles que sempre acharam Obama muito inexperiente. A escolha de Palin, como já disse semana passada foi certeira, bem pensada e agora, não há dúvidas: não poderia ter sido melhor.

Obama e Biden que se cuidem: McCain e Palin estão vindo com toda força e prometem dar muito, mas muito trabalho mesmo. E vai ser ótimo ver tudo isso.

Um bem ameaçado

Reflexo das trocas culturais advindas desde o período colonial brasileiro, a Folia de Reis é um dos inúmeros elementos portugueses incorporados às festividades nacionais. A comemoração católica que acontece em alguns rincões do Brasil, tem por objetivo relembrar a peregrinação dos três Reis Magos que, ao tomarem conhecimento do nascimento do pequeno Rei dos Judeus, foram o adorar e oferecer-lhe seus presentes - ouro, incenso e mirra.

Principalmente em Minas Gerais, a tradição se mantém viva, mas demonstra sinais de esgotamento. No último sábado (30) fui até Fidalgo - distrito distante das imediações urbanas de minha cidade, Pedro Leopoldo, com o intuito de realizar um trabalho de campo. Teria de entrevistar uma pessoa com a qual nunca tinha estabelecido contato prévio e conhecer sua história de vida.

Numa casinha simplória, rejuntada de barro, parecendo que iria desabar com o suave soprar de uma brisa, envolta pelo som sertanejo que saía de um microsystem e por um forte cheiro de tabaco, encontrei mais que um simples entrevistado. Deparei-me com um típico mineiro interiorano: homem humilde, apaixonado pela natureza, pela tranqüilidade do campo e fascinado pela beleza da vida. Devoto inconteste de Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo, dono de uma fé que parecia remover montanhas e de uma humanidade que me impressionou.

Presidente da Folia de Reis naquela localidade, João Nestor da Fonseca, o, popularmente conhecido, João Buíca, relembra com nostalgia do período em que a expressão cultural era valorizada pelos personagens sociais participantes daquela comunidade. “Penso que os jovens de hoje estejam condenando a Folia ao fracasso”, relatou com o olhar centrado num ponto fixo de sua pequena sala. Parecia querer trazer à memória as recordações que começavam a se esvair com o tempo, em reflexo aos seus 60 anos.

Assim como acontece com a Folia de Reis, a banda de Fidalgo, que se apresenta em ocasiões litúrgicas e cíveis, já não atrai a atenção da maioria das crianças e adolescentes. Cabe aos idosos a tarefa de sustentar em seus ombros e braços cansados, os instrumentos, e tocá-los mesmo que lhes faltem o fôlego de outrora. Dessa forma, conseguem aparato para dar sustentação, mesmo que temporal, à tradição.

No contexto da sociedade atual, com uma gama de valores capitalistas – a muitos, mais atrativos que o arcaico e o tradicional -, grupos sociais têm perdido sua identidade enquanto povo, perdido suas referências em detrimento de suas histórias, que por sua vez, possuem suas significações particulares.

A Antropologia nos fornece caminhos para que não nos percamos nesse mundo em profunda transformação, onde acontece uma visível confluência de culturas distintas, algumas sobrepujando às outras. Ao homem é permitido aderir a costumes que não estão presentes na realidade social do grupo ao qual faz parte, sem deixar com que os costumes locais se percam no turbilhão da modernidade. Preservar a cultura é preservar a história. Nesse caso, resguardá-la é uma questão de escolha.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

No fim das contas, tudo termina em rodízio



Via sítio Charges.com.br, do portal Uol

Verdade seja dita. A charge acima se aplica aos posts de quarta e sábado, sob a editoria de Política, comandada por Lucas Catta Prêta. Entretanto, como todos sabem, hoje é quinta-feira: dia de esportes no Sem Fronteiras.

Às vésperas das partidas do Brasil contra Chile e Bolívia, respectivamente, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, a equipe esportiva do Sem Fronteiras vem expor a você, caro internauta, a quantas anda nossa seleção canarinho, internada em estado grave, após a derrota para los hermanos em Pequim.

Para muitos, o canarinho voou de tanta vergonha e deixou-nos órfãos, sós. É verdade também que a política nacional anda envolta de escândalos e descobertas, assim como no futebol. A diferença é que os selecionáveis de Lula contam com o carisma popular e, os de Dunga, não!

Após o bronze olímpico, o técnico balançou, balançou, mas não caiu e por enquanto - até uma próxima decepção, quem sabe - continua no comando do time. O treinador recém-saído das histórias infantis manteve seu pensamento anão de outros tempos, motivou jogadores, mas não as massas, que buscam no futebol a alegria que, raramente, percebem na política.

O time federal, composto por alguns políticos de intenções duvidosas em nada contrasta com a equipe "dunguesta", burocrática e pouco comprometida com a seleção. Ou seria com o anão da trupe verde-amarela? Ou seria com o anão da trupe verde-amarela? Verde na experiência e amarela de palidez na hora H das decisões!

No dicionário “lulante”, o verbete amarelo não nos lembra amarelar, afinal mesmo com os incontáveis erros, o time está ganhando no quesito voto popular. Ponto contra para os comandados de Dunga. Dissemos, comandados! No quartel-general da seleção canarinho, se é permitida uma frase: “Dunga. Ame-o ou deixo-o”. Daí a insatisfação de algumas estrelas e o descontentamento geral. Lançaram até um cartaz: “Procura-se... novo técnico”.

Quem não tem nada haver com isso são os selecionáveis de Bielsa. No próximo domingo (07), além de jogarem em casa, os chilenos contam com um incentivo extra para derrotar a equipe tupiniquim e tornar cada vez mais utópico o sonho da classificação para o mundial de 2010 na África do Sul. Segundo o G1, R$ 581.000 será a recompensa ofertada aos chilenos em caso de vitória.

A corda foi lançada e o teimoso gaúcho terá o jogo contra o Chile para provar aos brasileiros e a si próprio que é capaz de comandar um grupo de "estrelas", que pelo andar da carruagem, não farão o mínimo esforço para que sua luz brilhe e reacenda o país nas Eliminatórias. Nunca pensaríamos em dizer isso, mas a torcida brasileira é chilena desde criancinha!

Entre grampos e barrancos e as coincidências da vida

Olha só para você ver como é a vida caro sem fronteira: nesta história toda dos grampos queestão atormentando os políticos em Brasília, é gostoso ver como a vida sempre nos prega peças e traz "coincidências" inimagináveis. Bom, o antigo diretor da Abin, Agência Brasileira de Inteligência, Paulo Lacerda foi afastado para, nas palavras de Lula "transparência na apuração". E adivinhem só, quem foi anunciado como interino em seu lugar? Um sujeito chamado Wilson Trezza, que eita vida, trabalhou já com ninguém mais, ninguém menos que Daniel Dantas.

Isso mesmo! Aquele mesmo senhor meio carequinha e simpático que só ele do banco Opportunity. Quando se imaginava que ele já estava esquecido, que nada: ele está de volta! Bom, posso até ter criado um "senso comum" quando me lembro de Daniel Dantas, mas para mim, ele virou sinônimo de infiltração governamental. Embora este Wilson Trezza tenha uma carreira já bem longa na Abin, o mero fato dele ter trabalhado com Dantas não me deixa sossegado. E agora então, presidindo uma agência que só sai na imprensa por conta de escândalos, menos ainda. 

O pior de tudo, não são nem minhas impressões pessoais à repeito de Dantas ou Trezza, mas a terrível constatação que já havia feito antes aqui no SF: Daniel Dantas simplesmente já esticou seus tentáculos para todos os campos possíveis e impossíveis. Ele simplesmente já percorreu cada escritório de Brasília, aumentando assim sua influência na política. Abominável e medonho isso!

Enquanto o Governo se vira para "resolver" mais um escândalo, vamos levando essa vida danada que prega tantas peças na gente, não é mesmo? Vamos acompanhando assim, a falsa tentativa de solucionarem mais um problema, mas na verdade, não vão resolver nada. Eles fingem que apuram e nós fingimos que acreditamos. Afinal de contas, como já disse o presidente Lula, talvez não com estas palavras exatamente "o povo não quer saber de escândalos." E é verdade. Enquanto nada mexer firme com o bolso do brasileiro, dane-se estes escândalos! "Que mané, escândalo! Quero mesmo é meu bolsa-família", pensam.

Com esta conclusão de Lula e de muitos milhões de brasileiros, o país passa mais uma vez por uma crise institucional serissíma que claro, não será apurada devidamente. E já que nada neste país é levado a sério, vou começar a rir mais dos nossos infortúnios:


É isso aí! Como diria Marta Suplicy com total sabiedade, em meio a outra crise do governo Lula: "Relaxa e goza". 

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pré-sal: o retorno

O campo de Jubarte, no litoral do Espírito Santo, presenciou hoje (terça-feira, dia 02) o pontapé inicial para aquele que, segundo Lula, será o principal mecanismo de combate à pobreza: o pré-sal. A você, caro internauta sem-fronteira, digo: pode parecer total ausência de criatividade ou desleixo meu, retomar tal tema, com tantos outros em pauta, a exemplo da economia estadunidense com Obama e McCain, com a provável elevação da carga tributária e outras cositas más. Entretanto, haverá tempo para que esses assuntos venham à tona. Por isso, sem mais delongas!

O presidente Luís "Pré-sal" Lula da Silva afirmou hoje suas reais intenções com a descoberta da Petrobras. O autoridade maior do Estado brasileiro crê que daqui a um ano, o país possa gerar barris em grande escala, alterando significativamente o curso da economia nacional. Ainda em entrevista concedida nesta manhã a veículos de imprensa nacionais e locais, ele qualificou como "inusitada" a polêmica acerca da nova gestora do petróleo advindo do pré-sal, afirmando que a Petrobras é a mãe da industrialização nacional. Uai, será que o Lula se esqueceu que ele gerou a "Petrosal"? Pelo menos uma coisa parece certa: suas intenções pós-parto são as de aproveitar o dinheiro acumulado como o rebento para repartir com seus irmãos mais necessitados.

O presidente finalizou a rápida declaração à imprensa, elucidando o outro objetivo a ser atingido com as novas reservas. Investir na educação, que segundo ele fora esquecida e despreza século passado. É amigos, as idéias do senador Cristóvam Buarque (PDT) pegaram carona para Brasília, depois de saírem de lá anos atrás.

Ao internauta-leitor do Sem Fronteiras encerro os trabalhos desta terça-feira (dia 02). Mas antes, confira a charge animada produzida pela Equipe do Anima Tunes, Mike Mattos e Baltazar Paprocki, "Quem sabe improvisa ao vivo...".



Saudades do bom e velho Lula?

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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Um novo campeonato começa

Apesar do tropeço na Sul-Americana, o Grêmio segue firme na ponta da tabela. O arranca-rabo fica por conta de Palmeiras e Cruzeiro, que lutam com todas as suas armas para não se distanciarem do tricolor gaúcho, que mantém seus cinco pontinhos de vantagem para o segundo colocado, nesse momento, o Palmeiras.

Jogando contra o Vasco, no Olímpico, o Grêmio só chegou ao gol na segunda etapa, com o cabeceio de Soares, depois do cruzamento preciso de Marcel. O rubro-negro carioca chegou a empatar com Alan Kardec, e sonhar com o vira-vira. Mas o sonho virou brisa quando Marcel penetrou na área e cabeceou forte para o fundo das redes. A partir daí, o Grêmio usou a inteligência, cadenciando o jogo até o fim da partida. Com o resultado, o time de São Januário permanece na 14ª colocação, pertinho da forca.

O Bota(fogo) que, perdoem a redundância, vem ateando fogo na disputa pela última vaga dentre os quatro habilitados a disputar a Libertadores 2009, teve a grande oportunidade de roubar do Cruzeiro - que tropeçou em pleno Mineirão diante do Coritiba (1 a 1) - a terceira colocação da tabela. Contudo, não conseguiu mais que um empate com o Náutico (1 a 1), mesmo jogando no Engenhão.

Ao abrir cinco pontos de diferença para o Sport, 9º, o Coritiba surge como divisor de águas, determinando quais times lutarão pelo quê. Se por uma vaga na mais importante competição de futebol da América (ele próprio, o Coritiba, Flamengo, Vitória e São Paulo), se por uma modesta Sul-Americana (Sport, Goiás, Internacional, Atlético Mineiro, Figueirense e Vasco) ou pela fuga desenfreada da zona de rebaixamento ou aproximação dela (Fluminense, Atlético Paranaense, Náutico, Portuguesa, Santos e Ipatinga).

Mas se engana quem pensa que o representante do Vale do Aço já tenha se consolidado na 20ª colocação da tabela. O empate em 1 a 1 com o Vitória, que vem despencando a olhos vistos, foi importante para que o time mineiro não se abata ainda mais. O tigre ainda tem reais chances de abandonar a zona de rebaixamento, já que apenas dois pontos o separam do Atlético Paranaense, 16º.

Mais uma janela se fechou

A noite de hoje (dia 1) marcou o encerramento da sempre impactante janela transferências européia. E por ironia do destino, os grandes clubes, que há meses vinham estudando a saída dos seus principais jogadores, sofreram menos do que se esperava.

Na capital paulista, o São Paulo perdeu o selecionável zagueiro Alex Silva para o Hamburgo - ALE, por 15 milhões de euros. Já o Palmeiras sofreu com a saída de Valdívia para o Al-Ain, dos Emirados Árabes, por 22 milhões de reais. Em terras cariocas, o Flamengo foi o mais prejudicado. Perdeu Marcinho para o Al-Jazira, dos Emirados (mesmo clube de Rafael Sóbis e Abel Braga), Souza para o Panathinaikos - GRE e Renato Augusto para o Bayer Leverkusen – ALE, arrecadando 30 milhões de reais ao todo. O Fluminense também foi vítima da janela, perdendo Gabriel, Cícero e Thiago Neves, sendo o último por oito milhões de euros ao Hamburgo - ALE.

Outros jovens promissores deixaram o país, como Charles e Kerlon pelo Cruzeiro, Diogo pela Portuguesa e Danilinho pelo Atlético. Agora fica a pergunta. Até quando os clubes brasileiros continuarão reféns da janela de julho/ agosto?

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